domingo, 28 de agosto de 2011

O Véu Pintado - Somerset Maugham

Opinião: 
Um romance de cariz único, onde o autor revela um profundo conhecimento da psique humana, como aliais é a sua marca de referência. É um romance que decorre em tempos de cólera.
Uma trama bem pensada, onde as solicitudes da vida são apresentadas aos personagens (com grandes conflitos emocionais) de maneira súbita, cabendo a estes a difícil tarefa de traçar os seus próprios destinos.
Amor, vingança, traição, auto-comiseração e morte são sentimentos que estão retratados neste livro, aliados à lúcida e fluida escrita do autor.
Walter é na minha opinião o personagem em que Maugham estudou mais, atribuindo-lhe um índole mascarado, duvidoso. É um personagem com alto poder observativo. Um homem calado, mas que transmite mais com o seu silêncio do que a maioria das personagens deste romance.
A conversa entre Kitty e o pai, mais para os fins do livro foi de grande agrado ler. Essa conversa e troca de desabafos foi absolutamente fulcral para compreensão de alguns actos destas personagens. A mãe de Kitty e Doris, a irmã são também duas personagens a acrescentar ao leque tremendamente bem construído de Somerset Maugham.
Uma história que foi inspirada numa lenda, como o próprio Maugham sublinha no prefácio.

Livro recomendado.
¥ Adaptações cinematográficas:
O Véu Pintado foi por três vezes adaptado para o cinema: em 1934, num filme protagonizado por Greta Garbo; em 1957, com Bill Travers e Eleanor Parker; e em 2006, num filme realizado por John Curran, com Edward Norton e Naomi Watts nos principais papéis.

¥ Criticas sobre esta obra:
O Véu Pintado, com a sua melancolia, a sua tensão moral, a sua ironia e compaixão, a sua evocação crescente de luxúria, terror e arrependimento, é uma obra de arte.”
The Spectator

“Um espantoso romance que através de uma bem caracterizada galeria de personagens questiona habilmente temas intrínsecos à natureza humana… Brilhante!”
A Capital

“Em O Véu Pintado, está patente o enorme domínio narrativo do autor.”
O Independente

“Em O Véu Pintado, Somerset Maugham faz uma magnífica caracterização da presença britânica na China e apresenta, como é seu hábito, uma admirável galeria de personagens.”
Diário de Notícias

¥ Sobre o autor:
William Somerset Maugham, um dos mais famosos romancistas e dramaturgos ingleses do século XX, nasceu em Paris, em 1874. Filho de diplomatas britânicos, cedo ficou órfão, tendo sido educado por um tio, vigário de Whitstable. Apesar de ter estudado Medicina na Alemanha e em Londres, nunca chegou a exercer, tendo sido, entre muitas outras actividades, condutor de ambulâncias durante a Primeira Guerra Mundial. As suas viagens um pouco por todo o mundo influenciaram profundamente a sua escrita. Em 1928 comprou uma propriedade na Riviera francesa, onde recebeu as mais importantes figuras do mundo literário, social e político da sua época, e que seria a sua casa até 1965, ano da sua morte.

8 comentários:

Luh disse...

Nunca li o livro, mas vi o filme de 2006 e gostei imenso! Fiquei curiosa!
Boas leituras!

Paula disse...

Olá Miguel, fiquei curiosa com este livro. Tenho cá por casa "Servidão Humana" já leste?

Abraço

Miguel Pestana disse...

Luh em breve espero conseguir ver o filme, o de 2006 também.

Li apenas "Paixao em Florença" e este do autor, Paula.

Au chocolat disse...

Miguel,
Como sabes deste autor já li "servidão humana" e "O Véu Pintado" e gostei bastante de ambos. Recomendo-te que leias "servidão humana", é impossível ficar indiferente àquele livro.
Paixão em Florença li recentemente mas não achei nada de especial. Gostos...

Miguel Pestana disse...

Vou ler todos os livros do Somerset, de certeza!
A par do Haruki Murakami, Somerset Maugham é o autor que mais surpreendeu este ano. "Paixão em Florença" foi tão bom devorar quanto "O veu pintado".

Em breve vou comprar o DVD baseado neste livro. Já sei que existe algumas diferenciações entre livro-filme, como li no teu comentário, mas quero mesmo assistir ao filme.

Ana Isabel Pedroso disse...

Olá,

Como diz a Au Chocolat, ninguém consegue ficar indiferente ao livro "Servidão Humana".

Boas Leituras!

Miguel Pestana disse...

Discordo contigo Ana e com a Au Chocolat. Acredito plenamente que há pessoas que já lerem e que lerão " Servidão Humana" e ficaram/ficarão indiferentes ao livro!

Isto porque ninguém é igual a ninguém.

Estou a ser irónico! é claro que entendi a vossa frase.

Miguel Pestana disse...

Já vi o filme e notei também algumas diferenças em relação à obra de Maugham. A conversa entre Kitty e o pai, lá para os fins da história foi ignorada.

Sem dúvida que prefiro o final que o livro nos conta. Mas gostei de assistir ao filme, a Kity e o Walter estão bem caracterizados pelos dois actores.