sexta-feira, 10 de maio de 2013

«A Doença da Morte», de Marguerite Duras

Editora: Estampa
Ano de Publicação: 2012
Nº de Páginas: 60

«Até essa noite não tinha compreendido como se podia ignorar o que os olhos vêem, o que as mãos tocam, o que o corpo toca.» (p. 21)
Um homem contrata uma mulher durante alguns dias para ela ensiná-lo a arte de amar. Não apenas praticar sexo; nisso esse homem não carece de ensinamentos. Ela — não nos é facultado, pela autora, o seu nome — é apenas uma mulher vulgar, um outro corpo. Por mais que a mulher diga que essa arte não requer apenas vontade, o homem não lhe liga; a sua obsessão/carência não tem limites. Ele nunca se apaixonou. Ele procura nela (o) amor. Ela não procura nada nele. Ele é para ela apenas mais um corpo sedento. Em poucos contactos a mulher, mestra em observar corpos e mentes, «vê» incorporado nesse homem uma «doença», incurável. De que mal sofre ele?: «De toda esta história retém apenas algumas palavras que ela pronunciou enquanto dormia, as palavras que dizem o mal de que sofre: […].» (p. 53)
Marguerite Duras, ao longo de cerca de 30 minutos em que lemos as 60 páginas que compõem A Doença da Morte, apresenta-nos um retrato densamente urdido sobre as relações entre humanos, a busca constante pelo prazer que podemos encontrar nos encontros e desencontros, uns com os outros, uns dos outros. No fim, essa «busca» é mútua: dele, dela, nossa.
Autora de peças de teatro e de filmes, Marguerite Duras é mundialmente conhecida por ter escrito o romance O Amante, que recentemente foi alvo de uma reedição.

3 comentários:

Andreia disse...

Fiquei curiosa para ver como a autora aborda e transmite este tema.

Glória Coelho disse...

Estou bastante curiosa para ler este livro...

Ana disse...

Essa narrativa (A doença da morte) é maravilhosa! Sensível, profunda, poética... A escrita de Duras é densa, enigmática e bela...