sexta-feira, 14 de março de 2014

«Mulheres Azuis», é o romance de estreia de Catarina Gaspar

Mulheres Azuis
de Catarina Gaspar (com ilustrações de Anabela Santos)

N.º páginas: 112
Editora: Mahatma
Data de publicação: 8/03/2014

Sinopse
Mulheres Azuis é um título curioso, pois transporta-nos para dois mundos antagónicos sa simbologia do azul, essa cor tão falada pelo povo, cantada por poetas e referenciada por escritores.
Um, mais terreno, carregado de sofrimento, impedimentos e castrações; o outro evoca a transcendência, a sublimação do desejo, a profundidade e a imaterialidade.

O livro foi apresentado pelo escritor Paulo Câmara no passado dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, no Auditório do Centro Cultural do Morgado, em Arruda dos Vinhos.
A autora
Catarina Gaspar nasceu a 12 de agosto de 1965 em Galveias, vila do concelho de Ponte de Sôr. Casada, mãe de duas filhas, residente em Arruda dos Vinhos, licenciada em Solicitadoria. Publica o seu primeiro livro de poemas Momentos em 1998.
O livro de poesia A Esmeralda, o rei é publicado em 2012. Mulheres Azuis é a sua estreia em prosa.

Excertos
«Talvez naquela hora tenhas mudado o teu destino. O destino das mulheres de um povo embrutecido pelo sol e pelo trabalho, com largos horizontes e estreitas esperanças.
(...) Falaste-me naturalmente do amor. Da noite de luar em que, entre duas margens de trigo, te despiste de roupas e montaste as coxas másculas do Salvador, o rapagão mais cobiçado da terra, sem medo do depois. De como ele gemeu quando o envolveste. Do teu corpo ondulante como mar de Verão, desfrutando lenta e silenciosamente do prazer. - Podes ficar grávida - sussurou-te enquanto te segurava as ancas e te mantinha quieta. - Seja o que Deus quiser-, murmuraste, e repetidamente desceste o teu corpo provocando, na explosão a paragem do universo, sabendo que aquele homem jamais deixaria de ser teu mesmo quando a maciez inchada dos seios e os enjos matinais surgissem.»

«Olhei-te. A camisa negra. O colar de pérolas. O cigarro nos lábios. As gotas dos chuviscos que começavam a escorrer pelo rosto. Os pés descalços. Dolorosamente descalços. O casaco quente com certo ar de realeza. Os olhos descalços como os pés. Sem água para os peixes. Olhei-te. Não há na nossa vida um só acto cobarde.»
O livro pode ser adquirido nas livrarias ou através do site http://www.edicoes-mahatma.com, ou ainda através do contacto da editora: edicoesmahatma@mail.com

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