domingo, 30 de dezembro de 2018

«A Última Ceia», o novo tríler de Nuno Nepomuceno

A Cultura Editora publica na terceira semana de Janeiro A Última Ceia, o novo livro de Nuno Nepomuceno.

Sinopse
Uma nota enigmática é encontrada junto à moldura vazia de um quadro famoso. O ladrão deixou um recado. Promete repetir a façanha um ano depois.
De visita à igreja de Santa Maria delle Grazie em Milão, uma jovem mulher apaixona-se por um carismático milionário. Mas, quando alguns meses depois, é abordada por um antigo professor, Sofia é colocada inesperadamente perante um dilema. Deverá denunciar o homem com quem vai casar-se, ou permitir tornar-se cúmplice deste ladrão de arte irresistível?
Enquanto a intimidade entre o casal aumenta, um jogo de morte, do gato e do rato, começa. E aquilo que ao início aparentava ser um conto de fadas, transforma-se rapidamente num pesadelo, ao mesmo tempo que um plano ousado e meticuloso é urdido para roubar a obra-prima de Leonardo da Vinci.

Requintado, intimista, inspirado em acontecimentos verídicos, A Última Ceia transporta-nos até ao enigmático mundo da arte. Passado entre Londres e Milão, habitado por uma coleção extraordinária de personagens, para as quais a ambição e fama se sobrepõem a qualquer outro valor, este é um thriller sofisticado de leitura compulsiva.

Excerto
«O incidente ocorreu a meio da noite. A escuridão há muito que abraçara a vila, deslizando suavemente do cume das montanhas, tingindo-a com pinceladas lúgubres, como um quadro soturno. Uma chuva ténue caía amiúde, humedecendo as ruas e os telhados. Eram as derradeiras carícias antes da chegada do mal, um último adeus pleno de ternura de uma mãe que se despedia de um filho a quem fora vaticinado o infortúnio de ir combater para a guerra. E foi então que aconteceu. O som.
A signora Benedetta estremeceu e sentou-se na cama. O coração corria em sobressalto, aprisionado no peito, algo que ela não compreendeu. Sonhava o mais belo dos sonhos. Um campo amplo estendia-se até ao horizonte. Um manto cor de índigo rodeava-a.
As coroas azuis resplandeciam, luminosas, sob o Sol ardente. Eram flores da paixão, as suas preferidas. Jacopo, o marido, acordou, abanado pelas mãos trémulas da mulher. Estremunhado, voltou-se. O rosto preocupado de Benedetta fitava-o, colado ao seu, emoldurado pelo cabelo grisalho em desalinho.
— Cosa sta sucedendo?
— Il telefono!
Era esse o motivo de tamanha comoção. A campainha do telefone tocava sem parar como um fantasma imóvel no meio do quarto que urgia por atenção.»

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