sábado, 10 de julho de 2021

«O Paciente», de Jasper Dewitt

Editora: Topseller
Data de publicação: 19-04-2021
N.º de páginas: 215

Parker é um médico jovem e ambicioso com muitas qualificações. Quando é admitido para trabalhar num hospital psiquiátrico em Connecticut, ele fica a saber que um paciente misterioso encontra-se internado lá há muitos anos, desde os 6 anos de idade.
Nesse «lugar pequeno e sombrio», com falta de pessoal e recursos, este especialista em Psiquiatria é desde logo informado pelos colegas e superiores, que deve-se manter longe do quarto de Joe, o paciente enclausurado, que nunca nenhum psiquiatra conseguiu diagnosticar uma doença. Os enfermeiros e médicos que ele teve, ou desapareciam, morriam ou enlouqueciam…
Após as primeiras semanas de trabalho e de muitos burburinhos ouvir pelos corredores da instituição de saúde mental, Parker convence-se que a sua formação de elite na faculdade de medicina e a sua capacidade de empatia permitirão que ele alcance Joe onde outros nunca conseguiram: «assim que ouvi falar sobre ele, meti na cabeça que seria eu a curá-lo».
Assim que é oficialmente destacado como médico de Joe, pelo seu supervisor, Parker começa a perceber que muitos registos médicos desapareceram e que existem pessoas que não querem que o passado deste temido paciente seja descoberto. A única solução à vista é conseguir entrar na mente de Joe e decifrá-la. Mas, quanto mais informação este psiquiatra astuto colhe sobre o paciente, mais começa a duvidar sobre a sua própria sanidade; é que ele é um especialista em manipulação psicológica – gaslighting –, «conseguia identificar as inseguranças das outras pessoas».
Originalmente publicado a 7 de Julho do ano passado pela editora americana Houghton Mifflin Harcourt, com tradução portuguesa assinada por Marta Mendonça, O Paciente é um tríler psicológico sombrio, com um enredo bastante simples e com passagens plenas de tensão dramática, algumas contendo elementos de terror.
Embora Jasper Dewitt apresente neste livro, que ganhará uma versão cinematográfica, um final surpreendentemente inesperado, são vários os melhoramentos que a obra poderia ter tido. As pouco mais de 200 páginas são insuficientes para o leitor ficar bem esclarecido sobre a história e caracterização dos poucos personagens. Seria interessante que o autor desse vida a pelo menos mais uma mão cheia de personagens, por exemplo, outros pacientes da instituição que serve de pano de fundo da história.
Referir também que A Paciente foi mal comparado pela revista americana Publishers Weekly ao tríler psicológico A Paciente Silenciosa, do autor Alex Michaelides (podemos ler na capa). Não se pode comparar ou equiparar. São bem diferentes.

Excertos
«Faço estes registos porque, a partir deste momento, não sei se sou cúmplice de um segredo terrível ou se estarei louco.»

«… quando somos miúdos, ansiosos por sermos amados, acreditamos que tudo é culpa nossa se isso fizer com que os nossos pais voltem a amar-nos.»

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