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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Werther, de Goethe

Editora: Guimarães Editora
Ano de Publicação: 2009
Nº de Páginas: 176
Esta obra escrita em 1774 por Johann Wolfgang von Goethe - na época com 23 anos - veio a tornar-se pioneira da literatura do Romantismo. O autor formou-se em Direito, mas sempre manifestou interesse pelas artes, desenho e pintura, poesia, botânica e ciências naturais.
De cariz autobiográfico, este é um romance escrito em forma de epístolas, endereçadas a Guilherme, um amigo do jovem Werther. São estas cartas confessionais de Werther que dão alento à sua paixão obsessiva por Carlota, uma mulher casada (na vida real, Goethe apaixona-se também por uma Carlota (Charlotte Buff), que era noiva de um seu colega advogado). Todavia, o seu amor não é correspondido e perante essa impossibilidade o seu descontentamento para com a vida flui melancolicamente e exasperadamente: «Carlota é sagrada para mim; todos os meus desejos se calam na sua presença. Junto dela perco toda a consciência de mim próprio…é como se a minha alma se espalhasse pelos nervos.»
Tal como é característico do Romantismo, a personagem Werther é dotada de um idealismo profundo; é um sonhador (mas é insone); o seu amor por Carlota é avassalador, absoluto, exagerado - e por isso ele sofre profundamente.
Desde o início do romance, o leitor pressente um fim trágico, advertido pelo próprio autor numa nota ao leitor: «(…) aos vossos olhos assomarão lágrimas de compaixão pelo seu triste destino.»).
A tragédia grega e suas características principais (Hybris, Anagnorisis, Pathos, Klímax, Cathársis, Katastrophé) estão todas presentes neste livro excepcional.
Acrecentar que o romance é acompanhado por uma introdução e notas de rodapé do próprio autor, e a poucas páginas finais, um editor troca de lugar com o jovem Werther…
Werther é uma obra súmula de uma parte da vida do autor de Fausto (se bem que não em total-parte baseada em factos reais) – a de jovem apaixonado , e o leitor que toma conhecimento deste “pormenor”, lê e avalia o livro por um ângulo diferente.
Duzentos anos depois da publicação desta obra (em 1974), o sociólogo americano David Philips propôs o termo “Efeito Werther”, desde então, usado na literatura técnica para designar uma onda de suicídios copiados.

7 comentários:

  1. Concordo contigo.
    É sem dúvida um livro único e um marco histórico na literatura universal. Na minha opinião é o expoente máximo da literatura romântica, notável nesse lirismo pessimista tipicamente alemão :)

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  2. olá Manuel,

    Esse livro é um marco e marcou-me imenso.
    Faz tempos que um livro não me preenchia tanto.

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  3. sempre que se discute o problema das influências mediáticas nos comportamentos dos jovens gosto de citar o exemplo de uma obra que quando foi publicada foi acusada de ser influência perniciosa sobre a juventude da época... este werther, ainda e sempre uma das obras maiores da literatura.

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  4. e dás um exemplo bem fundamentado Artur!

    Foi com este livro que Goethe ficou conhecido na Europa inteira, e foi escrito muitos anos antes ao "Fausto" - livro que terá que ser lido o quanto antes.

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  5. Esta é uma obra trágica e incrivelmente marcante.
    "Fausto" é bem mais complexa e exige muito mais do leitor, mas não deixa de ser também admirável.

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  6. Logo que possa, "Fausto" não me escapa!

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  7. Podem-me dizer quem é o tradutor desta edição?

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