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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Timeu, de Platão

Editora: Instituto Piaget
Ano de Publicação: 2005
Nº de Páginas: 160

Platão escreveu a maior parte das suas obras, principalmente, na forma de diálogos, e este livro não foge à regra. Timeu é um tratado bastante teórico, escrito em 360 a.C., portanto, é datado como um dos seus últimos textos escritos.
Nesta presente obra, o filósofo e matemático grego tem como dialogantes Sócrates, Crítias, Hermócrates e Timeu, e é constituída por duas partes distintas: o diálogo entre Timeu e Sócrates; a segunda parte - que alarga-se até ao término do livro - é a abordagem e especulação de Timeu sobre a origem do universo, o microcosmo e a natureza enquanto mundo físico – sendo este o focus central do livro.
O Timeu oferece-nos para raciocínio, a ideia de que o pensamento filosófico pode contribuir para resolver problemas e males (enfermidades) pessoais, e diz que as doenças, de certa maneira o ser humano é que as atrai. Timeu profere ainda: «Temos de concordar que a doença da alma é a demência; ora, há dois géneros de demência: a loucura e a ignorância.» (p. 148)
Pego numa frase do filósofo (que não consta neste livro), que explica muito bem o pensamento de Timeu: «Teme a velhice, porque ela nunca vem só.»
De resto, a obra é quase exclusivamente preenchida por um discurso narrativo proferido pela personagem que lhe dá o título.
Convém realçar que a introdução deste livro teve a assinatura de José Trindade dos Santos e a tradução (com 301 notas muito esclarecedoras dos textos), de Maria José Figueiredo.  
A minha iniciação ao mundo platónico deu-se com a leitura do livro Crátilo, onde o filósofo aborda a origem dos nomes e estudo da sua etimologia. Fica o conselho para quem quiser lê-lo, pois a sua leitura e interpretação não é “densa” e, para quem tem curiosidade em conhecer a origem de alguns nomes, é um livro indicado.

3 comentários:

  1. "Timeu: «Teme a velhice, porque ela nunca vem só.»"
    Como eu percebe essa frase. Tenho e estou a assistir à velhice de familiares meus, muitas vezes conscientes da perda de faculdades por q estão a passar, principalmente perda de memórias, de história de vida...

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  2. Platão é o escritor da Grécia Antiga que mais gosto.
    A Alegoria da Caverna é uma obra-prima. É impressionante como em tão poucas palavras se consegue dizer tanto.

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