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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Estranho à Terra, de Richard Bach

Ano de Publicação: 2001 (5ª edição)
Nº de Páginas: 176

Antes de se dedicar a escrever livros, Richard Bach (RB) (n. 1936) era piloto da Força Aérea, motivo pelo qual em todas as suas obras envolvem descrições sobre voos, aviões, etc.
Fernão Capelo Gaivota (cuja primeira publicação data de 1970) foi o quarto livro que escreveu e é a sua magnum opus. Nessa obra – já recomendada pelo Plano Nacional de Leitura -, RB conta a história de uma gaivota que ousou voar mais alto, sendo por isso única e especial.
Sete anos antes de atingir o patamar do sucesso RB escreve a sua primeira obra: Estranho à Terra. Nela, conta-nos a sua primeira experiência como piloto e os receios próprios de quem arrisca a vida em torno de concretizar o seu sonho, o de pilotar: «Quando voo, não passo o tempo, o tempo passa por mim.» (p )
Este livro tem a particularidade de entre o hiato que separa o seu começo e o seu término, o autor contar-nos, em monólogo, a viagem que lhe foi destinada entre os Estados Unidos da América e a França. O leitor é convidado a fazer essa viagem também e torna-se todo ouvidos para conhecer as emoções, os perigos, as alegrias, que este viajante não-ficcional compartilha connosco.
A viagem que efectua tem os seus altos e baixos, tal como a sua/ nossa vida. Todavia, o seu modo de pensar sobre as adversidades é o “combustível” que o move seguindo o seu sonho. A sua aeronave chega ao seu destino, França, mas esse caminho percorrido pelas nuvens deixou marcas indeléveis no seu ser.
O autor de A Ponte para a Eternidade tem um estilo muito próprio de escrever, sendo ora detentor de uma escrita dita espiritual, ora filosófica. Poderíamos comparar o seu estilo narrativo ao de Antoine Saint-Exupéry, que até teve a mesma profissão e foi também escritor após anos de voos.
Em suma, o que torna especial este livro é a descrição que RB conta-nos da magia que sente ao voar, e da sua emoção nesses momentos. Só quando ele termina a sua missão e pisa o chão é que ele dá-se conta da estranheza que é estar em terra.
«Separado do meu avião sou um homem vulgar – um treinador sem cavalo, um escultor sem mármore, um padre sem um deus.» (p. 36)

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