Trailer |
«A música é o meio mais poderoso do que qualquer outro
porque o ritmo e a harmonia têm sua sede na alma.» Esta frase é de Platão. E o
que ela tem a ver com o filme? Resposta: muito.
Começo por falar no
impressionante talento musical do violinista Joshua Bell – autor da banda
sonora do filme O Violino Vermelho,
de 1998 –, entre outros músicos, neste As
Flores da Guerra. Ao longo de todo o filme os sons de violinos fazem eco e
adornam toda a acção dramática, que tem este filme chinês.
Muitos filmes, em si
só, são fracassos autênticos (o que não é este o caso), mas ganham mais
fidelidade por por detrás deles surgir música, uma boa música, que não
necessita de ser cantada. Um piano, uma flauta, um violoncelo, etc., são
instrumentos que fazem a diferença e é por isso que cada vez mais as produções
cinéfilas apostam em ter uma trilha sonora minimamente razoável.
A minha
primeira impressão é esta, sobre o filme – e que deve em muito devido ao meu
bom ouvido, qual fiel melómano que sou.
Para terminar a abordagem sobre o papel
da música neste filme, saliento que um violino “físico”/ “visual” (não só audível)
também faz parte deste filme, que tem como pano de fundo e de acção o Massacre
de Nanquim (Nanjing, em chinês),
quando esta cidade foi ocupada exército japonês e onde foi cometido numerosas
atrocidades humanas (durante 6 semanas), em 1937.
Como força motriz de toda a história temos dois grupos de
personagens femininas: 12 estudantes de um convento e 14
prostitutas chinesas. As primeiras são obrigadas a dar guarida às segundas (em
fuga por causa da guerra iminente). A
priori, as promíscuas mulheres são alvo do preconceito natural por parte
das adolescentes, mas o que estas não sabem, é que o grupo das 14, muito
poderão fazer por elas. É este a principal “atracção” deste filme: o contraste
entre este dois grupos e o processo – em tempos de guerra - de desmistificação
de tabus.
Neste filme, a personagem do agente funerário americano
John é protagonizada pelo actor Christian Bale (vencedor do prémio de melhor
actor secundário, nos últimos Oscares). Este personagem é fundamental no
decorrer de toda a história, pois tem a responsabilidade de proteger os dois
grupos tão díspares.
A partir da segunda metade do
filme o tom dramático e emotivo é acrescido, visto alguns dos personagens revelarem
os seus passados dolorosos. Tiros, esfaqueamentos, incêndios, destruição,
sangue: tudo é visível durante a exibição do filme. As cenas em slow são belas de se ver, mesmo quando
estas são tristes. O excelente trabalho de fotografia é um dos maiores prós do
filme, como podem ver. Um espanto.
Um dos melhores filmes que já assisti, que é já considerado
o
mais caro filme chinês de sempre.
A acrescentar que o filme foi baseado no romance The 13 Women of Nanjing, de Geling Yan,
uma das mais aclamadas escritoras chinesas. Em Portugal existe um livro publicado
da escritora: A Filha
Perdida da Felicidade, 2002, Edições Asa.
Vi o filme ontem à noite. Gostei.
ResponderEliminarMiguel já viste o filme O Império do Sol? Foca a mesma época, também como Christiamn Bale mas no inicio de carreira e também com um a excelente banda sonora? É sublime.
ResponderEliminarEste quero ver sem dúvida, depois de ler a tua opinião!
Teresa Carvalho
Não vi esse filme, Teresa.
ResponderEliminarVou tentar encontrar o dvd na fnac.
também fiquei com curiosidade :-)