O mundo é velha cena ensanguentada,
Coberta de remendos, picaresca;
A vida é chula farsa assobiada,
Ou selvagem tragédia romanesca.
Eu sei um bom rapaz, — hoje uma ossada, –
Que amava certa dama pedantesca,
Perversíssima, esquálida e chagada,
Mas cheia de jactância quixotesca.
Aos domingos a deia já rugosa,
Concedia-lhe o braço, com preguiça,
E o dengue, em atitude receosa,
Na sujeição canina mais submissa,
Levava na tremente mão nervosa,
O livro com que a amante ia ouvir missa!
Cesário Verde
Excelente escolha.
ResponderEliminarCesário é um embaixador daquela poesia romântica que nem sempre me agrada todavia esta que aqui publicas agrada-me.
Abraço.
Gosto muito da poesia de Cesário Verde. E não é por ter sido meu "primo"... :)
ResponderEliminarEu desconhecia este poema de Cesário, Nuno. Li-o uma única vez e fiquei logo a gostar.
ResponderEliminarhahaa..Teté.Eu até que nem me importava de ser descendente do Sr. Verde.
Olá Miguel,
ResponderEliminarPois eu não sou descendente do senhor mas gosto MUITO dos seus poemas.
Este foi uma óptima escolha.
Quero mais...
Uma beleza de poema! :)
ResponderEliminarBoa sexta-feira caro Miguel.