Eram nove horas da noite quando o vapor Victoria, com destino a Demerara, região
da Guiana Inglesa, ancorou ao largo da baía do Funchal, no dia vinte e três de
janeiro de 1846, sexta-feira, depois de um atraso de quatro horas, devido à
intempérie que assolava o Atlântico, desde as ilhas britânicas ao arquipélago
da Madeira. Ali, onde o barco atracou perto da Pontinha, o vento sudoeste
soprava rajadas medonhas e o mar despejava ruidosamente em terra enormes vagas
que varriam tudo à sua passagem feroz. Embarcações menores não se avistavam
entre a ilha e a embarcação, pormenor confirmado pelo comandante do barco,
sinal de que houvera tempo para os donos as protegerem antes da eclosão da
tempestade, ou, então de que o pior tinha acontecido: esses barcos frágeis
tinham arremessados contra terra, onde se quebraram como ovos. O comandante
ficara sabendo, por uma escuna ao largo do oceano, que nos pretéritos dias,
precisamente no dia nove, um naufrágio ali mesmo aconteceu, mais um na história
da baía, desta vez vitimado o patacho toscano Duque de Sussex.
O Fotógrafo da Madeira, de António Breda Carvalho, Oficina do Livro, 2012
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Já tenho o livro na minha estante, confesso que só o comprei por causa da oferta que tinha - Rio das Flores de Miguel Sousa Tavares - espero gostar do livro.
ResponderEliminarSim, Tiago, a oferta da Fnac online ao comprar este livro é tentadora.
ResponderEliminarEstou nas páginas cinquentas, de "O Fotógrafo da Madeira".
Aguardo a tua opinião sobre este livro.