O sector editorial tem sido fortemente atingido pela conjuntura económica vigente. Várias editoras têm fechado as portas, e os livros que há pouco tempo eram publicados massivamente e a torto e a direito, agora são mais limitados. As tiragens de livros colocados no mercado têm diminuído; as versões de bolso/económicos, como nunca antes, estão a cativar maior número de leitores; as estantes das livrarias e catálogos das editoras estão a ser preenchidos por livros comerciais, os bestsellers, mais do que por obras de literatura.Ao mesmo tempo, a procura de livros de desenvolvimento pessoal e de auto-ajuda, tem disparado. É lógica a causa. Há quem procure nos livros uma solução, uma recomendação, uma lição, que colmate as suas resignações.No que me toca, como administrador de um blogue literário, tenho sentido maior reticência por parte de algumas editoras com quem mantenho parceria, em disponibilizarem livros para efeitos de divulgação. A crise não está instalada só nos grupos editoriais, mas também, e inevitavelmente, nas livrarias físicas e virtuais. Nunca vimos tanto apelo e promoções de livros.Se, por um lado, há editoras a fechar portas, por outro, outras estão a se fundar. Conscientes dos tempos culturais incertos vigentes, estão a utilizar a mudança como “trampolim”, dando motriz e azo ao empreendedorismo. As crises são momentos de crescimento pessoal e potencia a atitude, mas para tal há que querer combater a inércia. Um bom exemplo é o caso das editoras recém-nascidas: ‘Parsifal’, ‘Glaciar’ e ‘Divina Comédia’. Os seus primeiros “rebentos” literários já moram cá em casa: “Contos Capitais”, “Frank - O Andarilho” e “Mudanças”, de Mo Yan. O primeiro reúne a visão de trinta escritores (Urbano Tavares Rodrigues, Miguel Real, Cristina Carvalho, etc.), fotógrafos e ilustradores, sobre a sua capital favorita; o segundo marca a estreia do escritor brasileiro Sérgio Ribas em Portugal e o seu conteúdo divaga pelas múltiplas artes de viajar; o terceiro é um romance disfarçado de autobiografia, do escritor vencedor do último Nobel de Literatura, que é conhecido como “o Kafka da China”. Em comum, estes livros têm um acabamento rigoroso, visualmente e tactilmente.Mais informações sobre estes livros basta aceder ao link apenso a este texto.(Texto publicado na secção '5 sentidos', do Diário de Notícias da Madeira, em 15/04/2013)
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