de João José Cúcio Frada
Entre
o Portugal ultramarino do século XX e o mundo lusófono fragmentado dos
dias de hoje, este romance navega ao ritmo das controvérsias políticas e
sociais que inflamaram tanto a pacata Praia de Mira como Luanda, Maputo
ou sobretudo Tete, cidade moçambicana nas margens do Zambeze. As
circunstâncias da história não arrefecem, porém, os dramas da intimidade
ou a linguagem dos afetos, matéria-prima de que é feita esta estreia
literalmente tórrida no universo da ficção por parte de um autor já
consagrado e com mais de 30 mil livros vendidos dentro e fora do nosso
país.
Editora: Clinfontur
Na
sua primeira obra deste género, o autor, servindo-se de uma longa
retrospetiva de memórias, constrói, acompanha e relata a vivência das
suas personagens
num alargado contexto de universos geográficos, uns reais, outros
fictícios, de Portugal continental e de África, entre as primeiras
décadas do século
XX e o início do século XXI. Começando por levar o leitor a imaginar e a
saborear, contemplativamente, o espaço, as gentes, as artes e a
natureza de
uma das povoações mais bonitas de Portugal, a Praia de Mira, onde a
prática artesanal de pesca à xávega ainda se realiza atualmente, é
sobretudo em África
que o autor centra e desenvolve quase toda a sua narrativa, TETE,
cidade localizada nas margens do Zambeze, considerada como um dos locais mais
quentes do noroeste de Moçambique, Lourenço Marques (atual Maputo) e
Luanda são os magníficos cenários tropicais onde os principais atores desta
estória, confrontados com estranhas realidades antropológicas,
envolvidos por escaldantes controvérsias sociológico-políticas que
marcam, em particular,
os ritmos da sociedade portuguesa colonial e pós-colonial e,
simultaneamente, refugiados na privacidade também ardente das suas vidas íntimas, dão corpo e alma a este romance, TÓRRIDO.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminar