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quarta-feira, 12 de junho de 2013

«Na Praia de Chesil», de Ian McEwan

Editora: Gradiva
Ano de Publicação: 2007
Nº de Páginas: 132
O Complexo de Electra define-se como sendo uma atitude emocional que todas as raparigas têm para com a sua mãe, tratando-se de um atributo que implica uma identificação tão completa com a figura materna que a filha deseja, inconscientemente, eliminá-la e possuir o pai. Complexo de Édipo Feminino era como Freud o referia. A protagonista feminina do romance Na Praia de Chesil chama-se Florence, uma violinista na casa dos 22 anos, detentora de nenhuma experiência sexual, e é por isso, talvez, que compreende-se a sua atitude avessa ao prazer e muita repulsa sobre a sexualidade: «Talvez tenha de fazer uma psicanálise. Talvez o que eu precise mesmo de fazer seja matar a minha mãe e casar com o meu pai.» (p. 118)
O desenrolar da narrativa construída pelo britânico Ian McEwan passa-se num hotel na costa de Dorset onde Edward e Florence preparam-se para iniciar a sua vida sexual, que aliais, é um dos propósitos do seu casamento. Em lua-de-mel, e extremamente ansiosos para que a noite de núpcias chegue, nesse mês de Verão de 1962, o casal desentende-se: «Amava-a, mas queria abaná-la para a despertar, ou esbofeteá-la… » (p. 76).
Edward, que julgava estar perto de consumar o seu desejo, depois de um acumular de inférteis investidas («O dia de Outubro em que ele viu pela primeira vez os seios dela nus precedeu de muito o dia em que os pôde tocar – 19 de Dezembro. Beijou-os em fevereiro, embora não os mamilos, que roçou com os lábios uma vez, em Maio.» (p. 22)), irá ter que repensar o seu futuro.
A partir deste acontecimento, o autor começa a contar a história dos protagonistas, desde as suas infâncias, sendo precisamente nessa etapa da vida deles que reside o foco dos seus principais receios, que os bloqueiam viver um relacionamento estável.
O percurso da narrativa é intercalado com o recorro de flashbacks, e assim Ian McEwan dá a conhecer ao leitor um pouco do historial do relacionamento do casal.
No final desta breve narrativa, se conhecerá os culpados de todos os acontecimentos que tiveram lugar em Chesil: complexos não resolvidos.
É sempre bom ler um livro com poucas páginas e com tanto conteúdo. Na Praia de Chesil revela um trabalho de génio, de um autor que engendra histórias que são complexas, que nos fazem reflectir.
Ian McEwan venceu o Booker Prize em 1998. O seu último livro, Mel, foi publicado em 2012 pela Gradiva.

8 comentários:

  1. Devo ser das poucas pessoas que nunca leram nada deste autor. Imperdoável.

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  2. Li este livro à algum tempo. Incrivel a forma como o escritor expõe o que a falta de comunicação devido a complexos profundos, pode fazer.

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  3. Vi o Expiação e adorei e agora quero ler os livros dele :)

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  4. Já li o «Expiação» e adorei. Recomendo vivamente este autor. (:

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  5. Não conheço o autor nem o livro, mas parece-me ser bom

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