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sábado, 31 de agosto de 2013

Passatempo: «As Mais Belas Cartas de Amor», de Kahlil Gibran


Para te habilitares a ganhar um dos livros tens de responder acertadamente ao formulário abaixo e fazeres um comentário num destes posts de opiniões sobre livros.




O Passatempo decorrerá até ao dia 6 de Setembro.

Boa sorte!



Regras do Passatempo:
1) O passatempo decorrerá entre os dias mencionados, sendo exclusivo a participantes residentes em Portugal;
2) Será validado exclusivamente as participações com as respostas acertadas e será aceite apenas uma participação por pessoa ou email (salvo mencionado o contrário);
3) O vencedor será sorteado aleatoriamente através do Random.org e o seu nome publicado aqui neste post, além de ser comunicado ao mesmo via e-mail. Se ao fim de 15 dias, após ser contactado pelo administrador deste blogue, o vencedor não reclamar o prémio, será escolhido outro vencedor;
4) O administrador deste blogue e/ou a editora não se responsabiliza por eventuais extravios dos livros, aquando da expedição dos mesmos ao vencedor.


«O Senhor Ibrahim e as Flores do Corão» publicado em Setembro pela Marcador

Depois da Marcador ter publicado Óscar e a Senhora Cor-de-Rosa, em Setembro a editora apresenta uma nova obra de Eric-Emmanuel Schmitt.

O Senhor Ibrahim e as Flores do Corão

de Eric-Emmanuel Schmitt

Ano de Publicação: 2013
Páginas: 72
Editora: Marcador
ISBN: 9789898470898
Sinopse
Com uma escrita simples, emocionante e cheia de humor, Eric-Emmanuel Schmitt narra a história de um menino judeu e de um velho merceeiro árabe. Momo, o menino judeu, vive sozinho com um pai frio e distante. O senhor Ibrahim, o velho merceeiro árabe, é acolhedor, simpático e disponível. Juntos, vivem uma série de aventuras e constroem uma amizade que ultrapassa todas as fronteiras.
O Senhor Ibrahim e as flores do Alcorão é um livro para ler e reler, uma lição de sabedoria, de tolerância, de fatalismo e de bondade.
Eric-Emmanuel Schmitt é um dos mais prolíficos e premiados romancistas franceses do nosso tempo. Entre os seus prémios contam-se o prestigiado prémio Goncourt de romance e ainda o Grande Prémio de Teatro da Academia Francesa.
Está no Top 10 dos autores franceses mais lidos e os seus livros estão traduzidos em mais de 40 línguas. 

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Novidades da ASA para Setembro, entre elas o novo livro de Paul Auster

Eis 4 propostas da ASA para o próximo mês: Uma Vida ao Teu Lado, de Nicholas Sparks; Relatório do Interior, de Paul Auster; Escreva a Sua Própria História, de Laura Esquivel; A Guerra Diurna, de Peter V. Brett.
As sinopses podem ser lidas, se carregares na imagem, da página da editora no Facebook:

A história de Jacob, um pequeno génio autista está já na 2ª edição

Em menos de dois meses da sua publicação (11-07-2013) o livro Salvo Pelas Estrelas, publicado pela Self, já está na 2ª edição, e traz uma nova capa.


Sinopse


O meu texto opinativo


A página da editora Self no Facebook



Novidade da Nascente: «Tu Desejas, Tu Conquistas», de David C. M. Carter


Tu Desejas, Tu Conquistas
de David C. M. Carter

Edição/reimpressão: 2013
Editor: Nascente
ISBN: 9789896681913
Coleção: À Descoberta do Eu

Sinopse
Tornar-se na melhor versão de si próprio é a escolha mais importante que você alguma vez fará. Quem o diz é David C. M. Carter, o coach e mentor exclusivo dos grandes líderes, e autor deste inovador livro, no qual pela primeira vez partilha os seus segredos. Para cada passo, o autor apresenta exemplos e exercícios práticos. Defina o que deseja, estabeleça metas realistas e transforme todos os seus desejos em conquistas. Você pode obter tudo o que deseja. Está destinado a alcançar os seus sonhos! Todas as suas relações, sejam familiares, laborais ou de amizade, devem ser feitas de alegria e felicidade. O propósito da sua vida é você ser a melhor versão de si próprio. Diariamente, em praticamente tudo o que você faz, enfrenta dezenas de escolhas: «Que opção me ajudará a ser a melhor versão de mim próprio?». Ao fazer sempre esta pergunta, ficará mais perto de alcançar o que deseja.

O Autor
David C. M. Carter começou a sua carreira profissional na banca, e rapidamente se apercebeu de que não era isso que queria para a sua vida.Em 1997, fundou a Merryck & Co, que nos anos seguintes se tornou uma das maiores consultoras empresariais a nível mundial, com escritórios nos EUA, Europa e Austrália. Durante 14 anos, como líder da Merryck & Co., David C. M. Carter foi mentor de CEOs oriundos de todo o mundo, de diferentes setores empresariais e diferentes culturas. Em setembro de 2012, David vendeu a empresa e decidiu iniciar uma nova etapa da sua vida — ser o MENTOR e Marcar “A Diferença na vida dos outros”.

A Nascente disponibiliza os primeiros capítulos, grátis, aqui.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

«Morte na Arena» é o novo thriller de Pedro Garcia Rosado

Morte na Arena é o nono thriller de Pedro Garcia Rosado, o segundo volume da série As Investigações de Gabriel Ponte, e está desde de hoje disponíveis nas livrarias em todo o país.

Morte com Vista para o Mar, o primeiro volume publicado em fevereiro de 2013, foi recebido pela crítica com entusiamo. Escritor e tradutor profissional, Pedro Garcia Rosado elegeu o policial como o seu género de eleição, sendo o único autor português de thrillers a publicar um livro por ano na área da literatura policial. As suas narrativas vibrantes e contemporâneas têm conquistado os leitores portugueses que gostam de adrenalina e de enredos repletos de mistério e suspense. 
 
Morte na Arena
As Investigações de Gabriel Ponte - Vol. 2
de Pedro Garcia Rosado 
Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 352
Editor: TopSeller
ISBN: 9789898626189



Sinopse: Quatro homens aparecem mortos num prédio devoluto, ao lado de um braço decepado que não pertence a nenhum deles. Com o passar dos dias começam a surgir outros membros humanos espalhados por Lisboa, até ser evidente que são partes do corpo de uma jovem de dezasseis anos, filha de um dirigente político, que foi assassinada e que estava desaparecida havia meses.
As investigações destes casos estão a cargo da inspetora-coordenadora da PJ, Patrícia Ponte, ex-mulher de Gabriel Ponte, que enfrenta agora obstáculos dentro da própria PJ, além da pressão do ex-marido, que quer informações sobre o caso, e da jornalista Filomena Coutinho, que foi a causa da separação deles.
Os três acabam por descobrir um inferno escondido nos túneis subterrâneos de Lisboa: uma arena onde especialistas em combate corpo a corpo massacram homens e mulheres, numa imitação dos combates de gladiadores da Roma Antiga.

Pedro Garcia Rosado foi jornalista em O Diário, O Jornal e no Diário de Notícias, colaborador no Expresso e na Grande Reportagem (1.ª série). Foi ainda crítico de cinema no Se7e e JL.
Depois da aposta em James Patterson (o mais bem-sucedido autor em todo o mundo, com 280 milhões de livros vendidos) e Janet Evanovich (75 milhões), autores de algumas das séries policiais mais lidas em todo o mundo, a Topseller mantém a aposta em Pedro Garcia Rosado, cumprindo a missão de publicar e promover autores nacionais de qualidade.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Mensagem de «Mensagem», de Fernando Pessoa, comentada por Miguel Real


Mensagem de Fernando Pessoa Comentada por Miguel Real

Ilustrações: João Pedro Lam

Ano de Publicação: 2013
Nº de Páginas: 148
Editora: Parsifal

A Mensagem, obra maior da poesia contemporânea, é um dos textos essenciais da cultura portuguesa. Esta edição de uma das mais famosas criações de Fernando Pessoa analisa detalhadamente cada poema, desvenda as palavras do poeta e clarifica a informação histórica que lhe está subjacente. Elaborada de forma a possibilitar uma leitura acessível, quer ao aluno do ensino secundário, quer ao leitor mais íntimo da obra pessoana, esta é uma obra obrigatória para se conhecer de forma mais profunda e rigorosa o maior poeta do século XX e um dos textos fundamentais da cultura portuguesa.
Miguel Real nasceu em Lisboa em 1953. É professor, romancista, ensaísta e investigador. É colaborador permanente do JL - Jornal de Letras, onde faz crítica literária. Publicou os seguintes romances: A Verdadeira Apologia de Sócrates, A Visão de Túndalo por Eça de Queirós, Memórias de Branca Dias, A Voz da Terra, O Último Negreiro, O Sal da Terra, O Último Minuto na Vida de S. e A Ministra.
João Pedro Lam nasceu em Beja, em 1974. É ilustrador desde 1991. Em Lisboa, ingressou na Faculdade de Belas Artes e começa uma colaboração com alguns dos principais ordãos de comunicação social. Ilustrou diversos livros infantis, alguns deles incluídos no Plano Nacional de Leitura.
4 das ilustrações presentes nesta obra

 Uma outra proposta da Parsifal para a rentrée literária é este livro.
http://www.parsifal.pt/

A 22ª. edição do livro «Dentes de Rato», de Agustina Bessa-Luís, é publicada pela Guimarães

Um livro que já se tornou um clássico da literatura infantil portuguesa.

 
Dentes de Rato

de Agustina Bessa-Luís
(22ª edição)
Ilustrações: Mónica Baldaque
Páginas: 64
Editora: Guimarães Editores

Data de lançamento: Setembro de 2013
Livro incluído no PNL / Ler +


Sinopse: É pela voz de Lourença que surgem as memórias familiares e as aventuras próprias da infância nesta quase-autobiografia de Agustina Bessa-Luís. Levemente ficcionados, os tempos de infância da autora ou da narradora (que se cruzam em cada linha) são aqui oferecidos ao leitor com ilustrações de Mónica Baldaque. Um livro que já se tornou um clássico da literatura infantil portuguesa.

Tinham-lhe posto o nome de «Dentes de Rato», porque os dentes dela eram pequenos e finos, e pela mania que ela tinha de morder a fruta que estava na fruteira e deixar lá os dentes marcados.

A autora: Agustina Bessa-Luís nasceu em Vila Meã, Amarante, a 15 de Outubro de 1922. Filha de um empresário de cinemas e casinos, cedo se deixou viciar pelo romance, iluminada roleta dos comportamentos humanos. Foi com o profético título «A Sibila» que publicou em 1954 que veio a ser reconhecida ao público em geral ao receber o Prémio Delfim Guimarães e o Prémio Eça de Queiroz. Vários dos seus romances foram adaptados ao cinema por Manoel de Oliveira. Foi, durante a sua vida, homenageada em múltiplos países e universidades, condecorada por Portugal e pela França e traduzida em várias línguas. Já foi distinguida por todos os prémios nacionais de literatura e vários internacionais. Recebeu o Prémio Camões em 2004.

A ilustradora: Mónica Baldaque nasceu no Douro, no lugar de Ariz, Peso da Régua. O Douro tem uma importância fundamental na sua actividade de pintora, patente em grande parte da sua obra, alguma publicada em livros e catálogos. Profissionalmente está ligada à museologia, sendo conservadora principal de museus. Tem exercido cargos de direcção, estando actualmente nos museus municipais do Porto. Pertence ao conselho directivo da Associação dos Amigos do Museu do Douro e ao conselho cultural da Fundação Eça de Queiroz. Realizou exposições individuais e participou em exposições colectivas. Integrou o grupo dos artistas convidados pelo Museu do Douro para criarem cinco rótulos para cinco produtores de vinho do Porto. Filha de Agustina Bessa-Luís.




«Na Senda de Fernão Mendes Pinto», de Joaquim Magalhães de Castro

Editora: Parsifal
Ano de Publicação: 2013
Nº de Páginas: 240
 
«Na época de Fernão Mendes Pinto não existiam guias de viagem (…) Quem partia ia ao desconhecido e frequentemente pagava a ousadez com a própria vida», diz-nos o autor na nota introdutória a esta sua mais recente obra, fruto de vinte e cinco anos de viagens e de pesquisas, no encalço do que é para ele, talvez «o português que com maior intensidade viveu a época das Descobertas», Fernão Mendes Pinto.
Diu, Goa, Samatra, Malaca, Vietname, Tartária, Hanói e Birmânia são alguns dos roteiros por onde o herói quinhentista passou e descritos em Peregrinação, a sua mais célebre obra literária publicada em 1614. Joaquim Magalhães de Castro visitou países como a Etiópia, China e Japão em busca de vestígios da presença do aventureiro português nesses territórios, e através de textos, crónicas na sua maioria, e fotografias faz o retrato de um passado de há quinhentos anos, agora transpostos para os monumentos (igrejas, museus, etc.), gentes e costumes. Contados na primeira pessoa os textos do autor de No Mundo das Maravilhas (Editorial Presença, 2010) revelam o rigor e a erudição próprias de quem investiga a História da Expansão Portuguesa. Através deste livro o autor, tal como diz ser um dos seus o objectivos com esta publicação, consegue despertar o interesse pela vida e obra «desse autor, que injustamente ainda não tem o reconhecimento e o mérito a nível internacional que merece.»
Na Senda de Fernão Mendes Pinto é um livro de partilhas de viagens que o tempo fez (n)a história e é uma justa homenagem ao aventureiro e explorador português. Um livro a explorar, portanto.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Entrevista a Alberto S. Santos

Diz ser um escritor que privilegia o contacto com os leitores e diz sentir um «dever de divulgar o gosto pela leitura e pela língua portuguesa». Alberto S. Santos é advogado e político, e há mais de dez anos Presidente da Câmara Municipal de Penafiel. É escritor deste 2008, ano em que estreou-se com a obra A Escrava de Córdova, um romance histórico, tal como os dois livros que a Porto Editora publicou em 2010 (A Profecia de Istambul) e 2013 (O Segredo de Compostela). Neste último, o autor propõe uma outra visão da história das peregrinações a Compostela, defendendo que o túmulo que está na catedral compostelana não é o do Apóstolo Santiago, mas o de um homem que foi rejeitado pela própria igreja, e um homem que terá «vivido com ideias muito avançadas para a sua época», segundo conta-nos Alberto S. Santos nesta entrevista que concedeu para este blogue.
Texto: Miguel Pestana
Fotos: Cedidas pelo autor
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Servindo-se de cinco adjetivos, defina quem é Alberto S. Santos.
Determinado, leal, inquieto, otimista.

O Segredo de Compostela, nas livrarias desde o dia 22 de Maio, acaba de entrar na 2ª edição. Qual o feedback que tem recebido dos seus leitores?
Muito positivo, quer dos leitores que leram pela primeira vez um livro da minha autoria, quer dos que já leram A Escrava de Córdova e ou A Profecia de Istambul.

O protagonista de O Segredo de Compostela é Prisciliano. Quem foi esse homem?
Prisciliano foi um homem que viveu intensamente as alterações da sociedade romana em final de civilização, coincidente com a cristianização do Império (segunda metade do séc. IV). Terá nascido pagão, numa rica família da aristocracia romana, mas sentiu um apelo pelas inquietações místico-filosóficas do tempo, que o levaram a converter-se à mensagem cristã e ao ascetismo. A forma como viveu a experiência religiosa transformou o seu pensamento num poderoso movimento reformador na Hispânia, a Península Ibérica da época. A determinação das suas convicções levou os poderes instalados (Igreja institucional e Estado) e perseguirem-no até à morte, enquanto o povo o considerou santo e mártir.

Muito pouco se conhece sobre a vida e obra de Prisciliano. Será que é por ele ter sido uma das primeiras vítimas da Igreja Católica?
Sim, como referi atrás, a condenação à morte do bispo Prisciliano, na sequência das maquinações dos bispos que o odiavam, com certeza que envergonhou a Igreja de tais atos. De qualquer forma, depois da passagem à clandestinidade de muitos dos seus seguidores e da abjuração obrigada de outros, a sua doutrina parece que começou a ser deturpada e motivou que o chamado “priscilianismo” fosse perseguido em vários concílios vários séculos depois da vida de Prisciliano, com vista à sua erradicação e esquecimento.

Prisciliano era a favor do direito das mulheres e contra a escravatura, isto no séc. IV. Foi um homem muito avançado para o tempo em que viveu…
Sim, do que se conhece do seu pensamento e do que foi escrito sobre ele, terá vivido com ideias muito avançadas para a sua época – a igualdade das mulheres, a igualdade entre os homens (fim da escravidão), a busca da natureza para contactar com a transcendência, o fim da opulência de alguns bispos. Por tudo isso, foi perseguido pela Igreja oficial e pelo Estado romano, que o consideraram herege e o transformaram na primeira vítima cristã por delito de opinião, depois de o cristianismo se transformar na religião oficial do Império. Como Prisciliano era bispo, o caso foi sendo abafado durante muitos séculos, até que surgiram recentemente escritos do próprio e dos seus seguidores que evidenciam que não se tratou de um herege, mas de alguém que pensava avant la lettre.

A história de Prisciliano e do apóstolo Santiago cruzam-se neste seu romance.
Sim, a apesar de terem vivido com quatro séculos de diferença, a Finisterra (e a atual Compostela) podem ser a chave para deslindar o mistério que atravessa os séculos, o de saber como foi possível descobrir o alegado túmulo de um apóstolo (uma das mais importantes figuras do Cristianismo) oito séculos depois de ele ter vivido e num lugar tão distante de onde foi enterrado (Jerusalém). A lenda compostelana (da trasladação do corpo do Apóstolo Tiago numa barca de pedra puxada por anjos desde Jerusalém até às praias galegas), que nasce nessa época, poderá cruzar-se com a memória que pairava no subconsciente coletivo do povo, sobre um bispo santo e mártir (Prisciliano), grande predicador, que morreu decapitado nos confins do Império, e cujo corpo foi transportado pelos amigos para ser enterrado na sua Galécia natal (que são os factos reais e documentados).

Notei um primoroso trabalho de pesquisa sobre a geografia e figuras emblemáticas que viveram no séc. IV. A bibliografia que consultou foi extensa?
Sim, necessariamente. Foi imprescindível conhecer os escritos de Prisciliano e dos seus seguidores, as atas dos concílios que o perseguiram, os livros da época que narraram os acontecimentos, os escritos dos seus detratores, os livros que explicavam o quotidiano, os costumes, a História do Império Romano e do Cristianismo, especialmente na Península Ibérica, estudos arqueológicos e académicos, estudos de inúmeros autores sobre Prisciliano, textos sobre o fenómeno de Compostela e a lenda de Santiago, entre muitos outros temas.

Texto opinativo sobre o livro

Quanto tempo levou a escrever O Segredo de Compostela?
Cerca de um ano e meio. Mas a ideia e a investigação inquietam-me há, pelo menos, seis ou sete anos.

O seu primeiro romance, A Escrava de Córdova, já foi publicado em Espanha. Acha que geraria muita controvérsia se o seu novo livro seguisse o mesmo caminho?
Não sei. Acho que os romancistas têm uma possibilidade mais alargada de apresentarem as suas visões sobre a História. Contudo, alguns reputados historiadores admitem a possibilidade de ser Prisciliano a estar sepultado em Compostela, ou pelo menos de ser a sua memória que paira por aquelas terras galegas.

É um autor que aquando da publicação de uma obra descola-se a vários pontos do país, para apresentações e promoções da mesma. Essas “peregrinações” são essenciais para estabelecer contacto com os leitores ou são “ossos do ofício”?
Faço-o com prazer e espírito de missão. Como autor, gosto de contactar com os leitores, mas sinto igual dever de divulgar o gosto pela leitura e pela língua portuguesa, especialmente nas escolas.

Como surgiu a ideia de escrever o seu primeiro livro, A Escrava de Córdova, atualmente na sua 6ª edição?
Surgiu na sequência do aparecimento de um candil (lucerna) árabe na zona onde vivo (Penafiel), que me levou a investigar sobre a presença dessa civilização na Península Ibérica. Fiquei fascinado com esse tempo que marca o Portugal primordial.

E sobre A Profecia de Istambul, que tema envolveu nesse romance?
Depois, quis seguir o rasto dos portugueses e espanhóis que viveram a aventura mediterrânica do séc. XVI, logo após a saída dos povos muçulmanos. Fascinou-me a temática dos cativos, renegados e dos judeus sefarditas que fugiram da fogueira da Inquisição até Istambul e Salónica, para onde levaram a nossa cultura, costumes e tradições.

Os seus dois primeiros livros já venderam mais de 50 mil exemplares em Portugal. Qual o segredo?
Não sei, não estava à espera. Talvez a forma como procuro entretecer a narrativa adequando a ficção com os factos históricos, assim como os temas escolhidos (normalmente pouco conhecidos pelo público leitor).

Algum dia podemos esperar um livro de Alberto S. Santos que não seja um romance histórico?
Ainda não sei. Mas gostava de experimentar outras praias.

Desde 2001 que é Presidente da Câmara Municipal de Penafiel, tendo sido reeleito por duas vezes, sendo este o seu último ano de mandato. Auspicia num futuro próximo abraçar a profissão de escritor, exclusivamente?
Não me parece viável. Ganhar a vida a escrever num país pequeno como o nosso ainda é para poucos.

Os penafidelenses são o grupo de leitores que mais lê os seus livros?
São com certeza dos leitores mais fiéis e entusiastas. Receei que isso pudesse não acontecer, mas fico muito feliz quando me abordam nas situações mais imprevistas, não para falarem dos problemas da terra, mas das personagens dos meus livros.

Qual o último livro que leu? Pode transcrever a frase de abertura desse livro?
O Mercador de Livros Malditos, de Simoni Marcello.

“Quarta-feira de cinzas do ano do Senhor de 1205.
Rajadas de vento gélido fustigavam a abadia de San Michele de la Chiusa, insinuando, entre as suas paredes, um cheiro a resina e folhas secas, e anunciando a chegada de uma tempestade.
As cerimónias das vésperas ainda não tinham terminado, quando o padre Vivien de Narbonne decidiu sair do mosteiro. Irritado com as efusões de incenso e o crepitar das vela, atravessou a porta da entrada e deu uns passos pelo pátio coberto de neve. Diante dos seus olhos, o crepúsculo exalava os últimos suspiros da luz diurna. Uma inesperada rajada de vento atingiu-o, provocando-lhe um arrepio.”

Já tem alguma ideia para um próximo livro?
Tenho algumas personagens a baterem à porta para entrarem nos próximos livros, mas ainda estou a discutir com elas a que época da História irão parar.


Nota: A entrevista foi realizada via e-mail.