Palavras
Tenho, às vezes, abraços agarrados às palavras.
Redondos. Quentes.
São abraços de
casa, são abraços de amigos,
são abraços da
terra onde me guardo todos os dias.
São abraços que a
vida me escreveu como se escreve um poema: escolhendo as imagens mais doces,
procurando as
rimas mais ricas,
fazendo de mim
quem sou.
Tenho palavras para dar.
As minhas. As de
outros.
As que o silêncio me
segreda quando fecho os olhos
e procuro dentro de mim o
que me falta.
Tenho palavras. E mãos. E abraços. Não tenho mais
nada.
Graça Alves, in Palavras de Cristal, Colectânea de poesia, Volume I, página 160, Editora Modocromia, Junho 2013.
Gostei do seu blog. Tem poemas lindos, como este...
ResponderEliminarParabéns
Odete
Chego aqui via (In)Cultura.
ResponderEliminarNão perdi os meus passos pois,
por palavras eu vou por aí.
O mundo é grande e tudo
o que existe são palavras.
Ditas e escritas e em poesia,
coisa irremediavelmente imprestável
e essencial à vida, como o ar e a água,
tanto me faz.
Boa noite