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sábado, 21 de setembro de 2013

«O Profeta», de Kahlil Gibran

Editora: Coisas de Ler
Ano de Publicação (4ª edição): 2001
Nº de Páginas: 112

Almustafa esperara doze anos na cidade de Orfalés pelo navio que havia de o levar de volta à sua ilha natal. No dia em que se prepara para deixar a cidade a sua alegria se mistura à grande tristeza da despedida. Antes de embarcar o homem sábio dirige-se à multidão que com ele viveu nos últimos anos mesmo embora alguns o tenham visto como um homem solitário e misantropo para deixar umas últimas palavras de apreço pela hospitalidade com que o receberam. «O amor só conhece a sua profundidade na hora da separação», assim começa o profeta. E assim vai semeando a sua poderosa mensagem de auto compreensão e crescimento espiritual, e a cada pessoa do público cabe indicar-lhe um tópico sobre o qual desejam que Almustafa os elucide. O seu discurso incide em temas como o Amor («Quando o amor vier ter convosco, segui-o, embora os seus caminhos sejam árduos e sinuosos.»), Amizade («Quando vos separais de um amigo não fiqueis em dor, pois aquilo que mais amais nele tornar-se-á mais claro com a sua ausência.»), Dor (« Muita da vossa dor é escolhida por vós.»), Alegria e Tristeza («A vossa alegria é a vossa tristeza mascarada.»). O sábio leva o povo a se questionar acerca das suas ideias e acções limitadoras, aquelas que barram e impedem o seu crescimento pessoal e espiritual. Por fim, após saciar a sede de conhecimento da população, e minutos antes de regressar à sua ilha de origem Almustafa diz: «Vou com o vento, povo de Orfalés, mas não vou com o vazio (…) Se no crepúsculo da memória nos encontrarmos mais uma vez, voltaremos a falar e cantareis para mim uma canção mais profunda.»
Através de simples mas significativas parábolas, em O Profeta Kahlil Gibran (1899-1931) oferece-nos através de uma escrita límpida e poética, num estilo que é profundamente contemplativo, eivado de uma sabedoria profunda, uma visão moderna da espiritualidade. É um livro que cativa pela filosofia da vida nele contida. Em suma, o autor de O Louco nos convida a aproveitarmos o que há de mais elevado em cada um de nós, na nossa vida. Publicado pela primeira vez em 1923, reeditado constantemente desde então e traduzido em todo o mundo, O Profeta é considerado um livro de culto no mundo inteiro, e é pela simplicidade com que a obra foi idealizada que o público-alvo deste livro é do mais variado. A presente publicação é a da Coisas de Ler e é a 4ª edição da obra, e contém desenhos e pinturas do autor. O único senão que a edição apresenta resume-se a conter algumas imprecisões no que toca à revisão.

«O amor só conhece a sua profundidade na hora da separação» (p. 11)

«Vós falais quando deixais de estar em paz com os vossos pensamentos, e quando já não conseguis lidar com a solidão do vosso coração, viveis com os lábios e o som é uma diversão e um passatempo (…) E há aqueles que têm a verdade dentro de si, mas não a dizem por palavras.» (p. 73)

1 comentário:

  1. Eu confesso que tenho este livro há montes de tempo na estante, mas ainda não o li, pois há sempre outros que lhe passam à frente.
    Mas pela descrição acho que pode ser intercalado com outras leituras, pois parece ser um livro para saborear com tempo.

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