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1 de Novembro chegaram às livrarias nacionais cinco livros da Assírio & Alvim:
A Papoila e o Monge
de José Tolentino Mendonça
N.º de Páginas: 176
Um surpreendente livro de haikus
Fruto de uma viagem ao Japão, a convite do Centro Nacional de Cultura, e devedor também do Book of Haikus de Jack Kerouac, A Papoila e o Monge é o novo e surpreendente livro de poesia de José Tolentino Mendonça.
«Como se sabe, o haiku japonês é uma composição de três versos, com métrica fixa […], muitas vezes sem rima, propondo-se como um instantâneo que dá a ver o flagrante e o implícito, o assombro e a tensão inerentes à vida. A operação que Kerouac leva a cabo é a de valorizar sobretudo a capacidade do haiku trazer à página the real thing, a coisa verdadeira, libertando-o, porém, do esquema métrico: “Proponho que o haiku ocidental conte simplesmente muito em três curtos versos, e o faça em qualquer língua”.»
José Tolentino Mendonça
Silêncio:
na ravina inacessível
o prado em flor
São disponibilizadas algumas páginas aqui.
Poeta, sacerdote e professor, José Tolentino Mendonça nasceu em 1965, na Ilha da Madeira. Doutorou-se em Teologia Bíblica, em Roma, e vive atualmente em Lisboa. Entre outras responsabilidades é docente na Universidade Católica Portuguesa, dirige o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura e a revista Didaskalia. Tem publicado diversos livros de poesia, ensaio e teatro na Assírio & Alvim, e colaborado em muitos outros como tradutor e/ou organizador. Para José Tolentino Mendonça, «A poesia é a arte de resistir ao seu tempo». A sua obra tem sido galardoada com diversos prémios, entre eles o Prémio Cidade de Lisboa de Poesia e o Prémio Pen Clube de Ensaio.
Reedições de Herberto Helder
Photomaton & Vox (edição revista e aumentada), Os Passos em Volta e O Bebedor Nocturno.
Photomaton & Vox
N.º de Páginas: 176
Os Passos em Volta
N.º de Páginas: 192
O Bebedor Nocturno
N.º de Páginas: 192
Editado pela primeira vez em 1979 e esgotado quase de seguida, encontramos em Photomaton & Vox textos biográficos, poeticamente transfigurados por uma das mais seguras e fulgurantes escritas que o nosso século tem reconhecido e vem admirando - agora numa edição revista e aumentada.
Aparentemente um livro de contos, Os Passos em Volta reúne histórias de enredos simples, mas romanticamente transcen-dentes, representando os passos de um homem em torno da sua existência, sem respostas paradigmáticas, num vazio que se procura transformar em matéria. Sobeja-lhe o corpo, divino, prodigioso e redentor, onde regressa sempre.
O Bebedor Nocturno apresenta-nos um conjunto prodigioso de poemas mudados para português, por Herberto Helder. São textos oriundos de determinadas culturas que vieram a sofrer grandes mutações, ou de culturas locais, primitivas e anónimas e que vieram a ser objeto de colonização. O interesse de Herberto Helder por estas tradições primitivas advém da maneira peculiar como também ele olha o mundo, nele se insere e convive com a linguagem. Nessas tradições, ele encontra a mesma linguagem ritualística, uma vontade de expressão simbólica semelhante e os mesmos valores humanos inseridos numa cosmogonia poética
Herberto Helder nasce em 1930 no Funchal, onde conclui o 5º ano. Em 1948 matricula-se em Direito mas cedo abandona esse curso para se inscrever em Filologia Românica, que frequenta durante três anos. Teve inúmeros trabalhos e colaborou em vários periódicos como A Briosa, Re-nhau-nhau, Búzio, Folhas de Poesia, Graal, Cadernos do Meio-dia, Pirâmide, Távola Redonda, Jornal de Letras e Artes. Em 1969 trabalha como diretor literário da editorial Estampa. Viaja pela Bélgica, Holanda, Dinamarca e em 1971 parte para África onde faz uma série de reportagens para a revista Notícias. Em 1994 foi-lhe atribuído o Prémio Pessoa, que recusou. Publica regularmente na Assírio & Alvim.
Poemas
de Federico García Lorca
Seleção e Tradução: Eugénio de Andrade
N.º de Páginas: 112
No dia 1 de Novembro a Assírio & Alvim publica uma excelente antologia de um dos maiores poetas do século XX. Eugénio de Andrade assina uma escolha criteriosa e uma tradução exemplar. O resultado é um livro perfeito para nos iniciarmos na leitura de uma obra poética ímpar.
O SILÊNCIO
Ouve, meu filho, o silêncio.
É um silêncio ondulado,
um silêncio
donde resvalam ecos e vales,
e que inclina a fronte
para o chão.
Poeta, músico e dramaturgo espanhol nascido em 1898, em Fuente Vaqueros, Espanha. Entre os seus amigos contavam-se, por exemplo, Salvador Dalí, Luis Buñuel, Rafael Alberti e Juan Ramón Jiménez. Em julho de 1936, alarmado pelo começo da Guerra Civil, parte de Madrid para Granada. Mas a premonição de uma morte fatal, que acompanhou toda a sua obra, acabou por se concretizar. Durante uma noite, em Granada, Lorca foi assassinado por nacionalistas. Deixou-nos a sua obra ímpar, testemunho vivo de um dos maiores poetas do século XX.
Cheguei ao seu blog através da minha procura da obra de José Tolentino Mendonça. Gostei do que encontrei. Muito obrigada pelas suas partilhas.
ResponderEliminarAlice Sousa
Olá Alice. Fico grato pelo seu feedback.
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