Páginas

segunda-feira, 31 de março de 2014

«Colheita», de Jim Crace

Data de Publicação: 18/03/2014
N.º de Páginas: 216

The luminaries, da escritora Eleanor Catton, foi o romance vencedor do prestigiado Man Booker Prize de 2013. Um outro candidato ao prémio, intitulado Harvest, figurou também na lista final e fora apontado como um dos favoritos pela crítica. Esse romance foi escrito por um dos maiores romancistas ingleses da atualidade: Jim Crace (n. 1946).
O cenário de Colheita desenvolve-se numa remota aldeia inglesa (situada num local e tempo não especificado pelo autor), com poucos habitantes, mas com muitos hectares de terra de cultivo. O pacato quotidiano dos agricultores, nessa terra onde «tudo estava destinado a manter a forma que tinha», rege-se em torno da labuta, de sol a sol, e mesmo com o excesso de trabalho a fartura na mesa não abrange os seus lares, nunca. Master Kent, o proprietário das terras, devido à mão-de-obra que, mesmo sendo vasta não é suficiente, em busca de melhor retorno financeiro, manda um primo seu vir visitá-lo, a fim de poder contar com o conselho e gestão das suas terras por uma pessoa de fora, mais habituada às novas técnicas agrícolas. Ele era apenas um gestor de pessoas, não de máquinas. Com a chegada de novos forasteiros, com visão oposta às da população, uma ameaça pairará na pequena aldeia. Incêndios, torturas, mortes, deserções e mistérios farão parte da narrativa após as primeiras duas dezenas de páginas, e terão uma voz que as narrará ao leitor: Walter Thirsk, um agricultor, um dos poucos que sobreviveu para contar a história.
Colheita é um romance intrincado, que questiona, mais do que dá respostas. A prosa é rica, metódica, linguisticamente criativa, e é dada a conhecer paulatinamente, via frases curtas. Jim Crace não necessitou de quatrocentas ou quinhentas páginas para revelar como o progresso varre o passado e distancia as pessoas do mundo natural, a que pertencem. O final do romance poderia ter sido melhor compreendido se o autor não tivesse tanta relutância em descortinar mais o enredo, os factos sobre os personagens centrais. Contudo, essa omissão premeditada (ou não) não conta demasiado para que este romance não seja classificado como um belo livro.
Além de Colheita, que chegou às livrarias portuguesas a 18 de Março, Jim Crace é autor de outros doze livros; desses, para português foram traduzidos os seguintes: pela Difel: Continente (1988), e Quarentena (1999), A Morte nas Dunas (2001) e Arcádia (2006) pela Gradiva.


8 comentários:

  1. Adoro a escrita de Jim Crace e este romance cativou-me à primeira. Concordo com a referência ao final do livro (pouco pormenorizada) porque também prefiro quando está tudo "preto no branco".

    ResponderEliminar
  2. Curiosa em ler este!nunca li nada do autor.

    ResponderEliminar
  3. Não conhecia este autor mas fiquei com vontade de ler e este livro Colheita aguçou-me o apetite :)

    ResponderEliminar
  4. Tenho lido muitas críticas positivas a este livro e estou curiosa por lê-lo

    ResponderEliminar
  5. Aqui está um livro que gostaria muito de ler, só ainda não tive oportunidade. Talvez um dia destes :)

    ResponderEliminar
  6. Estou muito curiosa para ler este livro! Gostei da história!

    ResponderEliminar
  7. Já tenho este livro, agora é só arranjar um tempinho para lê-lo. Pela descrição parece ser muito interessante

    ResponderEliminar