Mulheres Azuis
de Catarina Gaspar (com ilustrações de Anabela Santos)
N.º páginas: 112
Editora: Mahatma
Data de publicação: 8/03/2014
Sinopse
Mulheres Azuis
é um título curioso, pois transporta-nos para dois mundos antagónicos
sa simbologia do azul, essa cor tão falada pelo povo, cantada por poetas
e referenciada por escritores.
Um,
mais terreno, carregado de sofrimento, impedimentos e castrações; o
outro evoca a transcendência, a sublimação do desejo, a profundidade e a
imaterialidade.
O livro foi apresentado pelo escritor Paulo Câmara no passado dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, no Auditório do Centro Cultural do Morgado, em Arruda dos Vinhos.
A autora
Catarina Gaspar nasceu a 12 de agosto de 1965 em Galveias, vila do concelho de Ponte de Sôr. Casada, mãe de duas filhas, residente em Arruda dos Vinhos, licenciada em Solicitadoria. Publica o seu primeiro livro de poemas Momentos em 1998.
O livro de poesia A Esmeralda, o rei é publicado em 2012. Mulheres Azuis é a sua estreia em prosa.
Excertos
«Talvez
naquela hora tenhas mudado o teu destino. O destino das mulheres de um
povo embrutecido pelo sol e pelo trabalho, com largos horizontes e
estreitas esperanças.
(...) Falaste-me naturalmente do amor. Da noite de luar em que, entre duas margens de trigo, te despiste de roupas e
montaste as coxas másculas do Salvador, o rapagão mais cobiçado da
terra, sem medo do depois. De como ele gemeu quando o envolveste. Do teu
corpo ondulante como mar de Verão, desfrutando lenta e silenciosamente
do prazer. - Podes ficar grávida - sussurou-te enquanto te segurava as
ancas e te mantinha quieta. - Seja o que Deus quiser-, murmuraste, e
repetidamente desceste o teu corpo provocando, na explosão a paragem do
universo, sabendo que aquele homem jamais deixaria de ser teu mesmo
quando a maciez inchada dos seios e os enjos matinais surgissem.»
«Olhei-te.
A camisa negra. O colar de pérolas. O cigarro nos lábios. As gotas dos
chuviscos que começavam a escorrer pelo rosto. Os pés descalços.
Dolorosamente descalços. O casaco quente com certo ar de realeza. Os
olhos descalços como os pés. Sem água para os peixes. Olhei-te. Não há
na nossa vida um só acto cobarde.»
O livro pode ser adquirido nas livrarias ou através do site http://www.edicoes-mahatma.com, ou ainda através do contacto da editora: edicoesmahatma@mail.com
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