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sábado, 3 de maio de 2014

«Quando Nietzsche Chorou», de Irvin D. Yalom

Ano de Publicação 10.ª ed.: 2011
N.º de Páginas: 320

O primeiro romance que o psiquiatra Yalom escreveu foi dado a conhecer aos leitores em 1992 e ele atribuiu-lhe o título When Nietzsche Wept. Esta é a sua obra de ficção mais conhecida do público e foi a única adaptada para filme, em 2007.
A história tem contornos fictícios, mas os seus personagens existiram mesmo e marcaram uma fase importante da História e deixaram um legado fulcral no ramo da Filosofia, Medicina e Psicologia: Friederich Nietzsche, Josef Breuer e Sigmund Freud — os dois primeiros protagonizam a história, que data a capital da Áustria em 1882. Quando encontra-se de férias em Veneza e é abordado por uma jovem e bela mulher solicitando-lhe, desesperadamente, ajuda para tratar um amigo filósofo com tendências suicidas, o dr. Breuer aceita tratar esse caso aparentemente urgente. Muito céptico, Nietzsche é recebido no consultório do conceituado médico, em Viena, e informa que já fora consultado por vários dos médicos mais famosos da Europa, mas nenhum conseguira uma cura para a(s) sua(s) debilitante(s) doença(s) do corpo e da alma. Após várias sessões e ainda muito reticente, o filósofo aceita ser internado durante um mês numa clínica psiquiátrica sob os cuidados do doutor, mas Breuer depois de ter analisado a personalidade obstinada e orgulhosa do paciente, que não dá sinais de querer ser curado, decide fazer um pacto terapeuta-paciente. Assim, com os conselhos do seu amigo Freud, Breuer pede também que o filósofo use do seu conhecimento profundo sobre a condição humana para tratá-lo, pois por dentro da bata branca esconde-se um homem profundamente angustiado. Os dois homens se encontram e compartilham receios, sonhos, desejos, relacionamentos amorosos falhados, e como resultado conhecem o lado mais frágil um do outro mas, fundamentalmente, conhecer-se-ão verdadeiramente a si próprios. Assim, sob a forma de catarse, esses exercícios de auto-consciência dialéticos revelar-se-ão benéficos para a cura, as curas. Um actuou como «médico do corpo», o outro como «médico da mente».
Quando Nietzsche Chorou é um romance atraentemente bem estruturado, bem delineado na veste psicológica e complexa dos dois personagens centrais, transpostos da realidade. Evidencia-se um bom trabalho de pesquisa sobre o enquadramento social, histórico e científico da época narrada. Apesar de Nietzsche e Breuer nunca terem-se cruzado (revela o autor de De Olhos Fixos no Sol nas notas finais do livro), o romance lê-se como se realmente o que Yalom imaginara, tivesse passado na realidade. Há que apontar que neste livro, que vai já na sua 10.ª edição, a revisão deixa a desejar; há variadíssimas falhas na pontuação. Um best-seller como este merece um maior cuidado.

25 comentários:

  1. Nunca li nada deste autor. Gostei da crítica.

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  2. Este é um livro que, desde que saiu, trago debaixo de olho. Vai ser uma das minhas próximas aquisições

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  3. Quer muito ler esse livro já faz algum tempo!

    Luciane S. Vieira

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  4. Já não é a primeira vez que vejo críticas boas em relação a este livro e como tal resolvi trazé-lo da biblioteca para ler.

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  5. Nietzsche é o meu filosofo. Eu vi o filme e li o livro. Esta critica está perfeita.

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  6. Uma boa leitura num futuro próximo

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  7. Adoro este autor, é um dos meus preferidos! Este livro em particular, na minha opinião, é o melhor dele. Um dos livros da minha vida!!

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  8. A minha proxima compra,Adoro livros desse autor

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  9. Sempre adorei Nietzsche:) Deve ser interessante esta obra

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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  11. Gostei da critica, possivelmente uma minhas próxima leituras.

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  12. Gostei da critica!
    Talvez seja um dos proximos a ser lido!

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  13. Um livro que adoraria ler! Sou fã do Dr. Irving!

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  14. Achei a critica interessante. Fiquei bastante interessada em ler :)

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  15. Tenho muita curiosidade em ler este livro. Já está na minha wishlist! (:

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  16. Este livro desperta-me curiosidade, uma vez que fala de Nietzsche :)

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  17. Conheci a obra desse autor lendo " A cura de Shopenhauer", desde então quis conhecer outros livros de Irvin D. Yalom. A partir daí o interesse pela filosofia passou a ser, para mim, uma grande fonte de aprendizado.

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  18. Um best-seller como este merece um maior cuidado...

    pergunto eu: se tivesse havido mais cuidado seria um best-seller?

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