de Nuno Costa Santos
Data publicação: Junho 2014
Páginas: 160
Sinopse
"Apetecer" é um verbo demasiado leviano nestes tempos em que tudo tem de
ser justificado, cada decisão deve ser fundamentada por uma data de
estudos e previsões. Apetece-me uma coisa qualquer e vem logo um
especialista com as suas opiniões sustentadas. Veja lá bem, pense duas,
três, quatro vezes. Pior do que tudo, por me apetecer entro na categoria
dos Tipos a Quem Apetece Esse Tipo de Coisa. Chegou a altura de ir para as
janelas gritar que há estudos a mais. Ou por outra: os estudos são mais do
que as mães e, tal como as mães, às vezes podem ser muito chatos.
Quero acreditar que Gaudi desenhou a Sagrada Família porque lhe apeteceu.
Que Fernando Pessoa escreveu o poema Tabacaria porque lhe apeteceu. Que
Deus, se existir (se calhar não lhe apetece existir, está no seu direito),
criou o mundo e o Homem porque lhe apeteceu. Porque lhe deu na telha. E
nada nem ninguém - nenhum estudo e nenhum especialista - tem alguma coisa
a ver com isso.
Nuno Costa Santos nasceu em 1974. É escritor e guionista para cinema,
dramaturgo, autor de programas radiofónicos e televisivos. Na televisão,
destaque para Melancómico, Zapping e Serviço Público. É colaborador permanente da revista Ler (Círculo de Leitores), onde assina o espaço Provedor do Leitor (ou Como fazer amigos na literatura).
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