Os três primeiros volumes da coleção 'Biblioteca Indispensável' da Paulinas Editora, dirigida e coordenada por José Tolentino Mendonça chegam às livrarias a 27 de Outubro.
Sobre a Coleção 'Biblioteca Indispensável':Estes são livros que não passam. Clássicos do espírito cristão, ou simplesmente do espírito, reunidos agora numa coleção que pretende testemunhar a vitalidade, a diversidade e a surpresa da experiência de Deus. Cada um destes volumes é um pequeno grão onde a esperança inteira cintila. O resultado é não só uma biblioteca indispensável que o passado do Cristianismo e da cultura legam ao presente, mas um tesouro que o nosso presente é chamado a reencontrar apaixonadamente e a transmitir ao futuro.A coleção é caracterizada por um grafismo ao mesmo tempo sóbrio e representativo, onde predomina a cor preta (em fundo), contrastando com outras cores (em relevo) indicativas do género literário da obra. Os elementos decorativos baseiam-se em motivos clássicos portugueses, redesenhados na atualidade, com subtis referências à iconografia cristã.
A PEDREIRA E OUTROS POEMAS
de Karol Woytila (São João Paulo II)
Páginas: 128
O livro«O fluxo dos poemas wojtylianos é amplo, em sequências de grande fôlego e de um pensamento habituado às imagens, mescladas com os sentimentos mais fortes e até antitéticos do homem (amor/ódio), progride a partir tanto dos factos como da visão, aspirando sempre a um bem maior e a uma linguagem inovadora. Ainda que tenha motivos religiosos, não se trata de uma poesia religiosa ou confessional, antes é plenamente laical, transbordante de humanidade e de solidariedade com os outros. Este caudal poético apenas é comparável, na minha opinião e no que concerne à poesia portuguesa, à obra poética de Herberto Hélder ou à de Ruy Belo. No contexto da Weltliteratur, nota-se uma leitura assimilada de Rilke, tanto das Elegias de Duíno como dos Novos Poemas (aliás, no livro Atravessar o Limiar da Esperança, João Paulo II refere-se ao ciclo de poemas rilkianos, A Vida de Maria). Karol torna-se convincente pela sua linguagem e pela experiência que a suporta, como é o caso do seu trabalho numa pedreira. Muitos dos temas que aborda nestes poemas vêm a ser, mais tarde, objeto de documentos do seu magistério (como é o caso do poema “A Pedreira” e a Encíclica Laborem exercens)» (Maria Teresa Dias Furtado).O autorKarol Wojtyla (São João Paulo II) nasceu em Wadowice (Polónia), a 18 de maio de 1920, e faleceu em Roma (Itália), a 2 de abril de 2005. Aquele que foi um dos Pontífices mais marcantes da história recente da Igreja, foi também um homem de letras – poeta, dramaturgo e ensaísta –, uma faceta da sua vida que, para muitos, permanece ainda desconhecida.
EU E TU
de Martin Buber
Páginas: 136
O livro«Toda a vida humana é um coexistir na dimensão quotidiana do tu e eu, mas também na dimensão absoluta e definitiva do eu e Tu. A tradição bíblica gira em torno deste TU, que é antes de mais o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob, o Deus dos pais, e, em seguida, o Deus de Jesus Cristo e dos Apóstolos, o Deus da nossa fé. A nossa fé é profundamente antropológica, está enraizada constitutivamente na coexistência, na comunidade do povo de Deus e na comunhão com esse eterno Tu. Uma existência assim é essencial na nossa tradição judaico-cristã e provém da iniciativa do próprio Deus» (João Paulo II).O autorMartin Buber nasceu em Viena, a 8 de fevereiro de 1878, e faleceu em 1965, em Jerusalém. Profundamente marcado pela sabedoria hassídica, bateu-se também pela causa sionista, mas no respeito pelo Outro, defendendo por isso a criação de um Estado judaico «binacional, israelita-palestino». A sua filosofia é devedora de várias influências, com especial destaque para a de Kierkegaard (1813-1844). Diz dele Gaston Bachelard: «É preciso ter conhecido Martin Buber pessoalmente para se compreender num instante a filosofia do encontro, essa síntese do evento e da eternidade.»
OS PORTAIS DO MISTÉRIO DA SEGUNDA VIRTUDE
de Charles Péguy
Páginas: 184
O livro«[O volume Os Portais do Mistério da Segunda Virtude] é porventura o mais assombroso poema sobre a esperança de toda a literatura contemporânea… O teólogo von Balthasar haveria de colocar [o seu autor] entre os génios religiosos que celebram a glória de Deus, ao lado de Santo Agostinho, de Dante, de Pascal ou de Hopkins. Com palavras como estas: “Péguy é indivisível, ele mantém-se dentro e fora da Igreja, ele é a Igreja in partibus infidelium, lá onde a Igreja deve estar... lá onde mundo e Igreja, mundo e Graça se encontram e se interpenetram, até ao ponto em que se torna impossível distingui-los. (...) O realismo bíblico e a integridade de pensamento conferem a Péguy uma clarividência sem costuras, para olhar o mundo exatamente como ele é: grande e miserável”» (José Tolentino Mendonça).O autorNascido em Orleãe, em 1873, no seio de uma modesta família de artesão, discípulo de Romain Rolland e Henri Bergson, Charles Péguy foi um intelectual francês comprometido com as grandes causas de finais de Oitocentos e início de Novecentos, tendo depois se reaproximado do catolicismo. Morreu em combate em 1914, durante a Primeira Grande Guerra.
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