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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A Gradiva publica a 18 deste mês: «Alberto João Jardim na Primeira Pessoa - Vida, trajeto, obra e autoavaliação em grande entrevista»

Alberto João Jardim na Primeira Pessoa
Vida, trajeto, obra e autoavaliação em grande entrevista
de José Eduardo Franco e Paulo Rocha
Páginas: 124
Data de publicação: 18/02/2015

«É pouco afirmar que Alberto João Jardim deixou uma marca inapagável e transformadora na história dos quase 600 anos de povoamento do arquipélago madeirense. Haverá uma história da Madeira antes e depois de Alberto João. […]
Acima de tudo, Alberto João Jardim ficará na memória coletiva da opinião pública e no meio político português da democracia contemporânea fundamentalmente como uma voz dissonante. Popular é e ficará popular para muitos, especialmente para o povo simples que aprecia políticos ‘sem papas na língua’, e valoriza um presidente do governo que conversa, convive e festeja com todos, querendo escutar diretamente os problemas da boca das pessoas e muitas vezes garantindo imediatamente a solução a dar, numa espécie de democracia em direto. Contudo, é um político receado e até detestado por alguns setores das elites políticas e intelectuais devido às suscetibilidades criadas pelo seu estilo de liderança. A imagem estereotipada que tem sido cristalizada a partir da forma provocadora de lidar com os jornalistas, de afrontar os seus críticos e de discursar em registo de campanha eleitoral tornou-se dominante nos juízos correntes sobre Alberto João Jardim entre as elites continentais. Esta imagem negativa, que acende muitas críticas, contrasta com a perceção muito diferente com que se fica de Alberto João Jardim em situações e ambientes sociais e culturais, onde a mais conhecida postura combativa deste líder, defensor estrénuo da Madeira contra todos os seus inimigos, que não tem pejo em nomear e caracterizar de forma veemente, dá lugar ao perfil do gentleman, culto, simpático, acolhedor e com grande sentido de humor. Quem conhece os dois lados desta personalidade fica desconcertado com o contraste impressionante entre o Alberto João Jardim dos comícios e das respostas agressivas a alguns jornalistas do Continente e da Madeira e o Presidente do Governo a discursar em congressos científicos e culturais, falando com saber, ponderação e reflexões estimulantes para médicos, historiadores, engenheiros, arquitetos, etc. Parecem duas personalidades diferentes, mas na verdade são dois estilos exercitados para serem adequados a diferentes situações e públicos.
O líder madeirense é, pois, uma das figuras mais polémicas, mais desconcertantes e mais peculiares da história da democracia portuguesa dos últimos 40 anos. Por isso, mais do que a marca material deixada pela sua longa governação, ficará na história política como uma personalidade incontornável enquanto caso de estudo que merecerá a atenção dos cientistas políticos.» In Introdução

Outras novidades editoriais de Fevereiro da Gradiva: O Princípio da Noite de Tiago Patrício, Filhos de Saturno - Escritos sobre o tempo que passa de António José Saraiva, A Tentação do Abismo: Sanz Blues de Rui Araújo, Os Franceses (O Guia do Xenófobo) de Nick Yapp e Michel Syrett, Os Portugueses - (O Guia do Xenófobo) de Matthew Hancock.

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