Esgotado há algum tempo, Proibido (216 páginas) continua a ser um dos livros mais procurados pelos leitores. Editado originalmente em 2007, o livro de António Costa Santos reporta a um tempo não muito longínquo da história nacional em que tudo era proibido: usar isqueiro, dar beijos no jardim, casar com uma enfermeira. Durante anos, até alguns livros eram proibidos. Este, se ainda fossem os mesmos a proibir, talvez fosse um deles. Agora é obrigatório lê-lo.Com ironia, Proibido (Guerra e Paz Editores) faz humor com o nosso passado ainda recente, de forma descomplexada. Este é um livro útil, que faz uso de documentos históricos para retratar um País muito diferente daquele em que vivemos agora.Já imaginou viver num país onde uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido? Como será a vida num país onde meçam o comprimento das saias das raparigas à entrada da escola, para que os joelhos não apareçam? Imagina-se a viver numa terra onde não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas ainda há poucos anos tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo em público. O beijo na boca era qualificado de acto exibicionista atentatório da moral. Levado para a esquadra, ou para o posto da GNR, o delinquente beijoqueiro era autuado em pelo menos 57 escudos, e passava invariavelmente pela cadeira do agente-barbeiro, de onde saía de cabeça rapada, máquina zero.Esta e outras histórias estão disponíveis na novíssima edição de Proibido. É muito mais do que um livro, é uma viagem e um exercício para a sua imaginação. Está de volta às livrarias a 3 de Junho.
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