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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Excertos de «A Felicidade dos Tristes», de Luc Dietrich

de Luc Dietrich

Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes

Número de páginas: 224 | Publicação: 2015 | Editora: Sistema Solar
Excertos
«Porque as melhores pessoas são tristes. A minha mãe é pálida, muito pálida, e mesmo quando se ri treme-lhe uma tristeza no riso como gotas de água num ramo ao sol. Nunca vemos Jesus dar cotoveladas aos seus discípulos e torcerem-se a rir. Judas, esse, queria armar-se em esperto e afastava-se deles para se rir sozinho. Nunca se viu ninguém pensar numa coisa difícil, nos rebentos de uma árvore, no sol, como é que ele sobe e desce na água do céu, e desatar a rir-se. Aliás, só há felicidade nos tristes.» (p. 55)

«Nós, nós somos infelizes por não andarmos nada contentes com o que somos, e também por não sabermos o que gostaríamos de ser.» (p. 56)

«os verdadeiros homens são aqueles que parecem aos outros o mesmo que parecem a si próprios.» (p. 108)

«o fogo é, para a alma, mais digna companhia do que um amigo. Porque o amigo é um ser de carne que há-de apodrecer. A erva apodrece, a árvore apodrece, os animais apodrecem, os frutos apodrecem, os homens apodrecem. O fogo é o único ser vivo que não apodrece e na sua morte nada há mais horrível do que o simples nada.» (p. 182)
O autor
Luc Dietrich nasceu a 17 de Março de 1913 em Dijon e morreu a 12 de Agosto de 1944. A Felicidade dos Tristes, com que esteve à beira de ganhar o Prémio Goncourt em 1935, é a sua obra mais conhecida.

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