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domingo, 26 de junho de 2016

«O Fantasma de Canterville e outras histórias», de Oscar Wilde

Editora: Alêtheia
Data de publicação: Março de 2016
N.º de páginas: 160

No conto O Fantasma de Canterville, é narrado a história de um atormentado fantasma que há mais de 300 anos aterroriza sucessivas gerações da família Canterville, em sua mansão.
Na Londres mil-oitocentista, os últimos descendentes dos Canterville decidem pôr a casa à venda, e assim, passam o testemunho ‘fantasmagórico’ a outros hóspedes. Os Otis, uma família americana compra a mansão, mesmo advertida das histórias de assombrações. O medo desenfreado que os antigos habitantes britânicos sentiam em relacção ao fantasma, para esta família muito “terra-a-terra” é inexistente, e isso comprova-se logo na primeira noite em que o fantasma se revela aos novos inquilinos, em que nenhum membro da família se sente abalado pela sua aparição e até ridicularizam-no.
O fantasma, que até aprecia a poesia, passa, então, a temer os novos residentes quando todas as suas tentativas de assustá-los resultam incólumes. Virgínia é a única dos filhos que deixa o seu sangue-frio de lado e aborda-o, tentando compreender o seu passado traumático, que deixara o seu espírito perpetuado ‘ad aeternum' àquela casa.
A temática gótica e sobrenatural do conto está doseada quanto baste, e além de ser uma leitura divertida faz o leitor refletir sobre as diferenças entre sociedades e sobre o bem e o mal.
Além de O Fantasma de Canterville, que é tido como um dos melhores contos de Oscar Wilde, podemos encontrar outros três, escritos com a mesma inteligência, sagacidade, ironia e humor, bem ao seu estilo. São eles A Esfinge sem Segredo, O Crime de Lord Arthur Savile e a curtíssima história intitulada O Milionário Modelo.
O Fantasma de Canterville e outras histórias tem a chancela da Alêtheia, editora que tem apostado fortemente na publicação de clássicos da literatura, mas que tem continuado a não mencionar nas suas fichas técnicas os títulos a partir dos quais os livros são traduzidos; inclusive, oculta o nome do tradutor que faz esse trabalho. Para o leitor mais rigoroso, saber quem traduziu determinada obra, ainda por cima quando se trata de clássicos, é imprescindível.

(Texto publicado na revista Mais, suplemento dominical do Diário de Notícias da Madeira, em 26/06/2016)

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