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terça-feira, 27 de setembro de 2016

«Verdade Escondida», de Mary Kubica

Editora: Topseller
Data de publicação: Julho 2016
N.º de páginas: 336

Dois narradores traçam a conturbada história, passada em cinco dias, do desaparecimento de uma jovem em Chicago. A protagonista é Esther Vaughan, uma livreira que partilha o apartamento com Quinn, há quase um ano; esta actual companheira com quem divide a renda é apenas mais uma das que já viveu com ela. Depois de uma noite de farra, Quinn acorda e dirige-se ao quarto da amiga e repara que a janela está aberta e a cama intacta. Alarmada, mas sabendo que se se dirigir à polícia para reportar o suposto desaparecimento de Esther, eles nada poderão fazer, não sem antes decorrer o tempo mínimo de desaparecimento de uma pessoa, ela tenta manter a calma. Enquanto deambula pelo apartamento em busca de algum sinal que revele o paradeiro da colega, ela depara-se com uma carta estranha, que a faz perceber por que razão a livreira não gostava de falar sobre a família. Será possível Esther levar uma vida dupla?
Paralelamente, em Michigan uma jovem rapariga andrógina aparece num café onde trabalha Alex, de 18 anos, e chama a sua atenção. Também esta personagem feminina tenta esconder de todos o seu passado. Um psiquiatra e uma mulher que padece de agorafobia são os outros personagens que Mary Kubica criou para fazerem parte deste segundo plano da trama.
Misterioso e enigmático. Povoado por personagens que tentam ser resilientes a todo o custo, mas que fracassam, Verdade Escondida vem mostrar uma vez mais a razão pela qual a autora tem vindo a se afirmar como um dos nomes mais relevantes do género literário mais popular do momento: o thriller psicológico.
Contudo, mesmo sendo de leitura voraz, este seu terceiro romance fica aquém dos anteriores Vidas Roubadas e Não Digas Nada. Uma prosa por vezes desconexa, uma marca que não é de todo seu apanágio, e um desenlace pouco sensacional ajudaram Verdade Escondida a não ter a visibilidade que a autora com certeza pretendia alcançar.

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