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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

«Vaticanum», de José Rodrigues dos Santos

Editora: Gradiva
Data de publicação: 06-10-2016
N.º de páginas: 608

Nas primeiras páginas do décimo sexto romance de José Rodrigues dos Santos, podemos ler o relato de um assalto aos cofres do Palácio das Congregações, no Vaticano, encabeçado por extremistas do Estado Islâmico. Após furtados documentos que desvendam um nicho de corrupção no seio da Cúria Romana, incluindo pagamentos milionários a políticos corruptos, subornos e a existência de um paraíso fiscal em plena cidade de Roma, o Papa Francisco fica na mira da temível organização jihadista islâmica.
O professor Tomás Noronha, que está no Vaticano na altura, encarregue de procurar vestígios dos restos mortais do primeiro dos Papas, é chamado a comparecer com urgência nas instalações do actual Papa. Este, incumbe uma missão de extrema importância ao historiador português, que se for mal sucedida pode pôr em risco não só a vida de Francisco como pode pôr termo à própria Igreja Católica.
Com o auxílio de Catherine Rauch, responsável pela equipa de auditores que o Vaticano contratou para verificar as contas da Santa Sé, o criptanalista irá se deparar com várias informações bombásticas seladas nos Arquivos Secretos sobre o modus operandi falcatruoso e desonesto para com os fiéis católicos (por exemplo, mais de metade das esmolas provindas dos fiéis não vai parar aos pobres, mas aos bolsos de cardeais, alimentando as suas vidas de luxos), alimentado por várias figuras de elite da Igreja, nas últimas décadas.
Enquanto Tomás Noronha prossegue na sua missão, o Santo Padre é raptado e um vídeo é difundo na internet com uma mensagem do próprio, que o professor terá que decifrar, para bem da Humanidade — segundo as profecias de São Malaquias, os vaticínios do Papa Pio X e o verdadeiro conteúdo do terceiro segredo de Fátima, Petrus Romanus (Papa Francisco) será o último dos Papas.
Corrupção, portanto, é a palavra-chave que envolve toda a trama ficcional com contornos verídicos de Vaticanum, obra que segundo o autor, começou a ser delineada a 13 de Março de 2013, dia em que o papa Francisco foi eleito.
Este é mais um romance fascinante de José Rodrigues dos Santos, que informa e instiga o leitor, e que nos mostra que dinheiro e poder é a conjugação e realidade da Cúria do Vaticano. Como é apanágio nos seus livros, além de ter mistérios e códigos, este revela também ter sido fruto de muito trabalho de investigação bibliográfico e in loco também.
É possível e plausível imaginar Vaticanum, o livro mais vendido de 2016 a nível nacional, numa adaptação ao cinema. Quem sabe se este não será o primeiro livro do jornalista a despertar o interesse de algum realizador internacional? Não é algo utópico, até porque os romances do autor, que já venderam mais de três milhões de exemplares em todo o mundo (contam-se traduções para 20 línguas), estão cada vez mais ao alcance de qualquer leitor a viver no estrangeiro.

3 comentários:

  1. Li o livro e sim, era muito bom se ele fosse adaptado para cinema. Além do enredo, as verdades que encontramos no livro são de nos deixar boquiabertos.

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  2. Este ainda não li, mas já li o Codex e o Sétimo Selo. São livros ligeiros, honestos e que cumprem uma função importante da leitura que é também a de entretenimento. Ótimos para uma leitura de férias!

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