José Tolentino Mendonça tem um novo livro de poesia. Teoria da Fronteira (80 pp.) é publicado a 1 de Junho pela Assírio & Alvim.
A primeira parte deste novo livro abre com a seguinte epígrafe de Gloria Anzaldúa: «Penso na fronteira como o único ponto da terra que contém todos os outros lugares dentro de si», mote para uma poderosa reflexão sobre o amplo significado da palavra fronteira, nas suas múltiplas dimensões e como metáfora emblemática da humanidade, ontem como hoje. Ponto de partida para viagens por terras e cidades, por tempos passados e presentes, peregrinando pelos lugares da amizade, pela solidão, pelo silêncio, pelo corpo.
Na cabana da guarda quando a horase faz precipitadamente escurao peregrino varreos seus pensamentos e esperanunca foi tão transparenteo vidro da janela por onde vigia
MÃOS VAZIAS
Mãos vazias são salva-vidas para tempos difíceisuma afeição a salvo dos especuladoreso seu vazio é uma pedrae se observares bem ela flutua
as mãos vazias são selvagens na sua belezaduras mesmo se vulneráveissão o esconderijo ideal para guardares relâmpagose verdades ferozmente concisas
as mãos vazias esperam não o fim mas a frestaalagadas na ferrugeme preferem enlouquecer a acreditarque a realidade é só aquilo que se vê


Gostei.
ResponderEliminarDeseja conhecer meu livro de poemas?