Edição: Cultura Editora
Data de publicação: Outubro 2017 N.º de páginas: 96 |
«Para que o caráter humano revele qualidades verdadeiramente excecionais, temos de ter a boa sorte de ser capazes de observar o seu desempenho durante muitos anos.» Este é o incipit de O Homem que Plantava Árvores, um dos livros mais conhecidos e traduzidos do escritor francês Jean Giono (1895-1970). A história foi escrita em 1953, é curta, mas nela estão condensadas várias mensagens de grande profundidade filosófica, ecológica e humana.É o narrador deste conto que apresenta ao leitor Elzéard Bouffier: um homem solitário, que vive com as suas ovelhas e cão nos Alpes franceses. O primeiro encontro que ele teve com este pastor foi há cerca de quarenta anos, em 1915, numa época em que nessa zona perto de Provença, um lugar deserto, árido, sombrio, o suicídio era uma epidemia. Fruto da generosidade, perseverança e coragem deste «camponês analfabeto» que sentiu o apelo de trabalhar a terra lado a lado com o tempo, em poucos anos milhares de carvalhos erguem-se, florestando não só o meio ambiente, mas também a vida dos habitantes locais.A vida de Elzéard sempre teve um sentido, um propósito, e talvez por isso ele era feliz, mesmo vivendo solitariamente.O Homem que Plantava Árvores (trabalho de tradução a cargo de Hugo Gonçalves) inspira o leitor a reflectir sobre as pequenas coisas, sobre os actos e efeitos a longo prazo que simples gestos podem ter na nossa vida e na dos outros. Esta história plena de alegoria, mesmo sessenta anos após a sua publicação, continua actual e com uma mensagem fortíssima para repercutirmos sobre o estado do meio ambiental em nosso redor e no mundo.Uma nota para as ilustrações que acompanham a história, elaboradas de propósito para esta edição da Cultura Editora, que aprimoram-na visualmente.De Jean Giono, encontram-se também disponíveis nas livrarias os livros O Homem que Falou (Ed. Sistema Solar, 2016) e O Grande Rebanho (Ed. Presença, 2014).Citações«(…) percebemos que os humanos podem ser tão eficazes como Deus em outras áreas que não a destruição.» (p. 54)«(…) ele trabalhava em absoluta solidão: tão absoluta que, quase no fim da sua vida, perdeu a capacidade de falar. Ou talvez tenha percebido que não precisava de o fazer.» (p. 64)
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