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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Os romances de Fevereiro com o selo da Editora Sistema Solar

O Farol do Amor
de Marguerite Vallete Rachilde
Do texto de apresentação
O farol, símbolo fálico, e as águas, símbolo matricial feminino, passam em Rachilde por uma relação demente; e o que apreendemos como metáfora neste Farol de Amor resulta em grande parte de uma escolha nada inocente de palavras, de uma sugestão de cheiros e cores.

Quem percorrer os limbos da Literatura e tirar a febre aos livros encalhados longe do favor dos manuais, terá por vezes a compensação de um sobressalto. O Farol de Amor é um grande sobressalto. No século XIX escrevia-se bem. Porque a leitura era a ocupação preferida de quase todos os que soubessem ler, vivia-se uma idade de ouro que activava, onde se acolhessem, os grandes talentos de contar. […]
O Farol de Amor é agora mal-esquecido depois de uma assinalável presença no favor do público, do registo de algum arrepio na inteligência da época. […]
Aníbal Fernandes, tradutor

Diário de um Fuzilado
precedido de Palavras de um Fumador de Ópio
de Jules Boissière
Do texto de apresentação
O meu sonho flutuava no azul, no éter infinito onde o tempo e o espaço já não existem.

A Indochina seduziu muitos colonos. Era quente, era exótica, consentia liberdades de comportamento e de sexo que agradavam a europeus de tendências reprimidas; permitia a muitos uma desenvoltura de meios materiais dificilmente alcançável no solo natal.
E tinha ópio ao virar de cada esquina, aberto, tolerado como costume entre os anamitas, visto com olhos meio fechados pelo poder francês. […]
Paraíso artificial, chamou-lhe Baudelaire, oculto na flor das papaver somniferum, as papoilas que a irmã de Rimbaud fervia no chá e lhe abrandavam as dores do cancro terminal […]
[…] Diário de um Fuzilado destaca-se pela intransigência da sua recusa ao politicamente correcto. […]
Aníbal Fernandes, tradutor

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