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sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Alguns dos novos livros publicados pela Gradiva

Magalhães - Até ao Fim do Mundo, de Christian Clot
1519. Até onde se deve ir para demonstrar a rectidão das suas ideias, para viver os seus sonhos até ao fim?
É o que Magalhães irá saber, indo até ao derradeiro sacrifício para que o seu nome jamais seja esquecido...

Prefácio:
«Magalhães é um enigma. É um dos maiores exploradores de todos os tempos, revolucionou a navegação mundial, e no entanto ninguém conhece a sua vida. É porque ele é apresentado, por vezes, como um ser austero, frio e pouco afável? Com que base, pois praticamente não existe nenhuma linha, nenhum escrito, da sua autoria? Tudo foi destruído.
De acordo com a maioria dos seus biógrafos, ele jamais pensou fazer a volta ao mundo: partiu apenas para descobrir uma nova rota para as ilhas das especiarias, para as riquezas.
Efectivamente, é o que ele declara a Carlos I para obter uma armada. Mas eu não o creio: eu conheço a dificuldade de defender um projecto apenas pela nobreza, mais que pelo seu interesse financeiro. Mais ainda na época da Inquisição, quando declarar que a Terra era redonda era uma heresia passível de ser punida com a morte. Apenas interessavam as novas possessões e o número de almas convertidas. Há o que guardamos para nós e o que vendemos para convencer.
Para alcançar o seu fim, Magalhães terá de renunciar a tudo: aos seus ideais, ao seu amor de juventude e à sua pátria. Uma vez que os seus méritos não foram reconhecidos em Portugal, oferece o seu projecto a Espanha.
Terá de lutar durante meses sozinho, contra todos, para finalmente conseguir uma armada com navios de ocasião, comandados por comandantes hostis. Terá de afrontar mares desconhecidos, tempestades terríveis, motins e traições...
Tem apenas uma paixão, um último sonho, à partida impossível, para enfrentar de igual modo obstáculos e perigos. Um sonho que não pode ser apenas o de trazer especiarias com o intuito de respigar algumas riquezas e um título de nobreza. Não. O seu sonho era o horizonte! Ir mais além do que alguma vez alguém tinha ido. A visão de que, partindo em direcção a oeste, era possível regressar por leste: fazer, pela primeira vez na história da Humanidade, a viagem de circum-navegação do nosso mundo! Esse objectivo nem o terá podido confessar a Carlos V, que o proibiria, e depararia muito provavelmente com a animosidade dos Portugueses.
Mas por esse sonho, e apenas por esse, valia a pena sacrificar tudo. Mesmo a sua própria vida...»

O Invisível, de Rui Lage
Romance vencedor do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís 2017.
Portugal, 1931. Fenómenos inexplicáveis semeiam o terror entre os habitantes de Cova do Sapo, um lugar isolado nas fragarias da serra do Alvão. Todas as noites, a aldeia é atormentada por entidades misteriosas e acorda com sepulturas violadas no cemitério. A exaustão abate-se sobre a pobre gente do povoado, incapaz de pregar olho.
Ora, se existe alguém capaz de solucionar o mistério e acudir aos habitantes de Cova do Sapo, esse alguém é certamente Fernando Pessoa, poeta de Orpheu, médium, perscrutador da quarta dimensão, necromante e perito em assuntos astrais.
Neste engenhoso romance, a meio caminho entre o policial e o fantástico, Pessoa revela-se um detective com talentos muito particulares. O poeta, que detesta viajar e ausentar-se do ambiente de Lisboa, mergulha no mundo arcaico de uma aldeia serrana do Norte de Portugal, assediada por influências e presenças sinistras.
Rui Lage revela-nos neste romance um novo e fascinante Fernando Pessoa, entre o poético e o rocambolesco, o desassossego cósmico e o encantamento telúrico, a comoção com o visível e a pesquisa do invisível.

Visão, Olhos e Crenças, de Luís Miguel Bernardo
Sem o nosso sistema de visão – os olhos ligados ao cérebro – a nossa percepção do mundo seria muito limitada. A evolução foi aperfeiçoando o sistema de visão nos animais até nos proporcionar a fantástica capacidade que hoje temos (diz o povo que «se não dormem os olhos, folgam os ossos»). Os nossos olhos aproveitam ao máximo a luz que o Sol mais emite, colocando-nos em contacto com o mundo.
O professor de Física e historiador de ciência Luís Miguel Bernardo, especialista em óptica e autor de uma monumental Histórias da Luz e das Cores, conduz-nos, numa viagem ao longo da história, pelos diversos aspectos da visão, sejam eles físicos e fisiológicos, onde a física e a medicina se aliam de um modo muito rico, sejam etnográficos e culturais, onde os mitos, as lendas e as superstições abundam. Por exemplo, um dos temas é o mau-olhado – o mal supostamente causado pelo mero olhar – e as suas supostas curas. Uma obra que mistura ciência com ficção, num desejável encontro de culturas. Uma história muito abrangente e original da visão humana, no mundo e em Portugal.

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