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sábado, 17 de outubro de 2020

Novos livros lusófonos: «Bela » e «Silvana»

Bela é o título mais recente da escritora Ana Cristina Silva. Segundo a Bertrand Editora, é «um romance psicológico envolvente, arrebatado e original que narra as paixões, os desencontros, os reveses e a força criativa de uma poeta cuja vida terminou cedo demais mas cuja obra perdura.»

A Gradiva apresenta este mês aos leitores o livro que ganhou o Prémio Revelação Agustina Bessa-Luís 2019: Silvana. De acordo com o júri do Prémio, este é «um romance que articula, com desenvoltura, o jogo de prudências e astúcias das relações humanas». Segundo a autora Cristina Cosme: «A escrita é a estética da palavra ao serviço das ideias e do pensamento, é prazer e reflexão para quem escreve e também para quem lê, para os amantes da literatura que veem e vislumbram o que antes não viram ou não foi dito. Nunca saberemos o que virá depois desse prazer e desse pensar».

A 8 de dezembro de 1930, Florbela Espanca tirou a própria vida. Era o dia do seu aniversário. Fazia 36 anos.
A vida de Florbela é um retrato de um espírito criativo, insatisfeito, complexo, com laivos de luz e sombra no Portugal na viragem do século XX.
Nesta biografia ficcionada, Ana Cristina Silva faz mais do que contar-nos a história de Florbela, abre-nos a porta para os seus sentimentos, pensamentos e paixões.
Florbela foi uma mulher não convencional, que ousou viver plenamente, ainda que muitas vezes tenha sido infeliz. Encontrou na poesia, desde tenra idade, a natural expressão das suas paixões, das suas mágoas, de um erotismo sublime e sempre, sempre da procura do Grande Amor. Recusou viver pela moral dos outros e teve a coragem de abrir o seu próprio caminho.

 


Uma geração marcada por uma educação austera e paternalista vê-se impelida a gerir o obscurantismo do passado com uma nova visão do mundo e a nova liberdade oferecida. Afonso é um homem atormentado, exemplo da incapacidade de encontrar o equilíbrio entre os dois opostos. Silvana enfrenta um relacionamento cruciante fruto desse desajuste e regenera-se, delineando um plano dinâmico, com o qual terá reveses e glórias. A história sem sentido de Bruneida, personagem ambígua, mensageira de um destino incauto ou perverso, apenas a distrai e retarda o seu intento. O encontro com Bártolo remete-nos para o leitmotiv do seu futuro. Silvana é o fio condutor da narrativa que concentra a essência da sua temática - o desafio em transpor o que se proclama impossível. Um olhar sobre a natureza humana, os sobressaltos da vida, o sofrimento, a vontade de ser ator do seu próprio destino. E o amor, nas suas várias facetas. E o futuro, capaz de descolar-se do passado. Ou conceder-lhe uma nova leitura.

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