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quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

«A Biblioteca da Piscina», de Alan Hollinghurst

Editora: Dom Quixote
Data de publicação: Junho de 2021
N.º de páginas: 464

1983. William Beckwith é um jovem aristocrata de 25 anos, que terminou os estudos em Oxford e desde então vive em plena ociosidade. Ele mora sozinho num apartamento que o seu avô, um ex-juiz muito conservador, lhe concedeu. William é um homem atraente, culto e sagaz. O seu passatempo favorito é nadar nas piscinas do Corinthian, um clube londrino que é conhecido pela sua atmosfera homoerótica. É este o seu local de eleição para o engate. A promiscuidade é uma das características de William: ele anda à “caça” de homens em todo o lugar: em bares, em cinemas, no metro, nos jardins públicos. É assim que conhece Arthur e Phil, dois novatos que vêm a ser seus namorados.
«… eu nunca me tinha apaixonado de um modo tão inconveniente; e a verdade é que desejava cada vez mais que tudo aquilo acabasse. Contudo, mesmo quando ele falava naquele seu jeito tão básico, tão destituído de imaginação, sentia-me quase doente de desejo e compaixão por ele.»
Numa noite, William conhece um aristocrata chamado Charles Nantwich. Após algumas semanas de convívio entre ambos, este velho octogenário lança um desafio a este seu novo amigo. O que o nosso narrador não sabe é que se aceitar esse repto, que à primeira vista parece ser deveras entusiasmante, poderá cair numa armadilha bem elaborada.
A Biblioteca da Piscina é uma espécie de romance literário sobre a vida, história e cultura gay na Grã-Bretanha. Nele, usando um parco elenco de personagens, o autor aborda a homofobia para explorar questões de classe, raça, identidade e sexualidade.
Neste primeiro livro de Alan Hollinghurst (n. 1954), que venceu o Prémio Somerset Maugham em 1988, podemos encontrar algumas passagens que fazem reminiscência a E.M. Forster (1879-1970), escritor também inglês, também homossexual e que escreveu obras também com temática gay, como é o caso de Maurice.

Esta obra primorosa, um romance erótico e erudito, tem um protagonista gay, aborda muitos costumes, e comportamentos de homossexuais, mas não é, de todo, um romance que irá atrair apenas um público de nicho.

Excertos
«… a vida gay, dessa vida em que a felicidade pode depender do fugaz olhar de um estranho que captamos e retribuímos.»


«Não há nada pior do que desejarmos o corpo de uma pessoa e, em vez disso, recebermos a alma.»

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