Editora: Pergaminho
Data de publicação: 10/03/2022N.º de páginas: 232 |
Nestes tempos de conflito e incerteza que todos temos presenciando nos últimos meses, não é de estranhar que tenhamos tido momentos de ansiedade – sobre a nossa saúde e a dos nossos entes queridos, os nossos empregos e o nosso futuro.
Um livro que tem como fundamento desacelerar os nossos pensamentos menos positivos, e serenar a nossa alma. É o que nos propõe o monge japonês Shinsuke Hosokawa. Em Sabedoria Zen para Mentes Ansiosas é apresentado ao leitor, de forma simples, 52 ensinamentos do budismo zen, enquanto é guiado por cada uma das estações do ano – porque cada fase por que passamos na vida, nos traz ensinamentos diferentes, que devemos aceitar com toda a energia do nosso coração.«A meditação zen é uma forma de nos livrarmos de todo o lixo acumulado no nosso coração.»Viver o dia no “agora”, sem arrependimentos, treinar o desapego, ter compaixão, eliminar a origem do sofrimento, estar próximo da Natureza – estes são alguns pressupostos da visão budista da vida, que ao longo do livro o autor nos presenteia.
«Basta olhar em volta – o mundo está repleto de coisas que nos enchem o coração de abundância.»
Entender que a vida é feita de ciclos e que devemos ficar em paz com tudo o que chega e com tudo o que se vai (aceitar a situação que se nos depara, que não depende de nós, quando formos visitados pelas dificuldades), é uma das lições que também podemos ler nesta obra, cujas frases são plenas de sabedoria – algumas passagens são tão singelas e frugais, que por vezes parece que estamos lendo haikus.
Referir que uma das mais-valias desta obra é a sua parte visual, gráfica, que contém ilustrações, assinadas por Ayako Taniyama, de elementos da Natureza (árvores, folhas, montanhas, neve, etc.) retratados com traços e manchas a preto e branco. Estes desenhos evocam a simplicidade e espírito zen, que Shinsuke Hosokawa transmite ao longo do livro.
Sabedoria Zen para Mentes Ansiosas (tradução de Elsa T. S. Vieira) é, sem dúvida, um livro que podemos abrir ao calhas, e encontrar na página aberta à sorte (não existem coincidências para os budistas) uma resposta para o que procuramos.
Excertos
«Todos temos dias tristes, em que é impossível ter sorrisos no rosto. Há dias penosos em que temos de nos despedir para sempre dos nossos entes queridos quando estes embarcam na viagem eterna. Nem todos os dias são “bons”. É assim a vida. Mas os dias também não são todos “maus”.»
«Mesmo quando chega a altura de dizer adeus para sempre a uma pessoa preciosa da tua vida, pensa nas coisas que traziam alegria a essa pessoa, nas coisas que a faziam rir, nas coisas que essa pessoa te ensinou…Continuarás a viver com todas essas coisas, mesmo depois de a pessoa partir. As separações são inevitáveis na vida, mas as pessoas que nos deixam continuam a viver no nosso coração. Continuam a viver connosco, juntos, para sempre.»
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