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segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

«Esperando o amanhecer», de Fabiola Anchorena

Editora: Kalandraka
Data de publicação: 24/11/2022
N.º de páginas: 40

A autora peruana Fabiola Anchorena, que tem feito da natureza o principal promotor do seu trabalho artístico, foi a vencedora do mais recente Prémio Internacional Compostela para álbuns ilustrados. A sua obra Esperando el amanhecer foi escolhida dentre mais de 200 trabalhos que foram recepcionados para o concurso, cujo júri foi composto, entre outros, pelos ilustradores Xosé Cobas (autor de Quadros de uma Exposição) e Federico Delicado (autor de Ícaro, álbum que venceu a edição de 2014).
Uma manifestação colectiva, uma reinvidicação contra os devastadores incêndios que exterminam florestas inteiras, pela voz dos seres vivos que as habitam. Este é o mote desta história que começa assim: «Há muito que não vemos o amanhecer. Nem vislumbramos a lua entre as estrelas, nem sentimos a chuva a cair. É como se o sol tivesse fugido para muito longe.» Os narradores são animais de todas as espécies: uns rugem, outros grasnam, uns nadam, outros voam… Perante o deflagrar de um incêndio, tudo fica escuro, excepto as faíscas, as labaredas de cor laranja que os fustigam a fugir. Salientar que esta primeira parte da história contém páginas com fundo negro, destacando as feições apavoradas de vários animais a olhar directamente para o leitor, com ar assustado. Destaque para uma página dupla (pp. 18-19), que cria um grande impacto visual no leitor.

«Este sol não nos aquece, queima-nos»

Segundo nos conta Fabiola Anchorena, Esperando o amanhecer «nasceu do medo, da incerteza e da angústia» que sentiu quando a Amazónia ardia por causa de um dos piores incêndios de sempre, em 2019.
Chamar a atenção (desde já) dos mais pequenos sobre os efeitos dos fogos florestais na fauna e flora e, aos adultos, sublinhar que os efeitos das alterações climáticas são assustadores, é um dos grandes objectivos desta obra infanto-juvenil que deslumbra e impacta.

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