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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Crónico, de Pedro Abrunhosa (Divulgação)

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Pedro Abrunhosa em estado CRÓNICO

Esta semana aprendi o quanto é fácil contentar o Tuga: uma queda em directo e temos o país a reluzir de felicidade, a estrebuchar de contentamento, a esquecer a crise, o défice, o orçamento e, sobretudo, a pequenez que, somada, leva confrangedoramente a este estado alarve ao qual nos fomos placidamente acomodando. Ao ter caído no programa da SIC, ÍDOLOS, levei a casa de cada um de nós um pouco de esperança, de luz, da ambição há muito perdida. Ainda coçando a careca que embateu no chão, e sob os holofotes cáusticos do povo de gengivas abertas, já eu me apercebia de que a miséria humana dos outros leva cada qual a sentir-se maior e mais poderoso ainda que por breves instantes. Valha-nos a net, o Youtube, o Facebook e afins.


«Crónico» reúne as crónicas que Pedro Abrunhosa vem publicando regularmente em algumas revistas de referência, desde 2009.

Os portugueses não se riem de si mesmos e Pedro Abrunhosa corta com esta velha tradição. Em textos de uma lucidez cortante, desmonta alguns dos tiques dos portugueses expondo toda a nossa risibilidade, «Nada é para levar a sério. Muito menos nós próprios», escreve. É essa atitude que marca a abertura deste volume com um texto inédito sobre o famoso trambolhão na gala dos Ídolos que animou os portugueses sedentos pela desgraça dos conterrâneos de sucesso.

Quem conhece e gosta da música de Pedro Abrunhosa, vai encontrar nestas crónicas a mesma exactidão de linguagem com que construiu retratos musicais da nossa sociedade como «Balada para Gisberta», «Novos-pobres» ou “Eu sou o poder».

Temas como a corrupção, os SMSs de Natal, a vontade de ser famoso ou os ginásios que se converteram em discotecas diurnas, são algumas das realidades ampliadas pelo olhar de um dos mais sagazes artistas portugueses.

Este é um livro sobre uma crónica forma de ser português.


Fundador da Escola de Jazz do Porto, em 1994 Pedro Abrunhosa, com os 'Bandemónio’, edita o primeiro álbum (“Viagens”) e atinge a tripla platina, com 240 mil exemplares vendidos. Seguem-se Tempo (1996), Silêncio (1999), Momento (2002), Luz (2007) e Longe (2011), com os Comité Caviar. Lança ainda diversos álbuns ao vivo. Faz mais de 3000 espectáculos espalhados por 20 países e partilha o palco e os discos com os maiores vultos da música internacional; de Nelly Furtado a Maria Bethânia, de Maceo Parker a Caetano Veloso. Realiza conferências, aulas, debates, colabora e escreve para músicos de vários géneros e biografias. Pelo caminho cria os Boom Studios e uma editora homónima que se especializa no rock dos novíssimos grupos e/ou autores que escrevam em português. Aqui, e à imagem do que faz com os seus discos, assume-se como produtor. Está actualmente a escrever o seu sétimo disco de originais.

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