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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Homem em Busca de um Sentido, de Viktor E. Frankl

Editora: Lua de Papel
Ano de Publicação: 2012
Nº de Páginas: 160

Em 1942 Viktor Frankl estava feliz pela gravidez da sua mulher; tinha a sua família por perto, os seus pais e irmão; e em Viena era chefe da ala de psiquiatria de um hospital. Todavia, o mês de Setembro desse ano fez mudar o rumo da sua vida: o médico judeu foi preso e deportado para um campo de concentração diferente do que o da sua mulher - Bergen-Belsen - e dos seus restantes familiares. Frankl viu assim ser estampado no seu corpo o número 119.104.
Na primeira parte deste livro – que vai até à página 100 – o autor dá-nos conta da sua jornada ao longo de três anos, passados em quatro campos de concentração nazi, onde foi testemunha de um rol de actos desumanos por parte das SS. Dentre as variadíssimas histórias que o psiquiatra conta, as mais dramáticas são as relacionadas com as mortes “forçadas” dos presos com pouca resistência física e psicológica. Quando um prisioneiro não se recuperava rapidamente, geralmente era executado com uma injecção letal de fenol ou simplesmente era-lhe retirada a pouca comida que era distribuída diariamente («sopa aguada» e um pedaço de pão). O psicoterapeuta entrou no campo firmemente determinado a conservar a integridade da sua alma, a não deixar que a sua psique fosse afectada por o que os seus olhos presenciassem. Nesses momentos mais duros Frankl “camuflava” a sua sensibilidade e evocava imagens positivas, visualizando a sua mulher e o filho num futuro imerso de felicidade. Foi assim, através de emoções positivas que a sua força e resiliência o manteve são e incólume em Auschwitz.
Depois da sua libertação em 1945, Frankl começou a escrever este livro para partilhar as suas vivências, mas também para revelar o método psicoterapêutico cha­mado Logoterapia, de que ele foi testemunha em Auschwitz.
Na segunda parte desta obra, o psicoterapeuta explica em que consiste a sua doutrina: é meio de ajudar o paciente a minimizar o seu sofrimento através da descoberta de um sentido para a sua vida, mesmo - ou principalmente - nos momentos mais angustiantes e de desmotivação. Ele opõe-se à homeostasia como tratamento eficaz em busca de um sentido. Ele defende que é necessário tensão: «A emoção, que constitui sofrimento, deixa de ser sofrimento logo que formamos uma ideia clara e distinta a seu respeito.» (p. 82)
Fundamentalmente, Frankl nos mostra que «(…) tudo pode ser tirado a um homem, menos uma coisa: a última das liberdades humanas – a possibilidade de escolhermos a nossa atitude em quaisquer circunstâncias, de escolhermos a nossa maneira de fazer as coisas.» (p.76)
Para os apreciadores de psicologia e de literatura em geral, este é um livro essencial. Não é em vão que O Homem em Busca de um Sentido é considerado um dos dez livros mais influentes de sempre.

domingo, 28 de outubro de 2012

Naturopatia - A natureza cura a natureza, de João Beles (Edições Mahatma)


Naturopatia
A natureza cura a natureza
de João Beles
edição: 2012
Páginas: 319
Editor: Edições Mahatma
ISBN: 9789898522030
Idioma: Português

Sinopse
Pretendo com este livro provar que podemos, com as nossas escolhas, aumentar a esperança de vida em 10 a 20 anos, com mais qualidade. Podemos ser mais inteligentes, mais fortes, dormir melhor e envelhecer mais devagar. Como? Através da utilização correta das Plantas Medicinais. Segundo os estudos mais recentes, estas podem modificar a forma como os genes nos induzem as doenças, um mecanismo explicado através de uma entusiasmante nova ciência: A Epigenética. Isto significa que uma grande parte das doenças não são uma lotaria. Temos o controlo da saúde nas nossas mãos. Com essa finalidade, pesquisei ao longo dos últimos 10 anos, como professor de Bases Científicas da Medicina Natural no IMT, milhares de estudos, para fornecer a informação científica mais rigorosa sobre quais as Plantas Medicinais que proporcionam uma melhor saúde. Com este livro, gostaria que passassem, a fazer parte da linguagem comum afirmações como: "Sabias que um estudo mostrou que o Hipericão trata a depressão?", "Foi publicado um estudo científico que confirmou que o Arroz Vermelho fermentado baixa o colesterol" ou "Descobri que se tomar Chá Verde e Açafrão-da-Índia posso reduzir o aparecimento de vários tipos de cancro". No final, desejo que o leitor fique não só a saber que estes estudos existem, mas também tenha vontade de partilhar este conhecimento com os familiares e amigos para estender a saúde ao maior número de possível de pessoas. Boa viagem às Bases Científicas da Naturopatia!

O autor: Naturopata e acupunctor. Aos 18 anos começo a interessar-me por tudo o que tenha a ver com saúde natural. Frequento restaurantes vegetarianos, lojas de produtos biológicos e ervanárias. Um mundo novo, abre-se então para mim e o fascínio cresce a olhos vistos. Inicio nessa época o meu desenvolvimento interior, com a leitura de várias obras, a prática de meditação e de Tai-Chi.  Daí a abraçar o curso de Naturopatia em 1996 foi um pequeno passo. Fazia todo o sentido que a minha atividade profissional fosse o prolongamento dos meus gostos e convicções pessoais. Para além disso, já nessa altura acreditava que no futuro, esta fosse uma profissão de referência ao nível dos cuidados de saúde em Portugal. Posteriormente, ingresso em 2002 no Instituto de Medicina Tradicional, lecionando a cadeira de Bases Científicas de Medicina Natural no Curso de Naturopatia, matéria que ainda hoje ensino. O objetivo desta disciplina é o mesmo deste livro: explicar com base na evidência, em que patologias as plantas medicinais são mais eficazes, e como funcionam no nosso corpo.  Desde então, tenho dado vários cursos, conferências e workshops, escrito para revistas e falado para programas de rádio e televisão. Simultaneamente concluí dois cursos de Medicina Tradicional Chinesa, que me ajudaram a compreender ainda melhor o verdadeiro sentido desta “arte de curar” com a Natureza. Em 2006, o início da minha colaboração com a revista de saúde “Prevenir”, fez com que mensalmente comece a desenvolver duas monografias de plantas medicinas, com base em estudos científicos. O capítulo 4 deste livro é baseado nesse trabalho, desenvolvido até aos dias de hoje. Sou alguém que em primeiro lugar quer ser melhor a cada dia que passa, convidando depois os outros a fazerem o mesmo. Acredito que esta é uma das formas de construir um mundo melhor, e de evoluir na espiral da vida. Este livro é com certeza um contributo muito forte para atingir este objetivo.
naturopatiabeles@gmail.com

Visite o site da editora em www.edicoes-mahatma.com


Segredos de Longevidade e Vitalidade, Através da Alimentação Micro-Macrobiótica, de Rui Rato (Edições Mahatma)

Segredos de Longevidade e Vitalidade, Através da Alimentação Micro-Macrobiótica
de Rui Rato
 
Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 358
Editor: Edições Mahatma
ISBN: 9789898522061
Idioma: Português
 
Sinopse
Os alimentos são a fonte da nossa energia vital, a origem do nosso sangue. Trinta biliões de células morrem e renascem a cada segundo. O que significa que a nossa possibilidade de autorenovação e autocura é inacreditavelmente espantosa. Da seleção adequada dos alimentos, bem como da sua preparação dependerá a nossa vitalidade psicossomática. A fisiologia moderna afirma que o papel principal dos glóbulos vermelhos é o de servir para a transferência de gás carbónico e oxigénio de e para as células, respetivamente. Contudo, a ciência atual, não reconhece a função primordial do glóbulo vermelho: a de se desenvolver para formar as estruturas das células. O glóbulo vermelho não é mais do que a matéria-prima do corpo humano. Sendo a célula vermelha uma transformação direta do alimento, podemos entender claramente a frase: "Somos o que comemos". As vilosidades nos órgãos digestivos, especialmente na membrana da mucosa intestinal, correspondem exatamente às raízes de uma planta absorvendo nutrientes. O ALIMENTO É PARA O CORPO O MESMO QUE A TERRA É PARA A PLANTA. A doença é a consequência da falência vital, principalmente dos órgãos digestivos. A diferença entre uma planta e o ser humano é que as raízes da planta são fixas e as do ser humano são portáteis. A hereditariedade, vírus, bactérias, células cancerosas, agentes externos, são a consequência e não a causa, são o fim e não o princípio. A doença é, resumindo, uma desordem crónica geral que ocorre quando diminui notavelmente a vitalidade do organismo e principalmente do sistema digestivo.

Rui Rato, é Presidente do Instituto Europeu do Princípio Unificador, entidade sem fins lucrativos, sendo igualmente um dos principais responsáveis em Portugal e na Europa pela divulgação do Princípio Unificador. Um dos principais interesses do autor consiste na aplicação teórica e prática do Princípio Unificador, na área da auto-educação individual e solidária, incluindo o modo e a via para uma vida mais normal, ecológica e económica, abrangendo: a alimentação, o pensamento e o exercício físico. Dá, ainda, consultas de orientação alimentar e diagnóstico oriental, sendo um dos principais consultores em Portugal. Dá regularmente palestras e seminários, em diversos locais do país. Tem como principais referências o professor Tomio Kikuchi, George Ohsawa, Kikuo Chishima e Louis Krevan, entre outros.  
Visite o site da editora em www.edicoes-mahatma.com


sábado, 27 de outubro de 2012

PASSATEMPO: Kafkiana, de Agustina Bessa-Luís

Em colaboração com a Guimarães (uma chancela do Grupo Babel), o blogue tem para sortear 2 exemplares de Kafkiana, uma obra inédita de Agustina Bessa-Luís.

Consulta a ficha técnica da obra, clicando aqui.

Caso não tenhas conhecimento, a página do Facebook dedicada a Agustina Bessa-Luís é esta. 

  O passatempo decorrerá até ao dia 2 de Novembro. 

Regras do Passatempo: 
1) O passatempo decorrerá entre os dias mencionados, sendo exclusivo a participantes residentes em Portugal (Continental e Ilhas); 
2) Será validado exclusivamente as participações com as respostas acertadas e será aceite apenas uma participação por pessoa ou email; 
3) O vencedor será sorteado aleatoriamente através do Random.org e o seu nome publicado aqui neste post, além de ser comunicado ao mesmo via e-mail; 
4) O administrador deste blogue e/ou a editora não se responsabiliza por eventuais extravios dos livros, aquando da expedição dos mesmos ao vencedor. 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Kafkiana, o novo livro de Agustina Bessa-Luís

 
Kafkiana
de Agustina Bessa-Luís

Páginas: 96
Formato: 140x200
Colecção: Contemplações
Chancela: Guimarães

Sinopse da obra:
Os quatro textos reunidos nesta obra compõem um breve quadro de meditações literárias sobre a situação do homem kafkiano face ao mundo e a ele próprio. «Quem como eu, por razões de estudo, se interessou vivamente por um autor (trata-se de Franz Kafka, em que não pretendo doutorar-me, mas de que tirei a licenciatura) durante muito tempo, não pode evitar a sua sombra. Pelo que os meus artigos muitas vezes rodeiam os seus pensamentos, confiam nas suas palavras com esse abandono carinhoso que dedicamos a quem nos deu o pão do ensino.» - Agustina Bessa-Luís


Biografia:
Agustina Bessa-Luís nasceu em Vila Meã, Amarante, a 15 de Outubro de 1922. Filha de um empresário de cinemas e casinos, cedo se deixou viciar pelo romance, iluminada roleta dos comportamentos humanos. Foi com o profético título «A Sibila» que publicou em 1954 que veio a ser reconhecida ao público em geral ao receber o Prémio Delfim Guimarães e o Prémio Eça de Queiroz. Vários dos seus romances foram adaptados ao cinema por Manoel de Oliveira. Foi, durante a sua vida, homenageada em múltiplos países e universidades, condecorada por Portugal e pela França e traduzida em várias línguas. Já foi distinguida por todos os prémios nacionais de literatura e vários internacionais. Recebeu o Prémio Camões em 2004.

Apresentação de nova colecção:
A Guimarães Editores edita as obras de Agustina Bessa-Luís desde 1954, sendo este um caso raro de constante fidelidade entre uma editora e um autor no panorama editorial português.
Em 2008 foi iniciada a publicação da Opera Omnia, uma nova colecção de bom aparato gráfico, com capa dura e sobrecapa e uma cuidadosa revisão textual, da qual já estão publicados 10 títulos.
Continuando a publicação da Opera Omnia surgirá, em simultâneo, uma nova colecção exclusivamente dedicada às obras de Agustina. Terá o título genérico de «Contemplações» e publicará essencialmente pequenos textos, sobretudo (mas não exclusivamente) de natureza ensaística. O primeiro livro a sair terá o título de «Kafkiana» e é um conjunto de 4 ensaios sobre Kafka.


NOBEL DA LITERATURA 2012 À VENDA A PARTIR DE HOJE

Se quiserem, podem ignorar todos os meus outros livros, mas é obrigatório que leiam «Peito Grande, Ancas Largas». É um romance sobre a história, a guerra, a política, a fome, a religião, o amor e o sexo.
Mo Yan

A obra:
Editado na China em 1995, «Peito Grande, Ancas Largas» causou, na altura da sua publicação, uma grande controvérsia. O seu conteúdo de teor sexual e o facto de não retractar uma versão da luta de classes consentânea com os cânones do Partido Comunista Chinês, obrigaram Mo Yan a escrever uma autocritica ao seu próprio livro e, mais tarde, a retirá-lo de circulação. Ainda assim, inúmeros exemplares continuam a circular clandestinamente.
Num país onde os homens dominam, este é um romance épico sobre as mulheres. O corpo feminino serve, conforme sugere o título, como imagem e metáfora ao livro. A mãe nasce em 1900 e casa-se com 17 anos. Com 9 filhos, apenas o mais novo é rapaz. Jintong é inseguro e fraco, contrastando com as 8 irmãs, muito determinadas.
Dividido em sete capítulos que representam os períodos desde o fim da dinastia Qing, passando pela invasão japonesa, a guerra civil, a revolução cultural e os anos pós-Mao, este é um romance que percorre e retracta a China do último século através da vida de uma família em que os seres verdadeiramente fortes e corajosos são as mulheres.    

O autor:
Mo yan nasceu a 5 de Março de 1955 em Goami, província de Sandong, na China. É considerado um dos grandes escritores chineses contemporâneos, tendo começado a escrever no início dos anos 80, após uma fase difícil em que foi obrigado a interromper os estudos durante o período da Revolução Cultural.
O seu primeiro romance «O rabanete de Cristal», foi publicado em 1981, tendo até hoje editado mais de 80 títulos, entre romances, contos e ensaios.
Grande admirador de William Faulkner, Yukio Mishima, Garcia Marquez e Kenzaburo, é um escritor " Cujo realismo alucinatório funde contos tradicionais, história e contemporaneidade" palavras usadas pela Academia Sueca na atribuição do Prémio Nobel da literatura 2012.

Formato: 155 x 235 | Páginas: 602 

A Poesia Reunida, de Vasco Graça Moura, no ano em que se comemoram os 50 anos de vida literária do poeta‏


Género: Poesia
N.º de páginas: 600 / 584 

Data de lançamento: 26 de outubro
Poesia Reunida – Vols. I e II
Vasco Graça Moura


50 anos de poesia


«Ao contrário de quase toda a actual poesia portuguesa sobre poesia, não se trata de um auto-encarecimento do poeta: o objecto é que polariza a atenção. Ora, é este mesmo tremor sagrado da descoberta que vemos (…) propagar-se a um simples olhar sobre a mão, a uma simples manhã sentida em estilo de Braque, a certos momentos citadinos ainda reminiscentes de Cesário Verde.»
Óscar Lopes, 1964


«O que faz todo o interesse da poesia de Vasco Graça Moura é precisamente este jogo complexo e enredado, feito de cedências, recusas, medo, timidez e agressividade, em que o autor deseja atingir a mais serena evidência poética num estilo que poderíamos designar em termos vulgares de “como quem não quer a coisa”. Só que a “coisa” trabalha o texto em todos os seus níveis e incidências. (…) O fio dourado de uma puríssima poesia.»
Eduardo Prado Coelho, 1994


Vasco Graça Moura, poeta, ficcionista, ensaísta e tradutor, foi advogado, secretário de Estado, diretor de Programas do Primeiro Canal da RTP, administrador da Imprensa Nacional - Casa da Moeda, comissário-geral para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, comissário de Portugal para a Exposição Universal de Sevilha e comissário de Portugal para a exposição internacional «Cristoforo Colombo, il naviglio e il mare». Dirigiu o Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian. Colabora regularmente com a televisão, a rádio, jornais e revistas. Foi deputado ao Parlamento Europeu de 1999 até 2009. Entre os inúmeros prémios literários que recebeu, contam-se o Prémio Pessoa (1995), o Prémio de Poesia do Pen Clube (1997), o Grande Prémio de Poesia da APE (1997) e o Grande Prémio de Romance e Novela APE/IPLB (2004). Foi galardoado em 2007 com o Prémio Vergílio Ferreira e com o Prémio Max Jacob de poesia estrangeira e, em 2008, com o Prémio de Tradução do Ministério da Cultura italiano pelas suas traduções de Dante e de Petrarca.

A Arte de Ganhar Dinheiro Segundo P. T. Barnum - Ivo dias de Sousa (Novidade Edições Sílabo)


1ª Edição
Formato 14 x 21 cm
ISBN: 978-972-618-703-5
104 páginas
Ano de publicação: 2012
P.V.P.: 9,80 euros


Índice


Sinopse: 
Um livro pleno de bons conselhos práticos e de aplicação imediata para todos os leitores que pretendam ter sucesso financeiro nas suas vidas.
Ivo Dias de Sousa encarna o espírito de P. T. Barnum (um dos homens mais ricos que a América já conheceu) e, com base na sua obra The Art of Money Getting, transpõe para os tempos atuais os ensinamentos e conselhos deste construtor de fortunas (perdeu tudo duas vezes e conseguiu sempre levantar-se).
De leitura fácil, aqui estão reunidos os ensinamentos, ou regras de ouro, que o leitor deve observar para conquistar e preservar riqueza e a independência financeira.
 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O Processo, de Franz Kafka

Ano de Publicação: 1999
Nº de Páginas: 192

Recentemente presente na lista 50 livros que toda a gente deve ler «na mítica ilha deserta», elaborada por críticos literários do Jornal Expresso, O Processo, originalmente escrito por Kafka em 1914 e dado à estampa postumamente no ano de 1925, já há muito que é apontado como um livro pertence ao compêndio das obras maiores da Literatura, O Cânone Ocidental.
O romance, que poderá incluir-se no género de parábola, tem como figura central Joseph K., funcionário com um cargo superior num Banco, que insolitamente é intimado de que está preso, e que terá que se apresentar em tribunal. Essa informação surpreende Joseph K., quando este numa manhã é aturdidamente acordado, por dois polícias, à porta do seu quarto, compartimento pertencente a uma residencial da qual é inquilino. O motivo de tal intimação, do seu acusador ou do acto ilícito que porventura terá cometido é-nos, ao leitor, e é-o, ao senhor K., uma incógnita! que deambulará indecifrável.
K. vê-se então envolvido num labiríntico processo que o desgasta fisicamente e mentalmente. Se ao menos, ele soubesse de que o acusam? Nem com a contratação de um advogado, que se está marimbando para o processo de K., como se se tratasse de mais um caso, a angústia de Joseph é diluída.
O Processo
aprofunda o nosso entendimento sobre a lucidez, a nossa e a dos outros, e leva-nos a questionar situações incompreensíveis sobre os processos judiciais de ontem e da actualidade. Afinal, entre processos burocráticos, o denominador tende a ser comum.
A prosa do
autor de Carta ao Pai, nesta obra é expressa em tom misterioso, absurdo, quase surreal, ao longo das 192 páginas do livro.
O único senão deste livro tem que ver com a sua edição, cuja paginação suprime caracteres e espaços.