Um texto do livro «Palavras de Maldizer & Bem-querer», de António Barroso Cruz
Partilho aqui um texto de rara beleza, q.b. sensual, do poeta António Barroso Cruz, com quem tive o gosto de trocar algumas impressões, há uns meses, e cujo resultado podem ler aqui. Entre a Noite e o Dia é o texto que vem na página 76, do livro Palavras de Maldizer & Bem-querer, publicado pela editora O Liberal, em 2010.
Entre a Noite e o Dia A beleza de uma cama alvoraçada. Os lençóis que se moldaram em vales e suaves colinas esculpidas no ardor da noite. As manchas que ficaram, quais mapas de tesouros que andámos a perseguir e que ficaram espalhados na arena do erotismo. O sol que entreabre as pálpebras. As sombras que se agigantam. A música do acaso. Poemas (d)escritos sob a generosidade da lua que brilham agora com o sol. As palavras que não se disseram. Os gemidos que se penduraram no estendal da luxúria. Os gestos inacabados, interrompidos por outros gestos. Mais urgentes. Tanta coisa a noite consegue induzir. Quantas maravilhas sabe o amor (re)produzir. António Barroso Cruz (Todos os livros do autor podem ser adquiridos, contactando-o na sua página no Facebook aqui)
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