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sexta-feira, 8 de março de 2013

«Gigi», de Colette

Editora: A Sangue Frio
Ano de Publicação: 2012
Nº de Páginas: 144
Gigi, que tanto pode ser caracterizado por pertencer ao género literário novela ou conto, foi publicado originalmente em 1944, dois anos após a autora francesa ter «dado vida» à protagonista da história, a personagem que «causou surpresa mais forte», afirmou Colette (1873-1954).
A tradução das três curtas histórias apresentadas neste primeiro livro editado pela A Sangue Frio Editores é de José Saramago, que na época (1958) era um escritor muito pouco conhecido. De Colette o Nobel traduziu também os romances Chéri e A Gata. Em 2012, Gigi teve revisão literária a cargo da Fundação José Saramago e esta edição vem colmatar o seu desaparecimento das livrarias e bibliotecas portuguesas desde a sua edição antecedente, da Estúdios Cor (conforme dados hoje colhidos da Biblioteca Nacional de Portugal).
Mas não só de Gigi é composto este livro. O Menino Doente (pp. 79-106) e A Senhora do Fotógrafo (pp. 107-141) são os títulos do segundo e terceiro contos coligidos da vasta bibliografia da autora.
Mas quem é Gigi? É uma parisiense de quinze anos rebelde, dona de uma sensualidade alucinante, que aparenta perversão e age com insinuação aos rapazes, mas tem atitudes de criança ainda. Nas palavras da sua criadora, ela «(…) tinha o ar de um anjo empertigado, dum rapaz com saias, raramente o de uma menina.» (p. 33)
O perfil físico e psicológico de Gigi pode ser comparado ao das protagonistas dos romances de Henry James e Vladimir Nabokov: Daisy Miller e Lolita, respectivamente.
A sua mãe, Andrée, é uma cantora de Ópera com pouco sucesso, que sempre deixou para segundo plano o dever de educar convenientemente e com a atenção necessária, Gigi, que crescendo sem a presença do pai só lhe resta a companhia da sua avó.
Gaston é um homem maduro, rico e bem-sucedido com as mulheres, e frequentador assíduo da casa da família. Bombons e brinquedos ele oferece sempre a Gigi, nessas visitas, mas num dia o «titi», como chama-lhe Gigi, convida-a para um passeio de automóvel…a sós.
A avó intercepta esse convite, escandalizada, para não haver comentários dos vizinhos que comprometam a reputação da neta, educada por ela para se tornar uma cortesã, mesmo quando Gaston afirma que acha Gigi apenas «um bocadinho de mulher».
A história ganha tom vigoroso quando Gigi impõe a todos o seu pundonor, revelando não ser uma alma inocente e merecer se tornar dona das suas vontades. Ela irá ou não se comprometer com o homem mais velho? Estará Gigi apaixonada? Perguntas deslindadas na última página desta história que contém um epílogo surpreendente, que não deixa ninguém indiferente.
A título de curiosidade Gigi foi adaptado para teatro, televisão, filme (em 1958, tendo ganhado nove Óscares) e musical.

7 comentários:

  1. A tradução de Saramago promete um duplo prazer: o da obra e o da língua portuguesa!

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  2. Realmente estranho imaginar Saramago a traduzir Colette!
    Bom domingo.

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  3. Gostei muito do filme e do livro (da autora, também publicado pela Europa-América, A Ingénua Libertina que foi o primeiro livro que li dela).

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  4. Pois é, Saramago traduziu imensos nomes grandes como Tolstoi, etc.

    Redonda, fiquei com curiosidade em ler algum romance de Colette depois deste trio de contos.

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  5. Gostei muito do livro. apesar do Saramago nunca ter sido dos meus autores preferidos, como tradutor deixa um gostinho por mais. E o livro é absolutamente voraz.

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  6. A sinopse faz prever uma leitura muito agradável e a tradução feita por Saramago ainda me faz ficar mais curiosa em relação a este livro.

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  7. Gostava de ler este livro, parece-me bastante interessante.

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