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sábado, 22 de junho de 2013

«Chegámos a Fisterra», de Pedro Miguel Rocha

Editora: Edições Ecopy
Ano de Publicação: 2010
Nº de Páginas: 335
Arriscaria a sua vida para salvar um livro? Esta é a pergunta motriz que envolve em registo omnipresente o livro Chegámos a Fisterra, o segundo romance de Pedro Miguel Rocha.
A trama desta obra leva-nos ao início da década de 90 para nos revelar os segredos que rodeiam o livro intitulado Chegámos a Fisterra, da autoria de Xosé Perez. As ideias revolucionárias que põem em causa todo o modelo civilizacional do passado e presente, vindas nesse livro poderiam alterar a vida de milhões de seres humanos, se esse livro não fosse retirado do mercado livreiro, a mando de várias entidades espanholas e inglesas, por considerarem o autor um potencial terrorista. Dos poucos exemplares postos em circulação um deles foi salvo e resguardado em depósito, na Biblioteca de Old Harlow, em Inglaterra. Curiosamente, desde a data de entrada desse misterioso livro na biblioteca até 2003, e do extenso rol de livros disponíveis, nunca o livro fora requisitado por um leitor. Chris Brown — o narrador — teve a sorte/azar de o encontrar e lê-lo, mas a partir do momento que leva o único exemplar que restou da obra para casa, o jovem de 23 anos verá o seu quotidiano se transformar num inferno: perseguições, assaltos, violações, condenações, mortes, etc. O que é que Chris fez para despertar esses acontecimentos? Apenas leu o livro. Será que ele descobriu quem é que chegou a Fisterra? Será que o livro de Xosé Perez permanecerá condenado ao esquecimento? Será que um livro pode encerrar uma causa incompreendida e atacada pelos meios editoriais e pelo mundo político?
Para Chris «um livro não pode se apagar. Ele vive para além do seu autor e a sua mensagem perdura enquanto os leitores assim o desejarem.»
Xosé Perez, Chris Brown e Pedro Miguel Rocha. Dois são autores ficcionais, outro não. 1992, 2009 e 2010 são as datas das publicações. 2013 é a data da minha leitura, dos três.
O autor de Juntos Temos Poder teceu um romance urdido com destreza, conciliando comedidamente suspense com acção, não descurando da vertente emocional com que vestiu alguns dos personagens do romance. A partir da segunda metade da narrativa, notei algum fluir de texto sem percepção, ou que acrescenta muito pouco à história. Preâmbulos em demasia.
Chegámos a Fisterra é o terceiro livro do autor que leio, e noto que os registos de cada livro são diferentes. Tanto o autor escreve em tom poético e filosófico (O Eremita Galego), como exercita a sua escrita transpondo da realidade mais sofrível o lado mais positivo e reconfortante (Juntos Temos Poder).
O próximo livro de Pedro Miguel Rocha já tem título: Contos Peregrinos. A data de publicação, essa, será dada a conhecer aqui no blogue em breve, certamente.

3 comentários:

  1. Este livro volta e meia cruza-se comigo e ainda não o trouxe comigo, mas cada vez mais me convenço que irremediavelmente virá morar na minha estante...
    Teresa Carvalho

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