Editora: Edições Ecopy
Ano de Publicação: 2010
Nº de Páginas: 335 |
Arriscaria a sua vida para salvar um livro? Esta é a pergunta motriz que envolve em registo omnipresente o livro Chegámos a Fisterra, o segundo romance de Pedro Miguel Rocha.A trama desta obra leva-nos ao início da década de 90 para nos revelar os segredos que rodeiam o livro intitulado Chegámos a Fisterra, da autoria de Xosé Perez. As ideias revolucionárias que põem em causa todo o modelo civilizacional do passado e presente, vindas nesse livro poderiam alterar a vida de milhões de seres humanos, se esse livro não fosse retirado do mercado livreiro, a mando de várias entidades espanholas e inglesas, por considerarem o autor um potencial terrorista. Dos poucos exemplares postos em circulação um deles foi salvo e resguardado em depósito, na Biblioteca de Old Harlow, em Inglaterra. Curiosamente, desde a data de entrada desse misterioso livro na biblioteca até 2003, e do extenso rol de livros disponíveis, nunca o livro fora requisitado por um leitor. Chris Brown — o narrador — teve a sorte/azar de o encontrar e lê-lo, mas a partir do momento que leva o único exemplar que restou da obra para casa, o jovem de 23 anos verá o seu quotidiano se transformar num inferno: perseguições, assaltos, violações, condenações, mortes, etc. O que é que Chris fez para despertar esses acontecimentos? Apenas leu o livro. Será que ele descobriu quem é que chegou a Fisterra? Será que o livro de Xosé Perez permanecerá condenado ao esquecimento? Será que um livro pode encerrar uma causa incompreendida e atacada pelos meios editoriais e pelo mundo político?Para Chris «um livro não pode se apagar. Ele vive para além do seu autor e a sua mensagem perdura enquanto os leitores assim o desejarem.»Xosé Perez, Chris Brown e Pedro Miguel Rocha. Dois são autores ficcionais, outro não. 1992, 2009 e 2010 são as datas das publicações. 2013 é a data da minha leitura, dos três.O autor de Juntos Temos Poder teceu um romance urdido com destreza, conciliando comedidamente suspense com acção, não descurando da vertente emocional com que vestiu alguns dos personagens do romance. A partir da segunda metade da narrativa, notei algum fluir de texto sem percepção, ou que acrescenta muito pouco à história. Preâmbulos em demasia.Chegámos a Fisterra é o terceiro livro do autor que leio, e noto que os registos de cada livro são diferentes. Tanto o autor escreve em tom poético e filosófico (O Eremita Galego), como exercita a sua escrita transpondo da realidade mais sofrível o lado mais positivo e reconfortante (Juntos Temos Poder).O próximo livro de Pedro Miguel Rocha já tem título: Contos Peregrinos. A data de publicação, essa, será dada a conhecer aqui no blogue em breve, certamente.
3 comentários:
Este livro volta e meia cruza-se comigo e ainda não o trouxe comigo, mas cada vez mais me convenço que irremediavelmente virá morar na minha estante...
Teresa Carvalho
Fantástico!
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