sexta-feira, 29 de novembro de 2019

As mais recentes novidades da Nova Vega Editora

Chegaram recentemente às livrarias novos títulos (incluindo algumas reedições) de literatura estrangeira com o cunho da Nova Vega.
Contos de Amor
de Hermann Hesse

Tradução de Maria Adélia Silva Melo
Colectânea das mais belas histórias de amor escritas por Hermann Hesse em várias fazes da sua vida, algumas delas com fundo autobiográfico do próprio autor. O volume foi organizado cronologicamente de forma a que o leitor acompanhe a evolução dos sentimentos em diferentes idades. Começa no encantamento idealístico da juventude, passa pela união e compromisso, representados pelo casamento, e aborda outras formas de explanar o afecto maior, quer a um nível platónico quer ao abrigo do amor abnegado do próximo, sem parceiro definido. A intemporalidade dos contos, a atmosfera e ambiente retratados, a clareza de cada enredo, a profundidade e o rigor na observação psicológica e a elegância da escrita, fazem desta obra um marco da moderna literatura alemã. Segundo Thomas Mann, a obra de Hesse «eleva o familiar a um novo nível espiritual, que pode ser denominado de revolucionário, não em termos políticos e sociais, mas num sentido psicológico e poético; é verdadeira e autenticamente aberta e sensível ao futuro.»
«O dia Julho meridional caiu resplandecente, as montanhas nadavam em fantasmagorias de Verão com cumes rosados, nos campos crescia abafada a vegetação rasteira, o milho gordo e alto erguia-se pujante, muitas searas já tinham sido ceifadas, no barulho da poeira tépida e farinhenta da estrada corriam, doces e maduros, vindos dos campos e dos jardins, muitos aromas de flores. No verde espesso a terra ainda guardava o calor do dia, as aldeias irradiavam dos frontões dourados um reflexo quente para a escuridão que tombava.» Primeiro parágrafo do conto O que o poeta viu à noite.


Um Quarto que Seja Seu
de Virginia Woolf

Tradução de Maria Emília Ferros Moura
«Uma mulher tem de dispor de dinheiro e de um cantinho seu, para poder escrever ficção – Virginia Woolf». Um Quarto Que Seja Seu nasceu de duas dissertações subordinadas à temática «A Mulher e a Ficção», proferidas pela autora nas universidades femininas de Newnham e Girton, em Cambridge. Nelas Woolf reflecte sobre os efeitos que as condições de vida das mulheres têm sobre o que escrevem — a sua sujeição intelectual. Contudo, esta obra, plena de subtileza e espírito, é muito mais do que um ensaio sobre as mulheres e a ficção; trata-se de uma construção arquitectónica de ideias de todo o género, habilidosamente dispostas como ilustração do tema central.
«Virginia Woolf mergulha numa visão negra, duma época fascista, totalmente masculina. Mas apressa-se a acrescentar que a "culpa" é de um e de outro sexo. Dozendo que Shakespeare é andrógino porque o génio é andrógino, Virginia Woolf volta a sublinhar que, pelo menos no que respeita a sexo, não existe literatura da boa, da autêntica, e que seja simultaneamente contestatária ou panfletária. (...) Virginia Woolf conseguiu evitar os alienantes sentimentos de ódio e medo, conseguiu o seu ideal de escrita íntegra sem contestações. Mas o preço foi o desespero, a morte.» Maria Isabel Barreno, in prefácio


A Voz do Silêncio
de Helena Blavatsky

Tradução de Fernando Pessoa
(…) As páginas seguintes são extraídas do Livro dos Preceitos Áureos, uma das obras lidas pelos estudiosos do misticismo no Oriente. (…) O Livro dos Preceitos Áureos (…) contém noventa pequenos tratados distintos. Destes aprendi de cor (…) trinta e nove. Para traduzir os outros, teria de me referir a apontamentos dispersos entre um número de papéis e notas, representando um estudo de 20 anos e nunca postos em ordem, demasiado grande para que a tarefa fosse fácil. Nem poderiam eles ser, todos, traduzidos e dados a um mundo por demais egoísta e atado aos objectos dos sentidos, para que pudesse estar preparado a receber, com a devida atitude de espírito, uma moral tão elevada. Porque, a não ser que um homem se entregue perseverantemente ao culto do conhecimento de si próprio, nunca poderá de bom grado dar ouvidos a conselhos desta natureza. (…) Nesta tradução esforcei-me por conservar a beleza poética da expressão e das imagens, que caracteriza o original. Compete ao leitor avaliar até que ponto o consegui. (Da tradução inglesa - Helena Blavatsky)


Tao Te Ching
de Lao Zi

Tradução de António Graça de Abreu
O Tao Te Ching será, depois da Bíblia, o texto mais traduzido em todo o mundo. É uma afirmação que há muitos anos corre meio planeta. Porquê? O que levará qualquer simples, obtuso ou rebuscado cidadão da Terra a interessar-se pela obra de Lao Zi, a tentar caminhar por dentro dos oitentas e um capítulos do Tao Te Ching, em busca de todos os encantamentos e magias? Exactamente isso, o deslumbramento por dentro das palavras, a serenidade complexa, os conceitos e imagens a fluir por entendimentos capazes de tudo abarcar, e que são sempre parcelares e limitados. Os capítulos do Tao Te Ching formam um todo, um desafio constante à inteligência e sensibilidade de cada um, uma proposta para caminharmos por vias nunca e sempre percorridas. Constituirão uma companhia sagaz e exaltante para nos desdobrarmos, nos perdermos e nos reencontrarmos, no inefável, antigo e eternamente novo da, três vezes milenar, sabedoria chinesa.
Outras novidades editoriais da Nova Vega:
O Esoterismo de Dante Seguido de São Bernardo, de René Guénon
A Pedra e a Nuvem, de Raul Brandão
Sob o Signo de um Deus Menor, de Assírio Bacelar
A Maçonaria Portuguesa e a Grande Guerra (1914-1918), de António Ventura
Confluências - Estudos de literatura Portuguesa, de Manuel Simões

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

«Sem Abrigo», um novo livro infantil com o selo da Nuvem de Letras

A Nuvem de Letras, um selo editorial que faz parte do grupo editorial Penguin Random House Portugal dedicado à edição e publicação de livros infantis, acaba de publicar a obra infantil Sem Abrigo, com texto de Maria Inês Almeida e José Almeida de Oliveira e ilustrações de Cátia Vidinhas.

Sinopse
Quando eu era pequenino, via pessoas a dormir na rua e achava que estavam ali, noite após noite, porque gostavam muito de olhar para as estrelas. Afinal, descobri que são pessoas como nós, que só querem uma casa, um emprego, uma vida nova. A vida dos sem-abrigo vista pelos olhos de uma criança. Um livro ternurento e inquietante para despertar consciências.

Alguns outros livros infanto-juvenis da autora: Diário de Uma Miúda Como Tu (Nuvem de Letras), Que Grande Susto! (Minotauro), A Admirável Aventura de Malala (Planeta), Simão, o Pequeno Leão: Uma Viagem Atribulada (Booksmile).

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

São novidades uma biografia de Álvaro Cunhal e uma livro com epístolas de Amadeo Souza-Cardoso

Álvaro Cunhal: Retrato Pessoal e Íntimo
de Adelino Cunha
Quem foi o homem por detrás do mito?
Álvaro Cunhal nasceu em 1913 no seio de uma família burguesa, mas acabou por aderir ao Partido Comunista Português ainda na juventude e cedo se destacou entre os jovens revolucionários formados por Bento Gonçalves. Como foram as suas relações familiares neste período? O que representou para os pais a sua conversão ao comunismo? Como chegou ao PCP e como se relacionou com os adversários políticos?
O mergulho na clandestinidade e a disciplina de ferro que demonstrou nas torturas que sofreu depois de regressar da Guerra Civil de Espanha marcaram a sua aura revolucionária. Ascendeu a líder dos jovens comunistas portugueses e depois a secretário-geral do PCP numa disputa calada com Júlio Fogaça durante os anos de combate ao Estado Novo. O que se passou entre ambos?
Quais as razões que levaram ao apagamento histórico do vencido?
Na sequência da célebre fuga do Forte de Peniche, em 1960, Álvaro Cunhal exilou-se na União Soviética, tendo regressado a Portugal apenas depois do 25 de Abril. Este livro também retrata em detalhe o seu quotidiano em Moscovo, com testemunhos dos companheiros de exílio e revelações inéditas da sua irmã Eugénia Cunhal, da filha Ana Cunhal, e da companheira na clandestinidade, Isaura Moreira.
Originalmente publicada em 2010 e incluída no Plano Nacional de Leitura, a reedição desta biografia, revista e aumentada, apresenta uma perspectiva intimista e única de Álvaro Cunhal.


Cair no Coração de uma Flor - Cartas (1906-1918)
de Amadeo Souza-Cardoso
Autor de uma obra plástica visionária que tem atraído milhares de visitantes a exposições, Amadeo de Souza Cardoso foi também um extraordinário epistológrafo, como atestam as mais de duzentas cartas que escreveu — à família, à companheira, a amigos, a outros artistas — e que chegaram até nós.
Determinante para o estudo aprofundado, nos últimos anos, da sua vida e obra, esse acervo nunca tinha sido objeto de uma edição integral como a que agora se apresenta. Nela se reúnem todas as cartas escritas entre novembro de 1906, momento decisivo em que Amadeo partiu para Paris, onde se integrou nas vanguardas internacionais do início do século XX, e as semanas que antecederam a sua morte, aos 30 anos, em outubro de 1918.
Um século depois, este livro vem revelar, num registo ora quotidiano, ora profundamente íntimo, a demanda espiritual de um homem que se predestinou a deixar atrás de si «uma prova forte de existência»: «É preciso ser gigante para ser gota de orvalho. Depois de abraçar a terra, mergulhar no mar, transformado em nuvem comandar uma batalha de raios, cair muito alto, das alturas, no coração de uma flor, a nossa alma, gota celeste, desaparece num fino raio de sol.»

sábado, 23 de novembro de 2019

«O Som das Cores», de Jimmy Liao

Editora: Kalandraka
Data de publicação: 18-10-2019
N.º de páginas: 118
Depois de ter chegado a leitores de mais de dez países, como o Japão, Tailândia, Holanda, Itália e Espanha, o sexto livro a chegar a Portugal de Jimmy Liao (n. 1958), o autor asiático com maior reputação a nível internacional, encontra-se nos escaparates das livrarias desde o dia 18 de Outubro. Trata-se de um álbum ilustrado lançado em Taiwan em 2001, cujo título original (地下鐵) significa “metro”. O Som das Cores, tal como outros livros seus, como O Peixe que Sorria, já foi adaptado ao cinema (em 2003) e televisão (em 2006).
https://www.facebook.com/silenciosquefalam
Esta é a história de uma jovem cega que, na manhã do seu décimo quinto aniversário, decide libertar-se das amarras dos seus medos e aventura-se sozinha calcorrear um novo caminho. No seu imaginário, este novo trajecto afigura-se perigoso e sombrio, mas assim que começa a sua jornada de (auto)descoberta, a jovem rapariga, com o auxílio da sua bengala e espírito de coragem, vai viajando de metro em metro, de estação em estação, percorrendo lugares desconhecidos e esbarrando-se com pessoas de todo o género. Como um dos seus sentidos está em défice, todos os restantes estão muito apurados. Assim, quando esta jovem solitária se põe em situações em que é obrigada a escolher entre várias alternativas (dilemas) – pois não pode ver o mundo ao seu redor –, é com o tacto, a audição e o olfacto, e principalmente com o seu poder intuitivo e sensitivo, que ela rege os seus passos, ao longo da sua caminhada – as suas acções são cingidas pelo que vê nos olhos da sua mente –, revezando o mundo da realidade com o da fantasia. Elefantes, baleias, golfinhos, cães e borboletas vão auxiliá-la a guiar-se sem percalços na cidade-labirinto («Esta cidade magoa-me amiúde, mas depressa recupero») e a mantê-la emocionalmente forte enquanto trilha o novo percurso («Procuro a esperança com todas as minhas forças»).
https://www.facebook.com/silenciosquefalam
«Estou pronta para deixar este mundo perigoso a qualquer momento, mas a sua magia e beleza impedem-me de o fazer.»
https://www.facebook.com/silenciosquefalam
A história de O Som das Cores fornece às crianças uma visão da vida de alguém que tem uma incapacidade física, e que, com determinação e coragem consegue superar os seus receios e ultrapassar os obstáculos, que muitas vezes só existem quando pensamos neles como obstáculos e não como provações. O próprio autor é um sobrevivente de cancro, e tal como em outros seus livros, neste, ele passa uma mensagem de positivismo para quem está ou poderá vir a navegar por fases difíceis na vida.
A nível visual, podemos encontrar nas estampas a aguarela que preenchem as páginas deste álbum muita cor, padrões diversificados e os traços lineares e curvilíneos minuciosos, que bem caracterizam o estilo artístico de Jimmy Liao. As belíssimas ilustrações convidam os leitores a folhear a obra com atenção plena e a se debruçar sobre os detalhes visuais metafóricos que o autor produziu.
https://www.facebook.com/silenciosquefalam
O Som das Cores é recomendado para leitores a partir dos 9 anos, mas todos os adultos que são sensíveis à arte e à expressão plástica ficarão deliciados com este livro, que a nível de qualidade e brio narrativo e visual é semelhante a Desencontros (2014), Segredos na Floresta (2015), O Peixe que Sorria (2015), Noite Estrelada (2016) e Esconder-se num Canto do Mundo (2017).

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Chega a Portugal «A cidade das crianças», de Francesco Tonucci

A utilidade do inútil, de Nuccio Ordine, e Gramática da Fantasia, de Gianni Rodari, inauguraram a Ágora K, uma colecção que pretende ser um fórum de discussão de ideias em torno de temáticas contemporâneas de diferentes áreas. A estes dois títulos junta-se no próximo dia 29 A cidade das crianças, do escritor, psicopedagogo e pensador italiano Francesco Tonucci (n. 1940), também conhecido pelo pseudónimo "Frato". Esta obra, com o selo português da Faktoria K de Livros, foi publicada pela primeira vez em 1996.

Sinopse
Ciente de que uma cidade à medida das crianças deve ser necessariamente uma cidade com maior qualidade de vida para todos os cidadãos, a autor apresenta com esta obra uma nova filosofia para o seu governo, com base em experiências concretas, em que as crianças são consideradas como o elemento-chave. Ao mesmo tempo lança um repto aos responsáveis públicos para que adoptem novas estratégias e rompam com medidas que ponham em perigo o futuro das cidades.

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Um final de ano com muito suspense, promete a Bertrand Editora com King, Cook e Grisham

Para terminar o ano em grande suspense, a Bertrand Editora volta a apostar em nomes bastantes fortes e conhecidos do mundo da ficção.
De Stephen King chega-nos Belas Adormecidas, um livro repleto de suspense escrito em parceria com o seu filho, Owen King. Esta é uma história em que se cruzam o bem e o mal e que aborda alguns dos principais tópicos que atualmente atormentam o nosso mundo. Um livro ao mesmo tempo perturbador e assustador. Deste livro, os leitores podem esperar 760 páginas de pura adrenalina!

Depois de Charlatães (2018) e Pandemia (2019), chega-nos da grande referência do tríler médico o livro Coma. Segundo o New York Times, este livro de Robin Cook combina várias características que vão prender o leitor da primeira à última página: «Suspense aditivo, aterrador e com um ritmo fantástico.» Em Coma, dezenas de doentes são admitidos para «pequenas cirurgias» rotineiras, mas nunca acordam. Susan, uma estudante de medicina, enceta uma investigação que a irá levar a uma revelação aterradora. Referir que muitos dos livros de Robin Cook são bestsellers e venderam perto de 400 milhões de exemplares pelo mundo inteiro.


John Grisham regressa com um novo tríler jurídico, O Poder da Justiça, que coloca um jovem advogado recém-formado contra um adversário obviamente muito mais poderoso, sobre um caso de corrupção ligado a grandes companhias de seguros. Neste livro, que foi adaptado ao cinema por Francis Ford Cappola, Grisham acompanha-nos de novo à sala de audiências para nos apresentar um tríler que constitui uma leitura fascinante onde se combinam suspense, intensidade narrativa e humor.
Lê as sinopses destes livros em www.bertrandeditora.pt
 

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

«Templários em Portugal» é um dos novos livros do Grupo Presença

Deram entrada hoje nas livrarias novos livros da Presença, Marcador e Manuscrito, editoras pertencentes ao Grupo Editorial Presença.
Memórias de um Gato Viajante, de Hiro Arikawa
Nana, que já foi um gato de rua, anda em viagem pelo Japão, mas desconhece para onde. O importante é que está sentado no banco da frente da carrinha, ao lado de Satoru, o seu querido dono. Satoru decidiu empreender esta viagem para visitar três amigos de juventude. Qual o motivo da viagem? Nana não sabe. Como reagirá o seu coração quando descobrir?
Com o pano de fundo da deslumbrante paisagem japonesa e narrado em vozes alternadas com uma rara subtileza e sentido de humor, a história de Nana é sobre a solidão, o valor da amizade e o saber dar e receber. Um livro que tem conquistado e emocionado leitores de todo o mundo através da sua mensagem de bondade e sinceridade, revelando como os atos de amor podem transformar as nossas vidas. Por vezes, é necessário fazermos uma longa viagem para descobrirmos e conhecermos melhor aqueles que estão mais perto de nós.

A Dança das Mulheres Sábias, de Clarissa Pinkola Estés
Existe uma antiga tradição húngara em que, quando uma jovem se casa, as velhas tentam distrair o noivo antes de ele chegar ao quarto nupcial. E a arma delas é a dança. Quando as mulheres que correm com os lobos atingem a maturidade, chega o momento da dança das avós. Viver plenamente, desenvolver a visão interior, ouvir a intuição é a mensagem destas anciãs que nada detém. Elas são uma fonte inesgotável de força e transmitem incansavelmente um tesouro de sabedoria.
Com uma linguagem mágica e poética, a grande contadora de histórias aborda a força de vontade e o poder irreprimíveis que as mulheres desenvolvem em anos mais maduros e que ganham vida nos mitos e lendas.

Uma Amizade Improvável - D.Maria I e Guilherme Stephens, de Jenifer Roberts
D. Maria I de Portugal era uma soberana com poder absoluto. William (Guilherme) Stephens era filho ilegítimo de uma criada da Cornualha; aos quinze anos, viajou para Lisboa para se tornar num dos mais ricos industriais da Europa. O contraste entre estas duas personagens não poderia ser maior - encontravam-se em polos opostos em todas as facetas das suas vidas - e, apesar disso, criaram uma improvável amizade no sufocante formalismo da corte portuguesa. William, homem de génio, edificou uma próspera fábrica de vidro na Marinha Grande, uma pequena aldeia mais de cem quilómetros a norte de Lisboa. A rainha D. Maria I passou ali três dias no verão de 1788, pernoitando duas noites na casa de um inglês, um homem que não só era plebeu e filho ilegítimo, mas também protestante, um herege aos olhos dos portugueses. Um livro que relata a história deste acontecimento único da vida monárquica, um vislumbre intimista sobre o mundo da monarquia absoluta, um instantâneo da vida da corte na velha Europa, apenas um ano antes de a Revolução Francesa começar a alterar radicalmente os padrões então vigentes. É ainda a história de duas personalidades extraordinárias cujas vidas tão diversas acabaram unidas num tempo de grandes tumultos da história europeia.
Templários em Portugal, de Paula Pinto Costa
Ordem do Templo não teve uma vida longa. Existiu durante quase duzentos anos (1119/20-1312), mas a curiosidade sobre esta e os seus cavaleiros atravessou séculos.
Homens de religião e de guerra aliavam à vida de oração a arte militar, em particular a guerra defensiva com o propósito de proteger os lugares sagrados da Terra Santa e os peregrinos vindos das mais longínquas terras europeias. Apoiados pelo Papa e pelas principais monarquias da época, estes freires cavaleiros, na sua maioria, ganharam respeito e prestígio e viram recompensada a sua bravura militar, com a concessão de propriedades e benesses que levaram a um poder crescente da Ordem.
Paula Pinto Costa, historiadora e professora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, traz-nos uma investigação apurada sobre a presença dos Templários em Portugal. Para além das imagens estereotipadas, das lendas e dos mitos, este livro traça a história desta ordem da Idade Média desde a sua fundação até ao processo de desacreditação e ao seu desaparecimento abrupto no início do século XIV.

terça-feira, 19 de novembro de 2019

O livro póstumo de Diogo Freitas do Amaral: «As Ideias Políticas e Sociais de Jesus Cristo»

No final da semana, a Bertrand Editora publica As Ideias Políticas e Sociais de Jesus Cristo, o novo e último livro escrito por Diogo Freitas do Amaral (1941-2019), ao qual se dedicou nos últimos anos. Nesta obra ensaística do género Religião e Moral/Estudos, o ex-político e ex-professor de Direito se debruça sobre a história do pensamento político e as ideias de Jesus Cristo e o seu impacto na forma como os pensadores desenvolveram as suas correntes e teorias ao longo dos séculos.

«Não tenho credenciais para escrever sobre problemas teológicos, exegéticos ou hermenêuticos. Mas (…) gostaria de aplicar os métodos que utilizei nesse trabalho ao estudo e comentário das ideias políticas, económicas e sociais de Jesus Cristo. (…) Mesmo que não acreditem na divindade de Jesus, sei que há muitos agnósticos e ateus (conheço vários) que reconhecem como excepcionalmente boas as suas ideias políticas e, sobretudo, as sociais e que em larga medida as seguem. Pretendo apenas recordar a todos essas ideias, que alguns não conhecem na totalidade, sistematizá-las, e torná-las tão conhecidas quanto possível das novas gerações.»

sábado, 16 de novembro de 2019

Livro conta como o sexo influenciou Portugal ao longo dos séculos

Como é que o sexo, o desejo, o adultério e as paixões secretas dos nossos líderes influenciaram a História de Portugal ao longo dos séculos? A resposta é dada pelo jornalista e ensaísta Joaquim Vieira, no livro História Libidinosa de Portugal, que a Oficina do Livro publica no próximo dia 19.

Estão a chegar novos livros infanto-juvenis às livrarias

Como se Faz um Bebé?, de Anna Fiske
Tu já foste um bebé. Todos fomos um bebé um dia. Mas…como se faz um bebé?
Neste livro altamente ilustrado, a norueguesa Anna Fiske não anda com rodeios para explicar às crianças como se faz um bebé.
Oferece antes uma abordagem direta, divertida e, ao mesmo tempo, educativa para pais envergonhados e crianças curiosas.
Não é habitual ver este tipo de ilustrações não censuradas em livros para crianças. Mas há que chamar as coisas pelos seus nomes.
Estamos Todos na Sarjeta com João e Rui, de Maurice Sendak
Uma fusão invulgar de duas Rimas de Berço - In the Dumps e Jack and Guy -, reinterpretradas e imaginadas pela sensibilidade única de Sendack, põem em relevo uma sátira ao dinheiro, ao mesmo tempo que exploram temas infelizmente ainda tão atuais, como a pobreza ou a situação dos sem-abrigo.
Mantendo a rima do texto original, a deliciosa tradução de Carla Maia de Almeida envolve o leitor numa trepidante narrativa, auxiliada pelo colorido das ilustrações, que põem em cena personagens caricaturizadas e excessivas na sua expressividade, como é o caso dos protagonistas, João e Rui, ou do miúdo pobre que eles acabam por ajudar.
A joaninha muito resmungona (ed. cartonada), de Eric Carle
A joaninha resmungona nunca pede «por favor» nem diz «obrigada», não sabe o que é partilhar, pensa que é maior e melhor do que os outros, e está sempre disposta a arranjar conflitos. Seguindo a viagem da joaninha, as crianças exploram os conceitos das horas, dos tamanhos e das formas, ao mesmo tempo que aprendem boas maneiras.

O cão de Milu, de Mariann Máray
O amor pelos animais, a amizade incondicional perante a adversidade e, sobretudo, a liberdade são os valores que sobressaem na obra distinguida com o XII Prémio Internacional Compostela para Álbuns Ilustrados. O cão de Milu, de Mariann Máray, é a história de uma menina e do seu muito peculiar animal de estimação, que se tornará no seu companheiro de brincadeiras.

O Pequeno Cavaleiro que Combatia Monstros, de Gilles Tibo e Geneviève Després
No reino do pequeno cavaleiro, no cimo da floresta, não existem inimigos, pelo que, o pequeno cavaleiro não tem batalhas para travar.
Passa os seus dias a ler e a plantar flores e as noites a sonhar.
Um dia acorda com umas fortes pancadas na porta do seu castelo. Os trigémeos tinham sido sequestrados!
O valente pequeno cavaleiro parte, então, para a floresta à procura dos monstros que os têm cativos.
Será ele capaz de enfrentar o monstro terrível, a bruxa malvada e o assustador fantasma, e salvar os seus súbditos?
O Melhor Presente do Mundo, de Mark Sperring e Lucy Fleming
Na manhã de Natal, resta um presente por abrir debaixo da árvore de Ema e do Urso. Para seu espanto, não é para nenhum dos dois. Imbuídos de espírito natalício, partem numa aventura para encontrar o seu verdadeiro destinatário.
Estavam longe de imaginar que, dentro do embrulho, se encontrava o melhor presente do mundo!

O Alfabeto Nojento, de David Machado e David Pintor
Uma forma divertida de aprender o alfabeto, com a ajuda do traquinas Henrique e das partidas nojentas que ele prega aos amigos e a toda a família.

Os Colegas não São para Comer!, de Ryan T. Higgins
É o primeiro dia de escola da Penélope e ela está ansiosa por conhecer os seus novos colegas. Mas fazer amigos é muito difícil, sobretudo quando todos eles têm um ar tão apetitoso.
Uma história hilariante, que se devora, destinada a leitores dos 0 aos 100 anos. Uma obra pelo multipremiado autor e ilustrador Ryan T. Higgins.
Que Grande Abóbora, Mimi!, de Korky Paul e Valerie Thomas
Um novo título de uma série consagrada, com as ilustrações verdadeiramente admiráveis e sugestivas de um grande artista. A bruxa Mimi adora abóbora, cozinhada de todas as maneiras. Por isso, decide descobrir uma forma de ter sempre abóbora à mão, para preparar os seus pratos preferidos (e do Rogério). Mas, como sempre, as coisas não correm como desejado e a Mimi vê-se a braços com uma abóbora gigante… Como irá ela resolver mais esta embrulhada? Descobre tudo no novo livro da Mimi!

O Coala Que Foi Capaz, de Rachel Bright e Jim Field
O Kevin é um coala que gosta de manter tudo na mesma, exatamente na mesma.
Mas quando um dia a mudança surge sem ser convidada, o Kevin descobre que a vida pode estar cheia de novidades e ser maravilhosa!
Dos criadores de O Leão Que Temos Cá Dentro, esta é uma história bem engraçada para quem acha que a mudança é um bocadinho preocupante.

Passatempo: «Última Paragem Auschwitz», de Eddy de Wind

https://www.facebook.com/silenciosquefalam/photos/a.187362988008873/2552396741505474/?type=3&theater
Passatempo a decorrer na página deste blogue no Facebook, aqui.

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Novas publicações do Círculo de Leitores

Dos novos títulos a sair pelo Círculo de Leitores, encontram-se os seguintes: Património Natural do Mundo - Ásia, Porque voam os balões e caem as maçãs e Heróis e lendas explicados pela pintura.
Estes volumes pertencem, respectivamente, às colecções 'Património Natural do Mundo', 'Descobrir as Ciências' e 'Mitos, Heróis e Lendas explicados pela Pintura'.

terça-feira, 12 de novembro de 2019

«O Rapaz de Auschwitz», mais uma história real de um sobrevivente do Holocausto

A comovente história de uma criança que sobreviveu a 10 campos de concentração. O Rapaz de Auschwitz, de Steve Ross, é um testemunho verídico impressionante. Chega no dia 27 às livrarias de todo o país.

Esfomeado, espancado e molestado: assim foi a vida de Steve Ross nos anos que passou nos campos de morte de Hitler. Ross nunca perdeu a esperança, mesmo quando foi deixado inconsciente numa pilha de corpos para incinerar. Sobreviveu a 10 campos de concentração e esta obra é o seu testemunho de dor e de crueldade, mas também uma demonstração da resiliência e da capacidade de superação do ser humano.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Em torno do Opus Dei centra-se um novo livro de ficção, «O Homem que Acusou Deus»

Pela Multinova Livreiros | Paulus Editora acaba de sair um novo livro: O Homem que Acusou Deus, da autoria do advogado Pedro Guerreiro Cavaco.

Sinopse
Esta história relata o dia a dia conturbado de um advogado. Ricardo Medeiros não é um advogado qualquer. Ele é o melhor advogado criminal do país, solicitado pela elite política, temido por advogados e magistrados. Todos, sem exceção, o temem. A sua fama não tem limites, tal como o seu mau feitio e preconceitos contra a Igreja. Casado com uma médica católica e tendo como sócio um supranumerário do Opus Dei, vive o drama diário de confrontações familiares e profissionais em torno da religião. O seu casamento está por um fio e o ambiente no escritório insuportável. Sem o querer, as suas circunstâncias pessoais e profissionais vão levá-lo para dentro dos muros secretos do Opus Dei. Conseguirá Ricardo Medeiros, o mais temido dos causídicos, manter-se afastado da teia que o rodeia?

Outros livros que podem interessar: Senhor Bispo, o Pároco Fugiu e Os piedosos truques de Reginaldo.

domingo, 10 de novembro de 2019

Próximos lançamentos com o cunho da Penguin Random House

No próximo dia 19, a Penguin Random House Grupo Editorial, pelas chancelas Alfaguara, Companhia das Letras e Objectiva, faz chegar aos leitores quatros novos títulos.
A Minha História
Um diário para encontrar a sua voz
de Michelle Obama
Ao escrever Becoming - a minha história, um trabalho de reflexão profunda e de impressionante fôlego narrativo, Michelle Obama partilhou a sua extraordinária viagem e ajudou a criar um espaço para que outros pudessem contar as suas histórias e para encorajar as pessoas a descobrirem o poder da sua própria voz.
Com este diário, Michelle Obama desafia os leitores a encontrar valor na sua própria viagem de transformação pessoal. Com um acabamento belíssimo, inclui questões que vão ajudá-lo a refletir sobre a sua história pessoal e familiar; sobre os seus objectivos, desafios e sonhos; sobre o que o move e o enche de esperança; sobre o futuro que imagina para si e para os que o rodeiam. Como diz Michelle Obama na introdução a este diário: «Espero que use este diário para anotar as suas experiências, pensamentos e emoções, em tudo quanto estes têm de imperfeito e sem julgamentos… Não temos de nos recordar de tudo. Mas tudo o que recordamos tem valor.» 
Estas páginas ajudá-lo-ão a descobrir a sua voz, a traçar o seu caminho e a alimentar o seu sentido de pertença. Dentro deste diário, encontrará a oportunidade de se inspirar com as experiências que o trouxeram até aqui, mas também de se motivar para dar os próximos passos, onde quer que eles o levem.

Se o Disseres na Montanha
de James Baldwin
Se o Disseres na Montanha, publicado em 1953, é o romance que revelou ao mundo o génio de James Baldwin. Romance inaugural da sua obra de ficção, constituiu-se desde logo como marco para muitos outros escritores, ao mesmo tempo que foi conquistando o lugar de clássico da literatura americana. Neste seu primeiro romance, Baldwin dá voz a John Grimes, um rapaz de catorze anos posto perante um dilema num sábado de Março de 1935, no Harlem nova-iorquino. Prestes a fazer catorze anos, na véspera de um sermão na montanha, John está numa encruzilhada que tanto pode ser uma crise como uma epifania. John quer para si um destino diferente daquele que a família e a comunidade lhe reservaram: o de seguir os passos do padrasto, ministro da Igreja Pentecostal. Mas, numa comunidade discriminada, a liberdade de escolher pode não estar nas suas mãos. Ou pode condená-lo a uma segregação ainda mais profunda, dentro de si e entre os seus semelhantes. Com uma precisão lírica e um poderoso simbolismo, com fúria e compaixão, Baldwin espelha em John a luta que ele próprio travou pela autodeterminação — emocional, moral e sexual —, transformando a sua história individual na odisseia colectivade um povo marcado pela segregação. Ao escrever Se o disseres na montanha, James Baldwin não só criou novas possibilidades para a literatura americana como permitiu aos americanos despertar para uma nova forma de se verem a si mesmos.

Do mesmo autor: Se Esta Rua Falasse.


Essa Gente
de Chico Buarque
Um escritor decadente enfrenta uma crise financeira e emocional enquanto o Rio de Janeiro colapsa à sua volta. Tragicomédia urgente, o novo romance de Chico Buarque, o primeiro depois da atribuição do Prémio Camões, encara de frente o Brasil do agora.
Autor de um romance histórico que fez furor nos anos 1990, o escritor Manuel Duarte passa por um deserto criativo e sentimental. Dividido entre várias ex-mulheres, espartilhado por pesadas dívidas, surpreendido por um filho de quem vai aprendendo a ser pai, Manuel Duarte bate perna nas ruas do Leblon no intervalo das horas em frente ao teclado, desesperando por um novo livro.
O pano de fundo é um Rio de Janeiro que sangra e estrebucha sob o flagelo de feridas sociais a cada dia mais ostensivas; cenário maior onde se desenrolam as feridas individuais das personagens, que juntas compõem um diário em que se procura fazer sentido do tumulto do presente.
Ao seu melhor estilo, Chico Buarque esfuma as fronteiras entre vida, imaginação, sonho e delírio, e constrói uma narrativa engenhosa, tão divertida quanto trágica, em cujas entrelinhas se descortinam as contradições de um país ameaçando despedaçar-se, assim como as deliciosas incoerências e ilusões da gente como nós.

Do mesmo autor: Estorvo, Budapeste, Tantas Palavras, Benjamim, A Banda, Leite Derramado e O Irmão Alemão.


Sou Só Eu Que...
de Pedro Vieira
Um compêndio inestimável com belíssimas ilustrações de algumas subespécies irritantíssimas de portugueses e respectiva catalogação.
Quem nunca teve de aturar um beto de esquerda, um ortoréxico, um terraplanista, um teorizador de conspiração, um cidadão, um saudosista do Estado Novo, um influencer, um fumador, um ex-fumador, um defensor do politicamente correcto, um detractor do políticamente correcto, uma recém-mamã com um blogue, um ecologista, um velho do restelo, as crianças dos outros.
É irritante, não é?
Esta é uma breve antologia de tipos de portugueses que nos tiram do sério, que nos fazem questionar as leis básicas do convívio entre indivíduos da mesma espécie, que desafiam as teorias mais progressistas sobre o ser humano, que, em suma, nos dão instintos assassinos.

Do mesmo autor: Maré Alta, Éramos Felizes e Não Sabíamos e O Que não Pode Ser Salvo.

Do mesmo autor de «O Silêncio dos Inocentes» chega um novo livro tríler

O escritor norte-americano de 79 anos Thomas Harris, criador de Hannibal Lecter, um dos mais emblemáticos vilões da literatura contemporânea, e autor dos sucessos (já adaptados para cinema) O Silêncio dos Inocentes e Hannibal, regressa à escrita, depois de uma pausa de 13 anos, com um romance cheio de acção em que as personagens não olham a meios para atingir os fins e no qual o medo e o suspense estão presentes em todas as páginas. O seu sexto romance intitula-se Cari Mora e aterra amanhã em todas as livrarias nacionais. Uma publicação Porto Editora com tradução para português por Artur Lopes Cardoso.

Texto sinótico
Sob uma luxuosa mansão na zona costeira de Miami Beach estão escondidos 25 milhões de dólares em ouro, o produto de anos de atividades criminosas de Pablo Escobar, anterior proprietário da casa.
Muitos tentaram encontrar esse bem protegido tesouro, mas sem o conseguirem; outros perderam a vida nessa demanda. Agora chegou a vez de o impiedoso Hans-Peter Schneider – um homem de aspeto peculiar que lidera um bando de criminosos sanguinários – ocupar a mansão e tentar chegar aos milhões escondidos.
Entre Hans-Peter e o ouro está Cari Mora, a responsável pela casa. Cari escapou da violência no seu país de origem, onde teve de aprender a defender-se. Vive em Miami com um periclitante estatuto conferido pelos Serviços de Imigração e mantém vários trabalhos para conseguir sobreviver.
Mas Cari Mora é muito mais do que uma jovem bonita e Hans-Peter Schneider vai ter a oportunidade de o descobrir à medida que a caça ao tesouro de Escobar avança.

Críticas de imprensa
«Agradável e divertidamente sinistro.»
Kirkus Reviews

«[...] os vários elementos do enredo de Cari Mora estão sempre em perfeito equilíbrio, como é próprio do trabalho de um mestre incomparável que continua no auge da sua estranha e sinistra forma.»
The Wall Street Journal