segunda-feira, 25 de novembro de 2019

São novidades uma biografia de Álvaro Cunhal e uma livro com epístolas de Amadeo Souza-Cardoso

Álvaro Cunhal: Retrato Pessoal e Íntimo
de Adelino Cunha
Quem foi o homem por detrás do mito?
Álvaro Cunhal nasceu em 1913 no seio de uma família burguesa, mas acabou por aderir ao Partido Comunista Português ainda na juventude e cedo se destacou entre os jovens revolucionários formados por Bento Gonçalves. Como foram as suas relações familiares neste período? O que representou para os pais a sua conversão ao comunismo? Como chegou ao PCP e como se relacionou com os adversários políticos?
O mergulho na clandestinidade e a disciplina de ferro que demonstrou nas torturas que sofreu depois de regressar da Guerra Civil de Espanha marcaram a sua aura revolucionária. Ascendeu a líder dos jovens comunistas portugueses e depois a secretário-geral do PCP numa disputa calada com Júlio Fogaça durante os anos de combate ao Estado Novo. O que se passou entre ambos?
Quais as razões que levaram ao apagamento histórico do vencido?
Na sequência da célebre fuga do Forte de Peniche, em 1960, Álvaro Cunhal exilou-se na União Soviética, tendo regressado a Portugal apenas depois do 25 de Abril. Este livro também retrata em detalhe o seu quotidiano em Moscovo, com testemunhos dos companheiros de exílio e revelações inéditas da sua irmã Eugénia Cunhal, da filha Ana Cunhal, e da companheira na clandestinidade, Isaura Moreira.
Originalmente publicada em 2010 e incluída no Plano Nacional de Leitura, a reedição desta biografia, revista e aumentada, apresenta uma perspectiva intimista e única de Álvaro Cunhal.


Cair no Coração de uma Flor - Cartas (1906-1918)
de Amadeo Souza-Cardoso
Autor de uma obra plástica visionária que tem atraído milhares de visitantes a exposições, Amadeo de Souza Cardoso foi também um extraordinário epistológrafo, como atestam as mais de duzentas cartas que escreveu — à família, à companheira, a amigos, a outros artistas — e que chegaram até nós.
Determinante para o estudo aprofundado, nos últimos anos, da sua vida e obra, esse acervo nunca tinha sido objeto de uma edição integral como a que agora se apresenta. Nela se reúnem todas as cartas escritas entre novembro de 1906, momento decisivo em que Amadeo partiu para Paris, onde se integrou nas vanguardas internacionais do início do século XX, e as semanas que antecederam a sua morte, aos 30 anos, em outubro de 1918.
Um século depois, este livro vem revelar, num registo ora quotidiano, ora profundamente íntimo, a demanda espiritual de um homem que se predestinou a deixar atrás de si «uma prova forte de existência»: «É preciso ser gigante para ser gota de orvalho. Depois de abraçar a terra, mergulhar no mar, transformado em nuvem comandar uma batalha de raios, cair muito alto, das alturas, no coração de uma flor, a nossa alma, gota celeste, desaparece num fino raio de sol.»

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