segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Dois romances acabam de chegar de Espanha


Depois de duas décadas dedicadas à vida académica, María Dueñas (n. 1964) irrompeu pelo mundo literário em 2009, com O tempo entre costuras, o romance que se tornou um fenómeno editorial. Os seus romances posteriores, continuaram a cativar os leitores e a crítica. Traduzida em mais de 35 línguas, a autora é uma das escritoras de língua espanhola mais estimadas no mundo. Se um dia voltarmos é o seu sexto romance, com o selo Porto Editora.

Sinopse
Orán, Argélia francesa, finais da década de 1920.
Ana Cecilia Belmonte, uma jovem espanhola de apenas 17 anos, foge de casa após um episódio traumático. Sem documentos nem destino, atravessa o mar Mediterrâneo e refugia-se numa terra estranha.
Num ambiente hostil, onde imperam a desigualdade, o colonialismo e a opressão, Cecilia encontra trabalho nas fábricas de tabaco, nos campos e nos bairros mais esquecidos de Orán. A cada passo, enfrenta humilhações, perigos e perdas. Mas é também aí, na margem da sociedade, que descobrirá alianças inesperadas, redes de apoio e de solidariedade feminina, vínculos e paixões que, aliados à sua coragem e resiliência, acabarão por conduzi-la por um caminho repleto de reviravoltas, conquistas e desafios.
A Guerra Civil Espanhola, o avanço nazi no Norte de África e o conflito pela independência da Argélia marcam o contexto desta poderosa história de resistência, que é também uma reflexão sobre identidade, pertença e os laços que nos unem à terra de onde partimos – mesmo quando já não é possível voltarmos. 



Mayte Esteban (n. 1970) nasceu no México e reside há mais de duas décadas numa aldeia de Segóvia, em Espanha. A sua entrada no mundo literário deu-se em 2014 com o livro Detrás del cristal. Ambientada entre o fim de uma época e os conturbados anos que marcam o princípio do século XX, A colina da amendoeira, o seu primeiro romance romântico com contexto histórico, é uma história de vinganças, sobrevivência, amor e guerra. A edição portuguesa é da HarperCollins.

Sinopse
O mundo e a vida de Mary Ellen desmoronam-se quando o pai, o conde de Barton, entra no seu quarto. Decidiu casá-la com um comerciante rico, sem qualquer traço de nobreza, radicado em Boston. Mary não consegue acreditar que o pai renuncie a que o seu noivo seja aristocrata, mas sabe que de nada lhe servirá protestar. Foi educada para aceitar que todas as decisões da sua vida são tomadas pelo homem da família.
Após um casamento precipitado, vê-se obrigada a mudar-se para Londres, abandonando Almond Hill. Pouco depois de chegar à cidade, Mary descobrirá os segredos que se escondem por trás do seu estranho casamento. E também que o coração não pode ser travado por um contrato.

Literatura que resiste: obra de estreia de Marcelo Rubens Paiva ganha nova vida em Portugal


Clássico da literatura brasileira contemporânea, lançado em 1982, Feliz Ano Velho marcou a estreia de Marcelo Rubens Paiva na literatura. Este drama autobiográfico foi adaptado para cinema em 1987, com Malu Mader e Marcos Breda nos principais papeis. 

O livro chegou aos leitores portugueses em 1991 (numa edição da Pergaminho) e em 1996 (pela Mandarim, que foi um selo editorial português, criado nos anos 1990, que publicou vários autores brasileiros em Portugal, incluindo Luis Fernando Verissimo, Lya Luft, entre outros). 
Feliz Ano Velho regressa às livrarias portuguesas pela Dom Quixote no dia 30 de Setembro.

Texto de apresentação
Com uma prosa tocante e ao mesmo tempo irreverente, ao relatar o acidente que o deixou tetraplégico, Marcelo Rubens Paiva confere à narrativa a mesma energia com que superou a armadilha do destino.
O romance autobiográfico sobre o acidente que colocou Marcelo Rubens Paiva numa cadeira de rodas quando tinha vinte anos marcou a estreia literária do autor e tornou-se, rapidamente, um sucesso entre o público e a crítica - amplamente traduzido, conquistou prémios como o Jabuti, tornou-se tema de inúmeros trabalhos nas universidades brasileiras e, desde a sua publicação em 1982 até hoje, não tem parado de conquistar gerações de leitores.
Longe de ser o simples testemunho de uma experiência dolorosa, Feliz Ano Velho é o retrato geracional de uma juventude que, no final dos anos 1970, experimentava a abertura do governo militar e o sonho da redemocratização. Durante o período de recuperação, Marcelo conta detalhes da sua infância e da sua juventude, dos seus casos amorosos e da sua carreira musical; fala também da repressão da ditadura militar e da perseguição aos cidadãos que se opusessem ao regime, incluindo a invasão da sua casa por seis militares que levaram o seu pai, o deputado federal Rubens Beyrodt Paiva, que Marcelo não voltaria a ver e cuja história desenvolve em Ainda Estou Aqui.
O estilo de Marcelo, revelado num humor despretensioso e ao mesmo tempo mordaz, afasta a narrativa de qualquer pendor para o melodrama ou a autopiedade - pelo contrário, este é um texto de enorme força que, passados mais de quarenta anos, continua atual, vibrante e uma leitura indispensável.

Outras publicações Dom Quixote a sair também no dia 30: O Enigma de Israel e Feitas de Culpa.

Livros a publicar em Setembro pela Casa das Letras
Livros a publicar em Setembro pela ASA.