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terça-feira, 25 de março de 2014

Autobiografia de Thomas Bernhard é publicada pela Sistema Solar


Autobiografia
de Thomas Bernhard

Tradução e introdução: José A. Palma Caetano
Edição: Fevereiro de 2014
Género: Literatura, Biografia
Número de páginas: 544

«É certo que os cinco livros da Autobiografia [A Causa (1975), A Cave (1976), A Respiração (1978), O Frio (1981) e Uma Criança (1982)] servem a Bernhard para dar a conhecer o que foi a sua infância e a sua juventude, mas sempre na medida em que esses períodos da sua vida e os acontecimentos por ele narrados foram relevantes para a sua obra literária. O escritor enfatiza os momentos que o marcaram para o resto da existência, faz notar os seus problemas, os seus erros, as fraquezas e os aspectos contraditórios do seu carácter, mas também as suas grandes decisões, a sua independência, a sua força de vontade, a sua natureza insubmissa e inconformada, mesmo na luta pela própria vida. […]
Ficção e biografia interpenetram-se em Bernhard de uma forma nem sempre clara, porque ambas participam igualmente da sua escrita enquanto obra de arte e ambas se completam e explicam reciprocamente. […] Na verdade, esse período da infância e juventude—e a ele se limita a Autobiografia—influencia decisivamente a personalidade do escritor, modela o seu carácter e de certo modo constrói as bases da sua carreira literária. Pode-se mesmo dizer que, sem conhecer as suas origens, as circunstâncias em que se verificou o seu nascimento, o que ele foi em criança e as provações por que passou na adolescência, não será fácil compreender devidamente a sua obra.» [José A. Palma Caetano, Introdução]

Críticas da imprensa
«Ao escolher a autobiografia como material de ficção Bernhard coloca-se no centro da sua arte.» José Riço Direitinho, ÍpsilonPúblico de 14 de Março de 2014 (texto completo aqui)
«A questão da autobiografia é uma não-questão em Thomas Bernhard, de tal modo a sua obra é inequivocamente a sua vida genialmente transfigurada – ou nem tanto – como, uma vez mais, o é numa autora nossa como Llansol.» João Barrento
O autor
Thomas Bernard nasceu em 1931 na Holanda, filho natural de uma austríaca e de um pai que nunca conheceu. Passou a infância com a mãe e os avós maternos, em Viena, e foi influenciado pelo avô, que era escritor. A sua educação fez-se em dois internatos, um nacional-socialista e outro católico, e na música, com aulas de canto e violino. Mais tarde estudou representação e direção de atores. Entre 1952 e 1955, Bernhard colaborou com vários jornais, escrevendo crítica literária e começou a publicar alguns poemas e contos. Em 1957 publica o seu mais conhecido livro de poesia, Na Terra e no Inferno, e, em 1963, Frost, um dos seus mais importantes romances. A sua obra desenvolve-se entre a poesia, a ficção, o teatro e o ensaio. Autor maior da segunda metade do século XX, e certamente um dos mais polémicos, morre em 1939, na sua casa, em Gmunden, na Áustria.


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