Editora: Dinalivro
Data de Publicação: Maio 2014N.º de Páginas: 312 |
Os leitores residentes em Portugal que interessam-se por livros que contêm as doutrinas, saberes e pensamentos orientais chineses, têm ao seu alcance a possibilidade de adquirirem duas obras-primas da filosofia taoista, O Livro de Chuang Tzu e O Livro de Lié Tzu, coligidas num só livro. Esta obra da Dinalivro — editora que tem vindo a apostar na publicação de obras ditas espirituais —, vem, pela primeira vez na língua de Camões oferecer aos leitores duas das três obras fundamentais do Taoismo — a outra obra é Tao Te Ching (Editorial Presença, 2010), escrita há mais de dois mil anos por Lao Tzu, o pai do Taoismo; obra traduzida também por Joaquim M. Palma, especialista no deciframento de textos orientais.A Borboleta Voando no Vazio está dividido em duas partes, uma para cada Livro, além de possuir uma introdução, notas de rodapé, um resumo breve sobre o Taoismo, uma lista das dinastias chinesas e um glossário muito pertinentes e esclarecedores para os leitores leigos; tudo para o bom entendimento do Tao, «o princípio supremo que engloba todos os seres e coisas».Sobre a Parte I: Chuang Tzu (369 a.C. – 286 a.C.) em sete capítulos esclarece que o Tao não pode ser definido («O grande Tao não cabe dentro de qualquer definição. A verdade não precisa de palavras. A verdadeira compaixão não precisa de se mostrar.»), nem encontrado, nem apre(e)ndido, pois Ele é Vazio («O Tao mora no vazio»), é Silêncio, está no Desapego, na Não-acção. O Tao significa literalmente um Caminho e tem sido várias vezes traduzido como o Método, o Absoluto, a Natureza. É precisamente essa não-definição que também o mestre e sábio do Tao, o Mestre Lié (IV - III a.C.) refere no seu Livro.Sobre a Parte II: Lê-se no início d’O Livro de Lié Tzu que «a missão de cada coisa é funcionar de acordo com a sua própria natureza.» Através de histórias, aforismos e contos Lié Tzu e seus discípulos demonstram a importância que tem o Vazio para quem segue o Tao. Ele só é alcançado por quem está em silêncio, por quem fala através dele e no silêncio se sente bem. No Taoismo, o Yin e o Yang simboliza o princípio gerador de todas as coisas, a partir da união duas energias opostas e complementares entre si, o positivo e o negativo.Na leitura de A Borboleta Voando no Vazio temos de nos desapegar das nossas crenças e valores, para que possamos nos interiorizar sem preconceitos na doutrina taoista. É verdade que foi através da escrita (destes dois Livros) que a essência do Tao nos é revelada, todavia o leitor tem que encontrar um outro meio de compreensão para lá das palavras, para vislumbrar um resquício do que é enaltecido pelo Tao — não que a leitura dos textos seja de difícil interiorização, mas não são as coisas mais simples as mais complexas?Este é um livro intemporal, pois nele é possível o leitor esbarrar-se, constantemente, com muitas passagens incrivelmente claras e úteis para a actualidade social, religiosa, política, etc., do século XXI.
Excerto:«Alguém perguntou a Lié Tzu: “Porque dá tanta importância ao vazio?”, a resposta foi: “No vazio não existe nenhuma possibilidade de valorização (…) Na quietude e no vazio encontraremos a verdadeira morada.”» (pp. 146-147)
Gostava de ler! ;)
ResponderEliminaradorei o livro. li e depois ofereci-o a minha filhada que tambem adorou.
ResponderEliminarEncomendei esse livro após ler O barco vazio, de Osho. Recomendo também. Adorei a postagem.
ResponderEliminarObrigado Douglas por ter passado por aqui. Vou apontar a sugestão do livro do Osho (não sei se em Portugal o título será o mesmo).
ResponderEliminarEste livro do Osho idolatra Chuang Tzu. Adorei o blog.
ResponderEliminarDeve ser bastante interessante o livro. :)
ResponderEliminarAlguém teria a amabilidade de me fornecer um contacto do Joaquim Palma?
ResponderEliminarNão o conheço pessoalmente mas conheci a matriz cultural por onde ele passou, em Évora, além de me interessar igualmente por tradução, e gostava de trocar impressões com ele.
Agradecidamente,
Amadeu Duarte