Princípios da Natureza e da GraçaMonadologiade LeibnizO livroEsta obra apresenta dois dos textos mais fundamentais da filosofia leibniziana: Princípios da Filosofia [Monadologia], texto composto em 1714, cuja intenção era a redacção de uma exposição global e dedutiva do “sistema das mónadas”, na qual a ex-pressão maximamente rigorosa de cada proposição, e por isso sem metáfora, se deixa aproximar dos axiomas da geometria; e Princípios da Natureza e da Graça, composto em Viena no início do Verão desse mesmo ano, dedicado ao Príncipe Eugénio de Sabóia e que figura entre os cinco textos que Leibniz, com Rémond, se preparava para editar mas que não foram publicados senão após a sua morte, em Novembro de 1718. Esta segunda obra, que apresentamos pela primeira vez traduzida em língua portuguesa, expõe de modo rigoroso os princípios que estabelecem a natureza da alma e as suas relações com o mundo e com Deus, e deve ler-se como uma espécie de brevarium da filosofia leibniziana, não apenas como um problema ou uma controvérsia singulares, mas como uma totalidade. Este livro oferece-nos a possibilidade de “entrar no interior das coisas por uma outra porta e descobrir novos países”.
«Assim a nossa felicidade nunca consistirá, e não deve consistir num gozo pleno, no qual nada mais haveria a desejar, e que tornaria o nosso espírito estúpido, mas num pro-gresso perpétuo em novos prazeres e novas perfeições.»Excerto de Princípios da Natureza e da Graça Fundados em razão, [18].
«E como todo o estado presente de uma substância simples é naturalmente uma conse-quência do seu estado precedente, assim nela o presente está prenhe de futuro.»Excerto de Princípios da Filosofia [Monadologia], [22].
O autorGottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) é considerado um dos maiores filósofos ale-mães do século XVII. Tocou de forma profunda e intuitiva os pontos fulcrais da filosofia – Deus e mundo, liberdade e necessidade, actividade e relação mútua dos seres, unidade e pluralidade... – num esforço de harmonizar tendências opostas. É notável a sua influência em todos os filósofos subsequentes.Os escritos de Leibniz distribuem-se por uma grande diversidade de géneros, ocupando variadíssimos lugares nos modos dominantes da cultura da sua época, como mate-mático, como jurista, como historiador, como linguísta, como “mecânico”, como lógico, como agente político. Desta forma se justifica o facto de o seu poder demonstrativo diferir radicalmente daquele que se encontra na doutrina cartesiana.
O TradutorMiguel Allen Serras Pereira frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e licenciou-se em História na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa.No campo da tradução, destacam-se entre os autores que traduziu da língua francesa: Bergson, Cocteau, Proust, de Beauvoir, Blanchot, Kundera, Tournier, Modiano, Ariès, Mousnier, Furet, Durkheim, Aron, Dumont, Augé, Castoriadis, Derrida, Bourdieu, Méda entre muitos outros...Em 1990 é-lhe atribuído (ex-æquo com Pedro Tamen) o Grande Prémio de Tradução da Asso-ciação Portuguesa de Tradutores e do Pen Club de 1989. No mesmo ano ser-lhe-á atribuída, uma bolsa do Ministério da Cultura francês, facultando-lhe uma estadia de dois meses no Collège International des Traducteurs Littéraires, em Arles, França. Em 1993, ainda no mesmo âmbito, será oficialmente nomeado para o Prémio de Tradução da Comunidade Europeia.A par da sua actividade de tradutor e das suas múltiplas publicações dispersas é autor, entre ou-tros, dos seguintes livros na Fim de Século Edições: Da Língua de Ninguém à Praça da Palavra (1998), Poema em Branco (1999) e Exercícios de Cidadania (1999).Leccionou no ISLA de Santarém, integrando o respectivo C. Científico, disciplinas ligadas aos problemas da teoria e da prática da tradução e às concepções sobre a natureza da sociedade e da cultura.Obtém em Bruxelas, nas Facultés Universitaires Saint-Louis de Bruxelles, um Diploma de Estudos Aprofundados (DEC) em Filosofia e Ciências Humanas com a classificação “réussi avec grande distinction”, tendo também participado como convidado nos “seminários de doutora-mento fechados” de Filosofia Política de Jean-Marc Ferry na Université Libre de Bruxelles.
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