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sábado, 8 de outubro de 2016

«A Árvore da Escola», um dos novos títulos infanto-juvenis com edição da Kalandraka

A Árvore da Escola
Texto de Antonio Sandoval
Ilustrações de Emilio Urberuaga
Texto sinóptico
A importância da educação ambiental, o contacto direto dos alunos com a natureza para a sua formação e o espírito de colaboração na comunidade educativa estão presentes em A árvore da escola. Esta história de estrutura circular narra – com uma linguagem simples – a relação entre um menino e uma pequena árvore que vai crescendo graças ao carinho que recebe dele e ao afeto dos seus colegas, que acabam por seguir-lhe o exemplo. Apesar das suas reticências iniciais, em que os alunos interajam com a árvore, a própria professora acaba por se juntar à iniciativa deles, que, para mais, chama a atenção dos botânicos.

O autor, liberto de contingências temporais, condensa nas páginas deste álbum um processo que levaria anos a concretizar-se e concentra simbolicamente, num mesmo grupo de crianças, a ação voluntária de proteger a árvore. Porém, vai ainda mais longe ao idealizar que esta proposta tenha continuidade noutras escolas, fazendo viajar a semente e, com ela, a consciência social de respeito pelo meio ambiente e pelo planeta.

Apesar do reduzido espaço físico em que a ação decorre, o pátio de uma escola, Emilio Urberuaga – Prémio Nacional de Ilustração de Espanha 2011 – leva o leitor a abraçar diferentes pontos de vista e faz discorrer o tempo através do vaivém das personagens, das mudanças meteorológicas e do progressivo crescimento da árvore. As ilustrações destacam-se pelo seu colorido, pela expressividade de cada cena e pela presença de elementos alheios ao texto que enriquecem a leitura visual.


Uma Cova é para Escavar
O LIVRO DAS PRIMEIRAS EXPLICAÇÕES
Texto de Ruth Krauss
Ilustrações de Maurice Sendak
Texto sinóptico
Uma cova é para escavar foi, em 1952, a obra com que Ruth Krauss e Maurice Sendak iniciaram uma frutífera colaboração literário-artística que se prolongaria até 1960 e que viria a ser retomada em 2005 com Ursos. Juntos inovaram o género do álbum ilustrado com propostas tão originais como este “livro das primeiras explicações”, que encerra parte do vasto e variado universo infantil: partes do corpo, objetos, animais, atividades do dia a dia, brincadeiras. Frases breves e soltas intercalam-se com as ilustrações, urdindo raciocínios próprios da lógica infantil com que as crianças se identificam, mas que também assumem como seus.

Alheias ao ponto de vista dos adultos, são afirmações que, destilando humor, engenho, espontaneidade e naturalidade, ternura e empatia. surpreendem tanto pela sua ingenuidade como pela sua profundidade, e até, por vezes, pelo seu teor filosófico.
Foi um dos primeiros livros ilustrados por Sendak, cujos desenhos da altura já se caracterizavam pelo seu dinamismo, simplicidade e expressividade.


Emílio
Texto e ilustrações de Tomi Ungere
Texto sinóptico
Emílio é um clássico de 1960 que descreve as aventuras de um valente e nobre polvo. A sua proeza, ao salvar um mergulhador do ataque de um tubarão, é seguida de uma série de outras façanhas, como nadador-salvador e como colaborador dos agentes da autoridade para capturar uns perigosos contrabandistas.
Depois da cobra Crictor (1958) e do canguru Adelaide (1959), Tomi Ungerer volta a escolher um animal pouco convencional para protagonizar uma história heroica, aberta ao humor e à imaginação. Curiosamente, Tomi Ungerer é, desde 1990, presidente honorário da SPCA (Sociedade para a Prevenção contra os Maus-tratos Animais) da Europa.

Atribuindo-lhe virtudes humanas, como a valentia, a audácia, a simpatia, a inteligência ou a entrega desinteressada aos outros, o autor constrói em torno de Emílio uma narrativa simples para primeiros leitores, com uma grande dose de ação e emoção. O triunfo do bem sobre o mal, a amizade e a gratidão estão também presentes nesta divertida obra.

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